Jogo Rápido
- xCloud, ou Xbox Game Pass Ultimate Cloud gaming, é o serviço de jogos pela nuvem da Microsoft
- Serviço ainda está em fase beta no Brasil e, por enquanto, só funciona em aparelhos mobile com Android
- Nos testes, boa conexão foi essencial para ter experiência nos jogos satisfatória
A próxima grande novidade da Microsoft para o mundo dos videogames é seu serviço de jogos transmitidos pela nuvem: o xCloud.
O Start testou o sistema, que ainda está fase beta no Brasil e tem previsão para chegar oficialmente no segundo trimestre de 2021. Ainda assim, o xCloud já se mostra um bom recurso que leva a experiência de um console para a tela dos smartphones, mas também cobra um preço alto.
Tutorial: o que é xCloud?
Jogar na nuvem (ou cloud gaming) significa que o processamento é feito por um servidor remoto. O dispositivo em que jogamos, que pode ser tablet, celular, computador, entre outros, se conecta pela internet para reproduzir as imagens, via streaming.
Diversas empresas já investem nesse campo: Sony (com o PlayStation Now), Google (Stadia), Amazon (Luna) e NVidia (GeForceNow) são alguns exemplos.
Já a Microsoft batizou sua proposta de jogos na nuvem de xCloud, mas que, aos poucos, está abandonando esse nome para Xbox Game Pass Ultimate Cloud Gaming.
Atualmente, ele roda apenas em dispositivos Android com versão 6.0 ou superior, mas no segundo trimestre do ano que vem chegará aos aparelhos com IOS, da Apple, e PCs com Windows.
E é bom deixar claro: O xCloud é um recurso que está incluso no Xbox Game Pass Ultimate, serviço com mensalidade de R$ 45 da Microsoft que oferece acesso a centenas de games nos consoles Xbox One, Series S e X, além de computadores com Windows 10.
Por isso, os jogos testados eram aqueles disponíveis no serviço. Não é possível, por exemplo, jogar Cyberpunk 2077, somente os games no catálogo do Game Pass.
Aos testes
Neste período de testes, o cardápio do Game Pass na nuvem traz 33 títulos de gêneros variados: Gears 5, Black Desert, Tekken 7, Ori and the Will of the Wisps, PES 2020.
Dentro do aplicativo, tudo pode ser acionado via toque ou pelo controle conectado por bluetooth. A interface do app é clara e direta ao ponto:
Jogando pelo XCloud também é possível obter as famosas Conquistas nos games
Além de executar tarefas do Rewards, o programa de milhagem da Microsoft.
Após um game ser selecionado, o xCloud leva cerca de meio minuto para iniciar.
Depois disso, um outro carregamento de poucos segundos acontece para sincronizar automaticamente os arquivos caso o jogador tenha aberto o game em outra plataforma.
Ou seja, quem tem um salvamento de Halo 2 no console pode continuar de onde parou no celular e vice-versa. É similar ao que já acontece entre computador e console com os títulos incluídos no programa Play Anywhere da Microsoft - Uma facilidade que poderia inspirar Sony e Nintendo.
Feitos os carregamentos, o controle passa a ser a porta de entrada para mexer no game.
A única área indisponível pelo joystick é um menu que dá opções como o picture-in-picture (minimiza o jogo em um quadradinho pequeno e possibilita abrir outros apps do celular) e sair do jogo. É só um detalhe, mas cujo conserto simples ajudaria no conforto da navegação.
Pixelado por conexão
Os jogos no cloud gaming do Xbox são exibidos nas configurações gráficas elevadas de PCs. Porém, o visual algumas vezes é prejudicado por um estouro de pixels típico de vídeos engasgando.
Diante de uma oscilação na conexão, a imagem fica prejudicada, mas outros elementos mais importantes para a jogabilidade, não. Ou seja, queda na taxa de frames, latência nos comandos e ações em tela no geral são priorizadas, a qualidade da imagem é o primeiro sacrifício, o que é correto.
