Estúdio brasileiro Kokku fala sobre a participação no novo Call of Duty
Call of Duty Black Ops: Cold War foi lançado em novembro e tem brasileiros envolvidos: a Kokku Games, estúdio de Recife que contribuiu no desenvolvimento do famoso jogo de tiro.
O START conversou com Thiago de Freitas, diretor da Kokku, que contou como um estúdio brasileiro foi parar na criação de um dos maiores lançamentos de games do ano.
Padrão AAA
CoD não foi o primeiro game "triple A", de grande produção, de que a Kokku fez parte. Em 2018, os brasileiros também participaram do desenvolvimento de Horizon Zero Down, jogo exclusivo de PS4.
Além disso, eles também estiveram envolvidos no game de tiro Sniper 3: Ghost Warrior e Sniper Ghost Warrior Contracts, além do jogo em realidade virtual baseado em Angry Birds 2: O Filme.
Foi a partir daí que o estúdio ganhou reputação internacional na indústria de games, ao ponto de a Activison e a Treyarch fazerem a eles o "Chamado para o Dever" (Call of Duty, entendeu?).
"Fazendo uma analogia com o futebol, o peso da camisa da Kokku ajuda. Ela passa a tranquilidade para grandes empresas saberem que aqui os projetos delas alcançarão um nível de excelência que eles tanto buscam em todas as frentes", comenta Thiago.
Codesenvolvedora
A Kokku é uma empresa um pouco diferente do que se pensa de um estúdio de games. O foco deles não é criar jogos próprios, como é comum acontecer, e sim ajudar no desenvolvimento de projetos de outros estúdios, terceirizando trabalhos em arte ou programação, por exemplo.
Esse é o chamado "outsourcing", uma prática bem comum na indústria de jogos de grande produção, que são bastante complexos, como a série GTA. Somente um estúdio, por maior que ele fosse, não daria conta.
No novo Call of Duty, o desenvolvimento principal ficou com os estúdios Treyarch e Raven, mas outras desenvolvedoras ajudaram com trabalhos específicos, como a Beenox Games, a Iron Galaxy Studios e a brasileira Kokku.
Você passa sua vida toda jogando o game e, um belo dia, seu nome está nos créditos? É algo irreal
Thiago de Freitas, CEO da Kokku Games
"Todos estavam tão empolgados em trabalhar na sequência do Call of Duty: Black Ops que, literalmente, conseguiram entregar sempre MUITO antes do prazo final".
Mas o que os brasileiros fizeram exatamente em Black Ops: Cold War? Thiago diz que, por causa de contratos, não pode revelar detalhes do trabalho que realizaram no game, mas "podemos falar que foi realizado trabalho de arte".
Nos créditos de Cold War são listadas dez pessoas da Kokku que trabalharam no game.
Thiago, porém, diz que muito mais gente da Kokku deve ser mencionada: "É uma pena não poder colocar nos créditos os nomes de tantas pessoas que servem de apoio para permitir que o trabalho de nosso time de produção ocorra sem falhas. Nesse momento de pandemia, é importante mencionar o trabalho incansável desse time que montou essa estrutura robusta e segura para que nossos 'Kokku'ers' possam trabalhar na segurança de suas casas".
Com games como Horizon Zero Down e agora Call of Duty no currículo, a Kokku já se tornou uma referência de estúdio brasileiro lá fora. Atualmente, eles estão ajudando na criação de outro game AAA em produção "há alguns anos", segundo Thiago, mas que ainda não podem revelar quais são.
Acompanhe a entrevista completa com Thiago de Freitas, CEO da Kokku Games.
START: Como surgiu a oportunidade para trabalhar no novo Call of Duty?
Thiago: A Kokku é hoje uma empresa extremamente reconhecida lá fora pelos profissionais de alto nível que fazem o nosso time. Apesar de mantermos uma identidade brasileira, somos reconhecidos por nossos processos, infraestrutura e segurança de nível global, além de veteranos internacionais da indústria que compôem a Kokku. Isso nos deu o respaldo para que a Activision e Treyarch nos convidassem a participar de um título tão importante.
Fazendo uma anologia com o futebol, o peso da camisa da Kokku ajuda. Ela passa a tranquilidade para grandes empresas saberem que aqui os projetos delas alcançarão um nível de excelência que eles tanto buscam em todas as frentes.
START: O que vocês desenvolveram exatamente no jogo? E por quanto tempo?
