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ANÁLISE

Far Cry 6: DLC de Pagan lembra roguelike e permite um novo rumo à franquia

Divulgação/Ubisoft
Imagem: Divulgação/Ubisoft

Por Marcelo Ferrantini

Colaboração para START

11/01/2022 14h57

A Ubisoft lançou, nesta segunda-feira (10) a segunda DLC de Far Cry 6. E, assim como a primeira, Vaas: Insanity, o jogador assume o papel de mais um dos vilões da franquia, em uma caminhada de redenção. Desta vez, é Pagan Min, de Far Cry 4.

Pagan: Control oferece a chance de viver como o mais egocêntrico e dissimulado antagonista da série. E traz não só uma visão "do outro lado", mas também um estilo bem diferente de jogabilidade do que normalmente se vê em FPS.

Assim como na primeira DLC, Pagan: Control inova ao aproximar Far Cry 6 de um roguelike independente, como Rogue Legacy e Dead Cells. Ambos são exemplos perfeitos para explicar as novas mecânicas.

A cada caminhada pelo mapa, o jogador é compelido a melhorar a mira, e outros atributos, usando o "respeito" - praticamente uma unidade monetária para obter armas, mais velocidade, mais vida e outras vantagens.

No entanto, a cada morte, você perde todo o respeito não gasto e é forçado a recomeçar do zero. Os atributos permanentes se mantêm disponíveis, mas todo o resto (inclusiver as armas) é resetado.

Roguelike de mundo aberto

A grande diferença entre Pagan: Control e Dead Cells ou Rogue Legacy é o estilo básico do jogo. O mundo aberto em um FPS de primeira pessoa dá bastante liberdade para você decidir sua caminhada. Vai buscar respeito até ter todos os atributos melhorados, para ter mais facilidade ao cumprir suas missões? Ou vai tentar explorar o mundo aberto, batendo de frente com os obstáculos que encontrar? Ou talvez até ir direto para as missões principais, espalhados no mapa, apenas com a pistola?

Far Cry 6, DLC Pagan: Control - Divulgação/Ubisoft - Divulgação/Ubisoft
Imagem: Divulgação/Ubisoft

O estilo metroidvania roguelike dos outros jogos acaba criando uma linearidade quase inescapável. Em Far Cry, isso não acontece: o mundo é inteiro seu. Esse é o charme de Pagan: Control: a liberdade para descobrir os maores segredos de um dos vilões mais carismáticos da série triple A que melhor constrói vilões no mundo.

Vaas já apresentou uma aventura incrível, muito mais insana que a de Pagan Min. No entanto, as situações criadas pela mente de Min transformam o mundo a cada momento. Desde escalar uma torre distorcida, em um terreno torto, elevado lateralmente, como numa das melhores cenas do filme "A Origem", até encarar os "fantasmas da mente" ao cair da noite.

Isso é, se você chegar até a noite... Porque Pagan: Control é difícil. E esse é outro grande trunfo da DLC.

Você vai morrer e está tudo bem você morrer. O jogo quer mesmo que você morra, recomece, tome um caminho diferente e procure novidades, arcas de respeito para coletar, novos santuários ou casas seguras no meio do campo. Ele quer que você veja o mapa inteiro. Não é um mapa tão grande assim, e você vai passar a entender para onde deve ir quando quiser fazer cada um dos objetivos principais ou secundários do jogo.

Pagan mostra o caminho

Se você não é um grande fã de roguelike, não tem problema. A ação é boa. Os santuários para desbloquear as armas são desafios divertidos: eliminar um determinado número de inimigos - e, quanto mais poderosa for a arma em disputa, maiores os grupos que você precisa enfrentar para garantir uma chance melhor, possivelmente em sua próxima tentativa.

Far Cry 6, DLC Pagan: Control - Divulgação/Ubisoft - Divulgação/Ubisoft
Imagem: Divulgação/Ubisoft

Você não levará muito tempo para terminar. É, de fato, um conteúdo adicional, que não mexe com a história principal. E apresenta um possível novo rumo para a série, que já tem histórico de bons spin offs, com Far Cry Primal. Ela pode estender esses arcos de redenção de Vaas, Min e Joseph Seed (vilão do quinto jogo e astro da próxima DLC).

A Ubisoft já tinha acertado com a história principal de Far Cry 6, e as DLCs dos vilões estão complementando um jogo que deveria ter sido mais premiado no fim de 2021. A série voltou aos seus bons momentos e mesmo assim está inovando em busca de uma nova direção - e mais assertivamente do que se esperava.

Pagan: Control vale cada segundo da experiência, tanto do roguelike mundo aberto FPS, quanto do jogo de tiro que se espera da franquia. Que sirva de exemplo para outras grandes séries que estão caindo na mesmice.

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL