Para quem acompanha a franquia Assassin's Creed, é bem mais fácil citar o nome de personagens masculinos do que femininos. São cerca de 22 protagonistas homens contra seis representantes mulheres.
Em Valhalla a versão Viking do jogo, com lançamento previsto para 10 de novembro, finalmente veremos a primeira mudança significativa. O START teve a oportunidade de jogar cerca de seis horas de uma versão prévia do novo game, e o que mais se destacou após esse tempo foi a possibilidade de uma única guerreira comandar o show.
Por que escolher Eivor como mulher?
Ao contrário de jogos anteriores, em que Kassandra (Odyssey), Evie (Syndicate) e Aya (Origins) dividiam o jogo com homens, a protagonista Eivor tem Valhalla inteiro só para si.
Mesmo com a opção de escolher o gênero da protagonista ou até mesmo alternar entre Eivor mulher e homem ao longo do jogo, fica mais claro como o lado feminino é o que faz mais sentido na aventura.
Pela primeira vez, a protagonista não é obrigada a dividir o tempo de tela com um irmão ou marido
Para quem jogou Odyssey, não é difícil lembrar: mesmo escolhendo Kassandra como protagonista no início do jogo, sua história era inteiramente entrelaçada com o destino de seu irmão, fazendo com que muitas vezes os dois compartilhassem a importância de papel principal.
É por isso, então, que a possibilidade de passar um jogo inteiro com Eivor mulher é tão importante. Pela primeira vez, a protagonista não é obrigada a dividir o tempo de tela com um irmão ou marido.
E isso é uma conquista enorme para todas as jogadoras que passaram anos se contentando em ver homens no papel de "salvador da pátria".
Agora, Eivor não só cumpre o papel de guerreira viking —o que, aliás, era bastante comum— mas também marca um momento histórico para a Ubisoft, que tanto resistiu a colocar uma mulher no papel central de Assassin's Creed.
Sigurd, o irmão coadjuvante
No final de setembro, foi revelado em um novo trailer de Valhalla que Eivor teria um irmão, Sigurd. Ao assistir ao vídeo, rolou quase um déjà-vu: seria Valhalla o novo Syndicate?
Ao experimentar o jogo por seis horas, tive essa preocupação em descobrir qual era o papel de Sigurd na história. Ele seria meu co-protagonista ou só um personagem que acrescentaria mais profundidade na história de Eivor?
Apesar de ainda não ter tido acesso ao jogo completo, pude perceber que, finalmente, o homem tomou o papel de coadjuvante, já que ele participa como qualquer outro membro do clã de Eivor.
Mesmo tendo conversas com sua irmã em cutscenes e participando de missões da história, Sigurd está ali apenas como membro da família, sem roubar o show de Eivor e servindo apenas como apoio emocional para a guerreira.
Em um dos momentos de alívio cômico, eles conversam sobre uma inimiga que pode se interessar por um deles, e eles brincam que ela não faz o tipo de nenhum dos dois.
Esse foi o maior período de tempo que ouvi a voz de Sigurd. E fiquei feliz assim.
A representatividade correta importa
Apesar de haver muitas discussões sobre o papel das mulheres nas comunidades vikings, há diversas histórias da época que relatam que elas lutavam lado a lado com os homens, sendo exímias guerreiras.
Em Valhalla, a Ubisoft acertou ao manter o mesmo estilo de combate para Eivor, independente do seu gênero.
Mesmo que se alterne entre as versões feminina e masculina ou deixe o jogo fazer isso aleatoriamente, a experiência é a mesma, porque finalmente homem e mulher estão em pé de igualdade na franquia.
Além de realizar o combate de forma tão brutal quanto sua contraparte, a Eivor também merece destaque por como governa o assentamento viking.
Se em algum momento da saga as mulheres eram vistas como cuidadoras do lar, agora elas assumem papel de comandantes.
No assentamento, Eivor é responsável por melhorias nas construções e novos ofícios. Mas não só ela decide o que vai rolar, como também ela delega funções para seus companheiros.
Ao ficar muito tempo longe do local, é possível retornar e perceber que os vikings fizeram melhorias por conta própria, o que significa que Eivor cumpre o papel de líder da galera: eles trabalham junto com ela, e não para ela.
O sentimento de companheirismo se estende também quando falamos da tripulação do navio. Se em Black Flag (2013) a tripulação era composta por funcionários de Edward Kenway, em Valhalla eles formam uma grande família liderada por Eivor.
O que se destaca, porém, é que no caso de se escolher o Eivor homem, ele realiza as mesmas funções que a versão feminina.
O que significa que essa imagem de "cuidador" não é algo atribuída somente à Eivor mulher, ao contrário de muitos jogos que tendem a criar a imagem de personagens femininas sensíveis.
Assassin's Creed Valhalla será lançado em 10 de novembro, junto com o Xbox Series X e S, além de PS5 e os consoles atuais: PS4, Xbox One e PC.
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