Claro que, em uma situação mais tensa de Borderlands 2, não ter o visual preciso do inimigo pode repercutir em uma derrota, mas isso nunca aconteceu durante os 30 dias em que o sistema foi experimentado pelo START.
Só uma vez houve um travamento, mas isso aconteceu na tela título do game, sem grandes prejuízos.
Para o XCloud, recomenda-se jogar em uma rede wi-fi com velocidade de ao menos 10 MBP/s.
Isso porque a nuvem é bastante sensível à qualidade de conexão. Ao contrário dos vídeos, videogame não faz buffer (armazenamento temporário de dados) com tanta facilidade. Traduzindo: se alguém no mesmo wi-fi ligar um download o jogo sofre de imediato.
A rede móvel 4G também não dá certo, os jogos ficam com a imagem completamente borrada. Além disso, essa condição abocanha generosos pedaços do pacote de dados. Essa situação pode mudar com a chegada do 5G no Brasil.
Resumindo:
Dentro de um ambiente com boa conexão, o serviço oferece experiência similar ao console e computador com a vantagem da mobilidade do smartphone.
Limitações celulares
O aparelho celular usado para os testes foi um Redmi 8 da Xiaomi. A resolução ficava sempre limitada a 720 x 1520 pixels do celular (270 ppi).
Os jogos foram pensados para televisões, não foram adaptados para as poucas polegadas da tela do celular. Em Hitman, por exemplo, as legendas e demais caixas de texto ficam minúsculas no smartphone. Se os jogos em nuvem pegarem, os desenvolvedores precisarão considerar essa condição.
Uma hora de jogo drenava cerca de 13% da bateria. Para efeito de comparação, a bateria perde em 4% no mesmo período apenas tocando música pelos alto-falantes, com a tela desligada.
O dispositivo ideal hoje para o serviço parece ser um tablet Android — não testei, porém.
Uma questão de controle
Os testes foram feitos com controles de Xbox Series X, conforme o recomendado pela Microsoft. Ele entrega o que promete, mas a sensação é que houve oportunidade para ir além, fazer mais.
O processo de conexão bluetooth é típico e chato. Dado que o mesmo aparato pode ser usado para consoles Xbox e PCs, e o Game Pass Ultimate tem como um de seus argumentos essa flexibilidade em termos de plataformas, a Microsoft perdeu a oportunidade de facilitar as mudanças de conexão.
Também faz falta uma forma de desligar o aparelho, mostrar a carga das pilhas e um alerta para quando elas estão com pouca bateria, informações exibidas nos consoles. O jeito é tirar as pilhas depois da sessão de jogo.
O botão share, principal novidade do controle do Series em comparação ao One, e a entrada para fones de ouvido não funcionam na nuvem.
Por fim, dá até para usar a entrada para fone do celular, mas em razão do fio seria melhor conectar no joystick.
Só no toque
Dois jogos foram otimizados para serem utilizados no toque, sem o uso de controles: Minecraft Dungeons e Hellblade: Senua's Sacrifice. Ambos têm mecânicas simples e funcionam bem.
Como acontece em diversos jogos de smartphone, uma simulação de controle ocupa as duas extremidades da tela, sendo possível ajustar a posição.
Em certas situações, como no manejo do inventário ou na seleção de missões, os comandos somem para dar lugar ao toque direto nos elementos em tela. Funciona melhor do no controle, físico ou virtual.
Já Hellblade, um jogo com câmera em terceira pessoa, o desconforto comparado ao aparelho físico é evidente, mas dá para se acostumar. Até mesmo os combates funcionam.
O que vem por aí
Dado o elevado preço dos hardwares de ponta no Brasil, o país parece propício a receber ofertas de jogos em nuvem a partir do ano que vem.
Após a Microsoft, a NVidia deve chegar ao Brasil também em 2021 com seu GeForceNow. Uma opção mais acessível do que as placas de vídeo da própria empresa.
A Microsoft é o abre-alas desse novo caminho por aqui. A nuvem adiciona mobilidade e novas possibilidades à já poderosa oferta do Game Pass.
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