Thiago: Atualmente, não temos autorização para mostrar exatamente o que foi feito no jogo e nem por quanto tempo tem sido nosso envolvimento no título. Podemos falar que foi realizado trabalho de arte, mas sem entrar em grandes detalhes por conta do nosso contrato de confidencialidade.
START: Como você avalia a experiência de trabalhar em um jogo como CoD?
Thiago: Como fã da franquia, é algo inexplicável. Você passa sua vida toda jogando o game e, um belo dia, seu nome está nos créditos? É algo irreal. Não apenas para mim, mas principalmente para o time que participou do projeto.
Eles estavam tão empolgados em trabalhar na sequência do "Call of Duty: Black Ops" que, literalmente, conseguiram entregar sempre MUITO antes do prazo final. Ah! Sem falar da felicidade em lidar com pessoas tão legais do lado de lá também, que só fizeram motivar o nosso time durante todo o processo.
START: A pandemia chegou a afetar de alguma forma o trabalho de vocês no jogo?
Thiago: Na verdade, não tanto. Obviamente os protocolos de segurança para trabalhar em um formato de home-office foram bem restritos e foi aí que nossa equipe de TI brilhou. Aliás, é uma pena não poder colocar nos créditos os nomes de tantas pessoas que servem de apoio para permitir que o trabalho de nosso time de produção ocorra sem falhas.
Nesse momento de pandemia, é importante mencionar o trabalho incansável desse time que montou essa estrutura robusta e segura para que nossos Kokku'ers possam trabalhar na segurança de suas casas, além de uma equipe administrativa fantástica que faz de tudo para auxiliar o time a manter a performance em alto nível o tempo todo.
START: Apesar de Horizon Zero Down e Call of Duty serem jogos bem diferentes, ambos são produções AAA, como que o trabalho em cada um deles foi diferente para vocês?
Thiago: Em essência, são projetos e processos diferentes. No primeiro Horizon Zero Dawn, ainda estávamos trabalhando para jogos voltados para o PS4, enquanto atualmente as specs são todas voltadas para consoles PS5 e o novo Xbox, por exemplo. Cada empresa tem sua própria metodologia e suas próprias ferramentas.
Apesar de compartilharem o status de AAA, trabalhar com diferentes empresas sempre traz peculiaridades e aprendizados novos. Cada uma dessas gigantes tem seus próprios métodos preferidos de trabalho e fluxos muito bem estabelecidos, como é de se imaginar.
START: Além de Horizon e CoD, a Kokku trabalhou em outro game triple A ou está trabalhando em algum atualmente?
Thiago: O que posso falar é que, como é esperado de nossa empresa, a Kokku sim trabalha atualmente em projetos AAA que estão entre as grandes franquias globais, onde um desses já está há alguns anos em produção. É importante também mencionar o trabalho do nosso time de codesenvolvimento junto a CI Games na franquia "Sniper Ghost Warrior: Contracts", o trabalho em "Angry Birds Movie 2 VR: Under Pressure" e muitos outros.
Aliás, como títulos AAA são produções que levam bastante tempo para serem concluídas, é fácil entender porque anunciamos apenas um ou outro vez ou outra, mas tenha certeza que nosso time está sim, desenvolvendo projetos junto as gigantes da indústria de jogos mundial. Nosso time já é parte da elite mundial e é o que todos esperam deles.
A Kokku, sim, trabalha atualmente em projetos AAA que estão entre as grandes franquias globais
START: Por fim, a Kokku pretende continuar focada em outsourcing para games grandes ou vocês têm planos para desenvolver também jogos próprios no futuro?
Thiago: A Kokku atualmente tornou-se uma empresa de Co-Desenvolvimento e já tem alguns projetos nesse sentido sendo desenvolvidos em parceria com grandes empresas internacionais. No entanto, a Kokku não tem o interesse de parar de crescer e expandir seus negócios, aumentando ainda mais o mix de produtos/serviços.
Para 2021, teremos novidades gigantes sobre a empresa que, com toda certeza, irão virar notícia no Brasil e no exterior. Ainda não podemos falar muito pelo fato de serem decisões estratégicas da empresa, mas pode ficar certo que o patamar que iremos atingir a partir do próximo ano será completamente diferente. Quem estiver conosco, irá participar desse momento histórico!
Ah! Atualmente a empresa tem diversas vagas em aberto para trabalhar em franquias tão excitantes como a do Call of Duty: Black Ops Cold War. Quem quiser fazer parte desse time de elite, é só seguir nossas redes sociais e entrar em nosso site para poder se candidatar.
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