Todo ano temos jogos que surgem sem muito alarde e causam um impacto relevante na indústria de jogos. Só para pegar exemplos recentes, tivemos o PUBG com a popularização do Battle Royalle, o Auto Chess, em 2019, com as suas mecânicas bem únicas, o Among Us que virou uma febre mundial e assim por diante. Em 2021, ainda bem, parece que teremos mais jogos surpreendentes assim e o primeiro já apareceu: Valheim.
Com pouco mais de uma semana do seu lançamento no Steam, o título do pequeno estúdio sueco Iron Gate já acumula mais de um milhão de cópias vendidas. No momento em que esse artigo está sendo escrito, o jogo tem picos diários de mais de 200 mil jogadores e não dá sinal de desacelerar. Mas afinal, o que é o Valheim? Qual é a razão de seu enorme sucesso?
Simplificação da fórmula
Valheim é um jogo de sobrevivência, gênero que é muito popular no Steam. Você já deve ter ouvido falar de Day Z, Rust, Ark ou mesmo Conan: Exile, que são sucessos mais recentes.
Jogos desse gênero são lançados quase que mensalmente na plataforma, mas Valheim atingiu o que a maioria não consegue e que mesmo os medalhões demoraram anos para conseguir em apenas uma semana.
O principal motivo para todo esse sucesso é a acessibilidade do jogo, que simplificou as mecânicas clássicas do gênero para algo bem mais intuitivo. Quem é macaco velho em jogos de sobrevivência sabe que a principal barreira de todos esses títulos é a curva de aprendizado.
Às vezes ações simples e essenciais do jogo, como construir um machado ou erguer as edificações de uma casa exigem muito tempo de tentativa e erro do jogador.
Valheim dá liberdade total para o jogador e deixa que ele descubra muito do que pode ser feito sozinho, uma característica clássica do gênero, mas com um NPC em forma de corvo que ensina logo o básico para o jogador com tutoriais simples e rápidos. Em questão de minutos o jogador já consegue construir a sua primeira casa, armas e sair em combate ou explorando atrás de mais recursos.
A interface também é bem simples e intuitiva, longe daqueles inventários repletos de abas com informações exageradas na tela. É fácil fazer o que é preciso e descobrir coisas novas que deixam a vontade de jogar mais renovada.
Por fim, o jogo também foca no que é divertido e deixa a parte mais maçante do gênero como detalhe. Sistemas de comida, sede e temperatura, por exemplo, que são muito punitivos na maior parte dos jogos de sobrevivência, aqui são detalhes que podem garantir bônus importantes de atributos, mas não trazem aquela necessidade constante de preocupação, que te afasta de continuar a fazer o que gostaria para se ocupar com a parte repetitiva e chata.
Valheim segue a lógica que deu certo com jogos como League of Legends, Overwatch, Fortnite, Hearthstone e tantos outros.
Valheim simplifica os conceitos de um gênero complexo e foca no que faz dele divertido
Essa característica dá aos jogadores uma experiência agradável e que pode ser aproveitada instantaneamente, sem exigir horas de aprendizado punitivo.
Leve, otimizado e sem deixar de ser visualmente agradável
Um dos pilares de um jogo popular é estar acessível para muita gente e Valheim faz isso muito bem. Os outros concorrentes do gênero apostam em gráficos mais realistas, e como o gênero exige um mundo aberto, geralmente passam anos com problemas de performance e bugs, dificultando o acesso de muita gente.
Já o Valheim utiliza uma estética Lo-fi, que simula os gráficos dos primórdios do 3D. Os modelos utilizados são bem simples, mas com o uso de shaders e iluminação de qualidade ficam muito agradáveis visualmente, o que torna o jogo bem leve sem deixar de ser bonito.
Para se ter uma ideia, o jogo pesa menos de um giga. Isso mesmo, meros 700 megas de espaço são necessários no seu HD para armazenar o Valheim. Nos requisitos mínimos estão uma mera GTX 500 com um processador dual core.
Some tudo isso com uma otimização bem aceitável e pouquíssimos bugs e você tem uma enxurrada de boas recomendações na plataforma. Neste momento o jogo conta com mais de 26 mil análises no Steam, com 96% delas positivas, algo raríssimo no gênero e que ajuda o título a se popularizar ainda mais.
Vikings são a moda do momento
Com a série Vikings em alta, God of War bebendo da mitologia nórdica e o mais recente Assassin's Creed Valhalla contando sobre as invasões Vikings na Inglaterra, a temática talvez nunca esteve tão em alta na indústria do entretenimento como agora.
Criar um jogo de um gênero popular, com uma temática da moda e ainda com qualidade e diversão é uma combinação imbatível.
Early Access de verdade
O modelo de Early Access, ou acesso antecipado, em que Valheim se encontra, foi criado para que os jogadores pudessem ter acesso a um modelo ou corte do jogo final e então participar do seu desenvolvimento, com feedbacks e sinalização de eventuais bugs.
Enquanto isso o estúdio também ganha por ter uma entrada de capital antes do lançamento, que ajuda a progredir no desenvolvimento do game.
O problema é que muitos jogos, principalmente dentro do gênero sobrevivência, focam só na segunda parte. Alguns títulos nesse modelo são entregues repletos de bugs, com promessas incríveis demais para serem verdade ou ainda com um conteúdo muito curto por um preço alto. No caso do Valheim é o contrário.
O jogo tem um roadmap bem conservador, sem muitas promessas mirabolantes. Ao mesmo tempo, há um botão logo no menu de título para reportar bugs e dar dicas ou fazer pedidos aos desenvolvedores adicionarem em futuras atualizações.
O conteúdo também é bem amplo, com vários chefes para serem invocados, um mundo aberto com vários inimigos e muitas receitas para craft. O melhor de tudo é o preço, modestos R$37,99 no Steam neste momento.
É a essência do que de melhor se pode entregar em acesso antecipado: preço barato para quem escolhe entrar nesse início, bom conteúdo, polimento em dia e promessas realistas.
Com todos os fatores acima, Valheim surpreende por ter surgido sem muito alarde, mas o sucesso do produto é fruto de uma entrega competente e interessante dentro de um gênero que parecia saturado, respeitando o jogador em todas as frentes.
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