GTA RP: servidor grande pode custar R$ 15 mil por mês; conheça bastidores
O GTA RP, modo de jogo que permite role-playing (interpretação de papéis) no universo de Grand Theft Auto, é um fenômeno no Brasil, com milhões de visualizações e dezenas de milhares de jogadores no Brasil. Mas esses "shows" não seriam possíveis sem um "palco" - os servidores.
Ainda que não seja tão complexo quanto o de um battle royale como Free Fire, manter um servidor de GTA RP não é tarefa simples. Envolve custos financeiros, planejamento criativo e gestão de pessoas.
E tudo isso sem ajuda de uma grande empresa por trás - a Rockstar Games, dona da marca GTA, não atrapalha os fãs de RP, mas também não ajuda.
Então, quem encara esse trabalho? O START conversou com responsáveis por servidores de GTA RP para ver o que há atrás das cortinas.
De RS 500 até 15 mil
O primeiro passo para um servidor funcionar é contratar um serviço de hospedagem. Em resumo, é a alocação de informações na nuvem. O valor varia, dependendo da quantidade de jogadores simultâneos suportados, por exemplo.
No caso do FiveM, client de GTA RP para GTA 5, um servidor estável de pequeno porte pode sair pela bagatela de R$ 3 a 5 mil mensais. É o que revela Igor Ferreira, um dos fundadores do Bahamas, um dos principais servidores de GTA RP do Brasil.
No SAMP, voltado ao RP no jogo GTA: San Andreas, esse custo é bem mais acessível: cerca de R$ 500, segundo Bruno Leonardo, responsável pelos servidores PlayVício.
Mas o valor final é sempre maior, porque o servidor pode exigir o suporte de vários profissionais. Caso seja formalizado como empresa, impostos também entram na conta. "Para um servidor grande, o custo real, em média, é de 15 mil reais", diz Ferreira, se referindo ao FiveM.
Força de trabalho voluntária
Responsáveis por servidores ouvidos pelo START revelam que suas maiores despesas são com funcionários e prestadores de serviço, especialmente na área de tecnologia.
"O gasto com a equipe representa 65% do total", conta Gustavo Santos, do servidor de MTA (outro client de GTA: San Andreas) Destiny Roleplay.
Cidade Alta, um dos mais famosos servidores de FiveM, diz ter 44 empregados, porém não especifica valores.
É um caso excepcional: a maioria dos servidores não mantém sob contrato todos que o ajudam a funcionar. Boa parte dessas pessoas são voluntárias, seja porque são menores de idade, seja porque não há condições de oferecer uma remuneração.
"Isso é muito frequente", confirma Leonardo, cujo PlayVício conta com "muitos voluntários".
"Dependendo do tamanho do servidor, do que quer e propõe, algumas pessoas são remuneradas", diz Ferreira. "Cada servidor tem o seu modo de atuar e trabalhar."
No Destiny Roleplay, por exemplo, há quem receba salário fixo por contrato, mas os voluntários recebem bonificações mensalmente, além de participarem de atividades recreativas. "Não é comum em outros servidores", afirma Santos.
E de onde vem a grana?
Assim como quase tudo em GTA RP, as formas de captar recursos financeiros variam.
"Não há uma fórmula pronta. Tudo depende de como a empresa deseja segmentar os jogadores que estão presentes na plataforma", explica Santos.
Nos servidores da PlayVício, jogadores podem adquirir itens e benefícios exclusivos com dinheiro real. Já o Cidade Alta permite a compra de objetos cosméticos diversos, algo também. O Bahamas também tem essa opção, além de oferecer prioridade na fila para entrar no servidor e aceitar doações diretas da comunidade.
Além disso, alguns servidores possuem parcerias de publicidade com empresas sem ligação direta com games. A loja de comércio eletrônico Kabum já realizou ação no Bahamas, enquanto o Cidade Alta já teve um carnaval virtual patrocinado por marcas como Tinder e Trident.
Lucros? Não são revelados. Mas os entrevistados destacam que uma boa parte do que entra em caixa é reinvestido no próprio servidor.
Esse reinvestimento é importante também para manter outro aspecto do modelo de negócio: a presença de grandes influenciadores. Otimização, novidade e qualidade da transmissão são essenciais para uma boa stream ou vídeo.
"O servidor é como se fosse o ambiente de trabalho da galera que joga, porque é ali onde eles criam conteúdo", pontua Ferreira.
"Todo o valor que recebemos com a venda de cosméticos é reinvestido na nossa equipe, para garantir a melhor qualidade para aqueles que querem apenas jogar no Cidade Alta ou para quem quer criar conteúdo dentro da plataforma", destaca Paulo Benetti, CEO da Outplay, proprietária do Cidade Alta.
Os criadores de conteúdo de GTA RP funcionam como divulgadores do servidor, que pode possuir ou não algum tipo de parceria com o influenciador. A relação pode ir de patrocínio a permissão para divulgar stream ou vídeo no Discord do servidor. Em qualquer um dos casos, eles são essenciais para o ecossistema de GTA RP.
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