Blizzard: Presidente J. Allen Brack renuncia após acusações de assédio
Após a Activision Blizzard ser processada por racismo, discriminação e assédio a funcionários, Daniel Alegre, Presidente da Activision Blizzard, informou hoje (03) em comunicado oficial aos funcionários e acionistas que Jay Allen Brack, até então Presidente da Blizzard Entertainment e um dos responsáveis pela Blizzcon será substituído efetivo-imediato por Jen Oneal e Mike Ybarra que dividirão as "responsabilidades operacionais e de responsabilização" da empresa.
O discurso oficial afirma que Brack deixou a empresa para buscar novas oportunidades, mesmo sendo um dos envolvidos nos processos por assédio sexual e descriminação divulgados recentemente.
Na Blizzard desde 2006, J. Allen Brack foi produtor executivo de World of Warcraft, e assumiu a presidência da Blizzard Entertainment em 2018, substituindo Mike Morhaime, sendo um dos rostos por trás da Blizzcon, evento anual da desenvolvedora.
Sendo assim, Jen Oneal e Mike Ybarra irão compartilhar a liderança da Blizzard Entertainment, mas quem são eles?
Jen Oneal atuou como Vice Presidente de Desenvolvimento das franquias Overwatch e Diablo desde janeiro, desde a aquisição da Vicarious Visions, desenvolvedora do remake de Tony Hawk's Pro Skater 1+2 e Crash Bandicoot N. Sane Trilogy.
Já Mike Ybarra está na Blizzard desde 2019, como diretor geral e vice-presidente executivo, cargo que também ocupou por 20 anos na Xbox.
Segundo Alegre, ambos trabalharão em conjunto para garantir que a Blizzard seja "um ambiente de trabalho o mais seguro e acolhedor possível para mulheres e pessoas de todos os gêneros, etnias, orientação sexual e antecedentes: assegurando e reforçando os valores [da empresa]", e reconquistar a confiança das equipes, público e investidores.
O que aconteceu?
Diversos escândalos envolvendo a Activision Blizzard surgiram recentemente envolvendo diretores, supervisores e outros responsáveis da empresa. Mais de mil e quinhentos funcionários da empresa e colegas da Ubisoft levantaram uma carta aberta pedindo respostas por esses atos, negligenciados pela Blizzard desde então.
A causa ganhou ainda mais força com o Estado da Califórnia movendo um processo contra a empresa, após seu CEO Bobby Kotick estar relacionado desde 2019 a Jeffrey Epstein, um dos maiores traficantes sexuais de menores dos Estados Unidos. Além disso, em 2018 um funcionário da Activision instalou câmeras nos banheiros para espionar colegas de trabalho.
Alex Afrasiabi, ex-diretor criativo de World of Warcraft, era um dos responsáveis por incentivar um ambiente de assédio. Durante as convenções, Afrasiabi assediou funcionárias e tentava beija-las à força, além de ter um quarto de hotel nomeado como: Cosby Suite, em referência a Bill Cosby, ex-ator e comediante estadunidense acusado por inúmeras mulheres por crimes como estupro, agressão, distribuição de Boa noite, Cinderela, assédio sexual e abuso sexual de menores.
A homenagem dos funcionários da Blizzard veio com direito à foto coletiva com um retrato do ator:
Afrasiabi foi demitido em 2020, e pessoas relataram à IGN que salas destinadas à amamentação não possuiam fechadura, e que algumas vezes homens entravam "inadvertidamente" no local e ficavam observando. "Não havia como trancar a porta. Eles ficavam olhando e eu tinha de gritar para eles saírem", comentou a fonte anônima.
Além disso, Emily Mitchell revelou que durante uma feira de emprego em cibersegurança, em 2015, ouviu de funcionários da Blizzard perguntas sobre se ela gostaria de ser "penetrada", como uma péssima piada em referência à invadir sistemas de computador.
Vale lembrar que essa é mais uma saída de alguém de alto cargo da Blizzard. Em abril, Jeff Kaplan, ex-diretor de Overwatch e ex-líder da equipe de World of Warcraft, deixou a empresa.
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