"Tiro, porrada e bomba" seria uma forma bastante precisa de definir Battlefield 2042, que chega em 19 de novembro para PC, PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One e Xbox Series S/X.
O novo capítulo do FPS da EA coloca os jogadores em batalhas intensas, com cenários variados e elementos imprevisíveis. É um verdadeiro suco de caos, com potencial para entreter por muito tempo.
Ainda assim, o game traz diversos pontos que carecem de melhorias e, na forma como está no seu lançamento, pode acabar frustrando alguns jogadores. Abaixo, listamos três grandes acertos e três pontos que ainda precisam melhorar - ou poderiam ser simplesmente diferentes.
ACERTO: as partidas não se repetem
Em seus modos principais, Battlefield 2042 traz 128 jogadores em mapas gigantescos (no PS4 e no Xbox One, são apenas 64 participantes, em mapas mais limitados). Não precisa ser nenhum expert em jogos de tiro para saber que isso é a receita do caos.
Aqui, há um lado bom e um lado ruim. A parte "negativa" (entre aspas mesmo) é que, em Battlefield 2042, cada exército é composto por batalhões menores, de quatro jogadores, ao qual você é designado no começo da partida.
A cooperação entre esses membros é fundamental para sobreviver. Isso, por si só, já pressupõe comunicação e ações minimamente coordenadas - algo que não ocorre quando se joga sozinho em uma equipe com desconhecidos.
Por outro lado, quem arranjar amigos para montar esse grupo provavelmente irá se divertir bastante. Os mapas contam com elementos destrutíveis e oferecem uma tremenda variedade de ambientes.
Além disso, há também variáveis climáticas, como tempestades que surgem do nada e são capazes de mudar completamente o rumo das partidas. Isso faz com que cada sessão apresente situações distintas. Tudo parece sempre novo e inesperado.
ACERTO: o jogo está lindo
Salvo pequenos bugs, a experiência com o game foi bastante positiva. START testou a versão para PC e o visual do título realmente chamou a atenção.
Os cenários são bem construídos, detalhados e com ambientes bastante distintos entre si. Dá para ver que esse foi um dos pontos em que a equipe de desenvolvimento mais se empenhou.
É claro que isso acaba cobrando um preço. Battlefield 2042 não é exatamente leve. E, até mesmo por essa característica, quem jogar nos consoles da geração passada vai acabar enfrentando limitações de quantidade de jogadores, tamanho útil dos mapas e também de visual.
ACERTO: o Modo Portal traz nostalgia e variedade
Jogadores mais saudosos tendem a curtir o modo Battlefield Portal. Ele permite que se jogue partidas no formato de games clássicos da série, como Battlefield 1942, Battlefield 3 e Battlefield Bad Company 2. De forma mais geral, é como se esses games tivessem sido remasterizados ou refeitos para a atual geração.
Os mais criativos também tendem a gostar, porque essa modalidade permite uma imensa variedade de regras bem específicas. Ou seja: se o jogo tradicional dificilmente causaria uma sensação de repetição, ela é praticamente impossível com o Modo Portal e suas infinitas customizações.
ERRO: nem toda inovação vale a pena
Apesar da jogabilidade ser bem clássica e não causar estranhamento a quem tem o mínimo de familiaridade com a série, algumas novidades boas no papel acabaram não sendo tão úteis na prática.
Um exemplo é a possibilidade de mudar os adereços das armas instantaneamente. A ideia parecia muito boa em trailers e também se mostrou interessante no teste beta de que participamos, mas acaba sendo esquecida ao longo das partidas.
Seria mais interessante, por exemplo, dar mais uma ênfase à montagem prévia de conjunto de armas, de maneira que os jogadores não precisassem se preocupar com isso durante as disputas. É uma solução menos inovadora, mas mais sólida.
Os menus também são bastante confusos e deixarão os jogadores perdidos em suas primeiras experiências.
ERRO: a importância dos veículos está desequilibrada
Essa é, de longe, a principal falha do game. Ter muitas opções de veículos completamente operacionais é um dos principais atrativos da série, mas em Battlefield 2042 eles são poderosos (e numerosos) além da conta.
Na prática, o que acontece é que soldados a pé têm pouquíssimas chances contra um veículo, seja ele do tamanho que for. É comum, por exemplo, você estar prestes a tomar um objetivo, em superioridade numérica, e, do nada, um hovercraft armado até os dentes simplesmente elimina dezenas de soldados. Ou, ainda, um helicóptero dispara uma salva de foguetes e destrói completamente equipes inteiras.
Aos soldados, resta revidar com foguetes ou minas terrestres, mas são necessários vários disparos para causar qualquer dano real.
É claro que ambas as equipes têm esses veículos à disposição, mas eles deveriam atuar como ferramentas de apoio. Na configuração atual, elas têm papel de protagonista.
ERRO: o sistema de especialistas não vai bem
Eis talvez o maior vacilo: apostar em um sistema de especialistas. Nos games anteriores, havia uma intuitiva divisão por classes: assalto, médico, sniper e engenheiro. Agora, cada especialista tem uma afinidade específica, como elementos mais comuns à antiga classe de assalto, por exemplo.
A diferença entre eles está em habilidades únicas, como a possibilidade de usar um gancho retrátil para alcançar lugares mais distantes, curar mais rápido ou, ainda, montar uma torreta que atira automaticamente nos inimigos. De resto, a escolha de quais armas eles levarão é livre.
Isso acaba criando certa confusão, por desarticular o clássico sistema de especialidades e deixar os personagens sem personalidade. A "correção", porém, é fácil. Uma opção seria a EA liberar o antigo sistema de classes e deixar essas habilidades adicionais passíveis de serem seleçionadas ou não. Outra seria emular Rainbow Six Siege: criar personagens mais fechados. Ficar no meio do caminho, como é o caso de Battlefield 2042, acabou não sendo uma boa solução.
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