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OPINIÃO

Deathloop é mais surpreendente do que parece; veja review e gameplay

Imagem: Divulgação/Bethesda

Por Rodrigo Lara

Colaboração para o START

15/09/2021 04h00

Quando falamos que um game é repetitivo, geralmente isso é colocado como uma característica ruim, capaz de entediar quem está jogando. Uma experiência chata, assim por dizer.

A premissa de Deathloop seria desanimadora para quem curte games capazes de inovar e oferecer experiências variadas: o protagonista é uma pessoa sem memória, presa em uma ilha e fadada a (re)viver sempre o mesmo dia, várias e várias vezes, até descobrir por quê.

Mas não se engane: resumir Deathloop a esse ciclo é arranhar levemente a superfície de um jogo que, dentro de seus acertos e erros, consegue surpreender com uma história intrincada, uma jogabilidade divertida e, pasmem, uma liberdade maior do que você pode imaginar.

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Confira os primeiros 35 minutos de gameplay abaixo; a review continua logo em seguida.

Perdido na ilha

Acredite: revelar qualquer detalhe sobre o protagonista, Colt, poderia estragar as reviravoltas da trama. Então, vamos pular essa parte.

Colt acorda na praia da ilha Blackreef, sem saber de onde veio e para onde vai. Nos primeiros metros de exploração, vê frases desconexas escritas no ar, uma submetralhadora, um pouco de munição. Ao passar por uma porta, entra em um bunker com um mural, acha um item para hackear dispositivos eletrônicos e começa a receber mensagens de uma mulher chamada Julianna.

Esse comecinho já demonstra como Deathloop sabe parcelar as novidades para o jogador no ritmo certo. As primeiras horas de gameplay são consumidas para você se dar conta que está preso num loop temporal; começar a entender a origem do fenômeno; e, principalmente, descobrir o jeito de quebrá-lo.

Interrompendo esse fluxo, porém, estão os constantes tutoriais. Para algumas mecânicas mais complexas, eles são justificáveis. É bom saber que "olha, isso aqui funciona assim". Mas, no geral, a quantidade de explicações ultrapassa (e muito) o limite da nossa irritação.

Imagem: Divulgação/Bethesda

Liberdade controlada

A exploração por Blackreef não é, exatamente, livre. Antes de sair para cumprir suas missões, o jogador precisa escolher três coisas: seu objetivo, um dos quatro distritos a ser investigado e um dos quatro períodos do dia (manhã, meio-dia, tarde e noite).

As múltiplas combinações entre local e hora do dia permitem 16 cenários cujas diferenças vão além da estética. Pode haver mais (ou menos) inimigos; caminhos livres ou interrompidos; e, claro, tarefas que só podem ser completadas em horários e lugares específicos.

Para terminar o jogo, é preciso acabar com oito inimigos principais, os Visionários, em um único dia. Na prática, isso significa que você terá que matar dois deles (ou mais) em cada um dos quatro períodos. Se morrer mais de duas vezes, terá de voltar para o início do dia e refazer seus passos. Dependendo do caso, precisará coletar armas e itens novamente.

Imagem: Divulgação/Bethesda

Parece um pouco frustrante, especialmente porque é fácil morrer em Deathloop. Mas há mecanismos que atenuam essa sensação. Um deles é a mecânica de infusão, que permite ao jogador escolher quais armas e itens permanecerão em caso de morte. Para isso, você usa uma espécie de essência coletada em itens brilhantes que encontra no cenário ou recolhe de inimigos abatidos.

Outro ponto é que você não perde a memória do que já aconteceu. Então, você pode ir direto ao ponto, em vez de refazer vários passos da missão a cada nova tentativa. Em Deathloop, informação é mesmo poder: tudo que você aprende ajuda Colt a traçar planos e se preparar de antemão para "futuros" desafios.

Imagem: Divulgação/Bethesda

Tiro, poderes e bombas

Deathloop traz uma das marcas registradas da sua produtora, Arkane: a jogabilidade que mistura tiros e poderes, como nos sucessos Dishonored e Prey.

Colt tem à disposição um facão, armas de fogo (algumas especialmente úteis, como a que dispara pregos e permite matar silenciosamente à distância) e dons sobrenaturais que podem ser coletados de inimigos específicos.

Assim, cada jogador pode encarar os confrontos do jeito que for mais adequado ao seu estilo - por meios furtivos ou mais violentos, por exemplo. É outro elemento de variedade no game.

Um certo incômodo: há pouca distinção na sensação de disparar cada tipo de arma. Claro, Deathloop não tem a mesma ênfase na mecânica de tiro que jogos como Call of Duty ou Battlefield - mas ela é certamente mais importante aqui do que em Dishonored, por exemplo. Então, merecia um pouco mais de atenção da Arkane.

Imagem: Divulgação/Bethesda

Felizmente, isso não torna os combates menos divertidos. Principalmente nos encontros com Julianna, uma espécie de Nemesis (em referência ao monstro de Resident Evil 3 que persegue o jogador).

O mais interessante é que essa antagonista, que aparece de tempos em tempos para atrapalhar a vida de Colt, pode ser controlada por outro jogador, em um modo com progressão à parte do jogo principal. É um sistema de invasões de mundo que lembra muito Dark Souls.

Um ar de James Bond retrô

Tanto a música quanto o visual de Deathloop fazem referência aos anos 1960 e 1970, criando uma atmosfera nostálgica e deixando a jornada de Colt com um ar de "thriller de agente secreto". É um dos grandes acertos do game, sem dúvida.

De maneira geral, o jogo roda tranquilamente e tem um visual maneiro tanto no PlayStation 5 quanto no PC. Mas, no console da Sony, há uma ressalva: o modo com Ray Tracing ativado reduz o game a 30 quadros por segundo. Não inviabiliza a diversão, claro, mas é um pouco frustrante ver um game lançado em 2021 com esse tipo de limitação.

Em contrapartida, donos do PS5 saem na frente com o sistema de feedback háptico do controle, muito bem aproveitado na mecânica do jogo.

Deathloop não é um game para todo mundo: quem curte um estilo de ação mais direto ao ponto pode ficar um pouco entediado. Mas, quem decidir investir seu suado dinheirinho dificilmente se arrependerá. É uma mistura de elementos de gêneros como roguelike, tiro em primeira pessoa e metroidvanias (por que não?), com mecânicas de furtividade e investigação - tudo isso amarrado numa narrativa cativante. Será que a gente quer mesmo sair da ilha?

Imagem: Divulgação/Bethesda

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