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OPINIÃO

Prévia: em Assassin's Creed Valhalla, o protagonismo feminino brilha

Assassin"s Creed Valhalla será lançado em 10 de novembro, junto com o Xbox Series X e S, além de PS5 e os consoles atuais: PS4, Xbox One e PC - Divulgação/Ubisoft
Assassin's Creed Valhalla será lançado em 10 de novembro, junto com o Xbox Series X e S, além de PS5 e os consoles atuais: PS4, Xbox One e PC Imagem: Divulgação/Ubisoft

Thaime Lopes

Colaboração para o START

14/10/2020 13h00

Para quem acompanha a franquia Assassin's Creed, é bem mais fácil citar o nome de personagens masculinos do que femininos. São cerca de 22 protagonistas homens contra seis representantes mulheres.

Em Valhalla a versão Viking do jogo, com lançamento previsto para 10 de novembro, finalmente veremos a primeira mudança significativa. O START teve a oportunidade de jogar cerca de seis horas de uma versão prévia do novo game, e o que mais se destacou após esse tempo foi a possibilidade de uma única guerreira comandar o show.

Por que escolher Eivor como mulher?

Ao contrário de jogos anteriores, em que Kassandra (Odyssey), Evie (Syndicate) e Aya (Origins) dividiam o jogo com homens, a protagonista Eivor tem Valhalla inteiro só para si.

Mesmo com a opção de escolher o gênero da protagonista ou até mesmo alternar entre Eivor mulher e homem ao longo do jogo, fica mais claro como o lado feminino é o que faz mais sentido na aventura.

Pela primeira vez, a protagonista não é obrigada a dividir o tempo de tela com um irmão ou marido

Assassin's Creed Valhalla Eivor - Divulgação/Ubisoft - Divulgação/Ubisoft
Eivor é a líder de um grupo Viking em Valhalla
Imagem: Divulgação/Ubisoft

Para quem jogou Odyssey, não é difícil lembrar: mesmo escolhendo Kassandra como protagonista no início do jogo, sua história era inteiramente entrelaçada com o destino de seu irmão, fazendo com que muitas vezes os dois compartilhassem a importância de papel principal.

É por isso, então, que a possibilidade de passar um jogo inteiro com Eivor mulher é tão importante. Pela primeira vez, a protagonista não é obrigada a dividir o tempo de tela com um irmão ou marido.

E isso é uma conquista enorme para todas as jogadoras que passaram anos se contentando em ver homens no papel de "salvador da pátria".

Agora, Eivor não só cumpre o papel de guerreira viking —o que, aliás, era bastante comum— mas também marca um momento histórico para a Ubisoft, que tanto resistiu a colocar uma mulher no papel central de Assassin's Creed.

Sigurd, o irmão coadjuvante

No final de setembro, foi revelado em um novo trailer de Valhalla que Eivor teria um irmão, Sigurd. Ao assistir ao vídeo, rolou quase um déjà-vu: seria Valhalla o novo Syndicate?

Ao experimentar o jogo por seis horas, tive essa preocupação em descobrir qual era o papel de Sigurd na história. Ele seria meu co-protagonista ou só um personagem que acrescentaria mais profundidade na história de Eivor?

Apesar de ainda não ter tido acesso ao jogo completo, pude perceber que, finalmente, o homem tomou o papel de coadjuvante, já que ele participa como qualquer outro membro do clã de Eivor.

Assassin's Creed Eivor e o irmão Sigurd - Reprodução/START - Reprodução/START
Eivor e o irmão Sigurd
Imagem: Reprodução/START

Mesmo tendo conversas com sua irmã em cutscenes e participando de missões da história, Sigurd está ali apenas como membro da família, sem roubar o show de Eivor e servindo apenas como apoio emocional para a guerreira.

Em um dos momentos de alívio cômico, eles conversam sobre uma inimiga que pode se interessar por um deles, e eles brincam que ela não faz o tipo de nenhum dos dois.

Esse foi o maior período de tempo que ouvi a voz de Sigurd. E fiquei feliz assim.

A representatividade correta importa

Apesar de haver muitas discussões sobre o papel das mulheres nas comunidades vikings, há diversas histórias da época que relatam que elas lutavam lado a lado com os homens, sendo exímias guerreiras.

Em Valhalla, a Ubisoft acertou ao manter o mesmo estilo de combate para Eivor, independente do seu gênero.

Assassin's Creed Valhalla - Divulgação/Ubisoft - Divulgação/Ubisoft
Era comum na cultura viking que mulheres se tornassem também guerreiras ao lado de homens
Imagem: Divulgação/Ubisoft

Mesmo que se alterne entre as versões feminina e masculina ou deixe o jogo fazer isso aleatoriamente, a experiência é a mesma, porque finalmente homem e mulher estão em pé de igualdade na franquia.

Além de realizar o combate de forma tão brutal quanto sua contraparte, a Eivor também merece destaque por como governa o assentamento viking.

Se em algum momento da saga as mulheres eram vistas como cuidadoras do lar, agora elas assumem papel de comandantes.

No assentamento, Eivor é responsável por melhorias nas construções e novos ofícios. Mas não só ela decide o que vai rolar, como também ela delega funções para seus companheiros.

Ao ficar muito tempo longe do local, é possível retornar e perceber que os vikings fizeram melhorias por conta própria, o que significa que Eivor cumpre o papel de líder da galera: eles trabalham junto com ela, e não para ela.

Assassin's Creed Valhalla barco - Divulgação/Ubisoft - Divulgação/Ubisoft
Navegação será importante no game
Imagem: Divulgação/Ubisoft

O sentimento de companheirismo se estende também quando falamos da tripulação do navio. Se em Black Flag (2013) a tripulação era composta por funcionários de Edward Kenway, em Valhalla eles formam uma grande família liderada por Eivor.

O que se destaca, porém, é que no caso de se escolher o Eivor homem, ele realiza as mesmas funções que a versão feminina.

O que significa que essa imagem de "cuidador" não é algo atribuída somente à Eivor mulher, ao contrário de muitos jogos que tendem a criar a imagem de personagens femininas sensíveis.

Assassin's Creed Valhalla será lançado em 10 de novembro, junto com o Xbox Series X e S, além de PS5 e os consoles atuais: PS4, Xbox One e PC.

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL