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Ghost of Tsushima Director's Cut aposta na repetição do que já era ótimo

Ghost of Tsushima Director"s Cut - Reprodução/Sucker Punch
Ghost of Tsushima Director's Cut Imagem: Reprodução/Sucker Punch

Por Victor Bianchin

Colaboração para o START

22/08/2021 04h00

Para um ano tão conturbado e repleto de adiamentos como foi, até que 2020 entregou uma safra muito boa de jogos. Não fosse a existência de The Last of Us 2 e Hades, provavelmente Ghost of Tsushima teria ensacado quase todos os prêmios de jogo do ano mundo afora. E com justiça: a aventura em mundo aberto da Sucker Punch é um dos trabalhos mais complexos e minuciosos a aparecer no PlayStation em anos.

A recém-lançada Director's Cut é uma desculpa deliciosa para voltar ao mundo de Jin Sakai e sua luta contra a invasão mongol. São muitas melhoras técnicas, mas a estrela do pacote é a expansão da história, que equivale, em duração, a um arco inteiro da campanha original. São cerca de cinco horas para completar a missão principal na Ilha de Iki e o dobro disso para realizar todas as quests paralelas e investigar todos os locais.

Para começo de conversa, vale dizer que transferir seu save da versão de PS4 para a de PS5 é extremamente fácil (mas requer a PlayStation Plus). Diferentemente de Spider-Man Miles Morales, por exemplo, você não precisa instalar e rodar a versão antiga para subir o save na nuvem - a Director's Cut já faz isso sozinha. Depois, é só baixar, o que leva poucos segundos.

A partir daí, é só continuar o jogo de onde você parou e procurar no mapa o marcador da missão que levará você à ilha Iki. Essa aventura fica acessível assim que você inicia o Ato 2 da saga principal.

Na história, Jin fica sabendo da Tribo da Águia, um agrupamento de mongóis que usa xamãs como líderes e bebe veneno alucinógeno. Temendo que esses vilões invadam Tsushima, o herói viaja para a ilha Iki para cortar o problema pela raiz. O problema é que o lugar foi palco de um momento doloroso na vida de Jin e, para enfrentar a Águia e seus comparsas, ele precisará também confrontar seu passado.

A história não tem muita ousadia (você já sabe como vai acabar desde a hora em que ela começa), mas consegue entreter. Depois que ela se apresenta, você fica livre para viajar pela ilha Iki e fazer o que sabe melhor: destruir acampamentos mongóis, procurar colecionáveis e tirar fotos arrebatadoras.

Há uma habilidade nova que permite usar seu cavalo como aríete para atropelar e matar os inimigos. Ela é assustadoramente divertida e bem balanceada, já que gasta Determinação, o que impede que seja usada indiscriminadamente.

Quem já tinha esquecido como lutar nesse jogo vai lembrar rapidinho, mudando de pose ("stance") conforme o inimigo e calculando a hora certa de apertar L1 para aparar os ataques.

Os mongóis estão mais fortes (os xamãs cantam durante as brigas para aumentar a moral das tropas). Mas o nível de desafio permanece o mesmo - jogando na dificuldade Normal, você provavelmente não vai morrer nenhuma vez.

Uma das melhores mudanças da Director's Cut é a possibilidade de atribuir amuletos específicos para cada armadura, em vez de ter que ficar trocando manualmente. Essa opção está escondida, pois é preciso habilitá-la primeiro no menu de Opções. Depois que você começa a usá-la, porém, é um caminho sem volta - ninguém aguenta ficar anotando os sets de amuletos ideais para cada armadura.

Ghost of Tsushima Director's Cut - Divulgação/Sucker Punch - Divulgação/Sucker Punch
Imagem: Divulgação/Sucker Punch

Aliás, construir um bom build de arqueiro com a armadura de Tadayori vai ser útil nessa expansão, já que há um novo minigame em Iki: as provas de arquearia. Você precisa destruir um número determinado de lâmpadas com seu arco antes que o tempo acabe. Quanto menor o tempo, melhor a recompensa. Quem curte fazer 100% no jogo vai se divertir testando as melhores estratégias para conseguir o ouro em todas as localidades.

Há uma nova armadura para conquistar, novos amuletos para colecionar, novos bambus para cortar e muitas bandeiras e registros para encontrar. A maior mudança são os santuários, que agora homenageiam animais diversos (em vez de só raposas) e exigem um minigame com o sensor de movimento do DualSense para serem completados.

A Director's Cut traz feedback háptico no controle DualSense, que é especialmente sentido quando você usa o arco ou o gancho de escalada. Também é gostoso sentir os passos do cavalo enquanto você monta e o vento correndo quando você aciona o comando para ser guiado por ele.

Ghost of Tsushima Director's Cut - Divulgação/Sony Interactive Entertainment - Divulgação/Sony Interactive Entertainment
Imagem: Divulgação/Sony Interactive Entertainment

A imersão fica ainda maior com a exibição em 4K e 60 fps no PS5, assim como o áudio em 3D. O visual, que já era maravilhoso, ficou espetacular. Outro aditivo muito bem-vindo é o lip sync para a dublagem japonesa, antes impossibilitado pelo hardware do PS4.

Os tempos de carregamento caíram bastante no PS5. Ainda assim, cada armadura ainda leva alguns segundos para ter sua visualização apresentada no menu, algo que deveria ter sido consertado.

No geral, a Director's Cut de Ghost of Tsushima serve para coroar um jogo que já era ótimo. As mudanças pontuais não disfarçam que a ilha de Iki funciona de forma quase idêntica à de Tsushima. Você vai encontrar mais do mesmo, sim, mas como reclamar quando o mesmo é tão bom? Cavalgar com Jin Sakai pelos campos floridos do Japão deixando uma trilha de sangue mongol pelo caminho ainda é, um ano depois, uma experiência inesquecível.

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