Rainbow Six: Extraction muda a dinâmica da franquia. Para melhor ou pior?
A Ubisoft lança, nesta quinta-feira (20), Rainbow Six: Extraction, a nova edição da série que leva o nome do grande autor de livros de guerra tecnológica, Tom Clancy. O jogo inova ao propor um desafio de single player e multijogador cooperativo para dar sequência ao maior sucesso recente da franquia, Rainbow Six: Siege. No entanto, a mudança tem muito mais pontos negativos do que positivos.
A trama foca na ameaça de uma epidemia causada por um parasita trazido do espaço por uma cápsula russa. Ela foi derrubada na cidade de Truth or Consequences e os operadores já conhecidos de Rainbow Six: Siege, são a grande esperança da Terra para salvar seus habitantes.
A mecânica é basicamente a mesma. Cada operador possui um loadout, montado a partir de uma opção pré-selecionada de armas disponíveis, além de gadgets específicos para cada um. Agora, também existem recursos tecnológicos chamados REACT - que passam a incluir os drones terrestres, por exemplo.
Opções reduzidas
Como em Siege, os personagens possuem habilidades individuais. É como se os desenvolvedores de Extraction simplesmente tivessem pegado os códigos de programação do jogo anterior e aplicado na nova engine Ubisoft Anvil (a mesma de Assassin's Creed Vallhalla e Immortals Fenyx Rising). A epidemia surge apenas como uma "desculpa" para os operadores não mais combaterem entre si.
Dos 62 personagens de Siege, apenas 18 fizeram a passagem: Ela, Hibana, Lion, Sledge, Vigil, Gridlock, Finka, Alibi, Doc, Fuze, IQ, Jager, Nomad, Pulse, Smoke, Rook, Tachanka e Capitão. Ou seja: mesmo com um motor gráfico superior, em uma nova geração mais potente de consoles, e com mais tempo para trabalho em cima de uma base totalmente pronta, Extraction oferece menos de um terço dos operadores do antecessor.
Talvez a decisão de reduzir o plantel tenha sido tomada para favorecer a melhor mecânica de Extraction: a MIA, ou Missing in Action.
Quando o jogador morre em uma missão, o operador que ele usava fica "perdido em ação". É preciso retornar ao mesmo mapa, com outro personagem, e executar a "extração" (resgate) desse personagem.
Nada, porém, impede que a Ubisoft acrescente operadores em conteúdos adicionais (que inicialmente será comercializado em preço cheio).
Game... ou DLC?
A verdade é que Extraction funcionaria melhor como uma DLC para Siege. O jogo não é profundo o suficiente nem conta uma história inovadora o suficiente para ser um título independente.
Existem apenas 13 tipos de missões dentro de todo o game, seja caçando casulos do parasita, resgatando agentes perdidos em ação, ou eliminando alvos valiosos (alguns clichês do gênero FPS0.
Enquanto outras franquias, como Far Cry 6, se renovaram e trouxeram novos modos para jogos já estabelecidos, a Ubisoft optou por criar uma nova versão de um jogo ainda muito popular (principalmente nos esports), mas completamente fora do padrão competitivo estabelecido pelo antecessor - e com uma qualidade muito abaixo da dele. Nâo dá para compreender.
Extraction é tão alheio ao que Siege consolidou que não há nem o risco da nova versão canibalizar a antiga. Vale muito mais a pena continuar jogando Siege. (Isso é, se a Ubisoft não retirar o suporte ao jogo e à comunidade.)
Mas se Extraction simplesmente tivesse parado no nível de Siege, a gente estava no lucro. O problema é que ele dá um passo para trás, levando a série a um estilo ultrapassado de FPS. E amparado por uma história mais ultrapassada ainda. O clichê de repetir americanos e russos em lados opostos parece querer cativar nacionalistas americanos a levantarem suas bandeiras e gritarem "U-S-A!" a plenos pulmões.
Os jogadores estão cansados do mesmo estilo de missões repetitivas, mapas revisitados milhões de vezes e gameplays recicladas, versão após versão, em busca do público casual. Enquanto isso, o fã da série, que sempre apoiou Siege (até mesmo como eSport) se vê sob risco de perder um suporte mais do que necessário, diante de cheaters e hackers em todos os níveis do multiplayer online.
Para uma companhia que acertou tanto no lançamento do seu último triple A, a Ubisoft perde embalo em Rainbow Six com um título arremessado ao limbo. Se a Ubisoft Toronto ensinasse um pouquinho do que fez de certo com Far Cry 6, talvez o braço de Montreal não errasse o alvo em Extraction.
Rainbow Six: Extraction está disponível para Xbox One, PlayStation 5, PlayStation 4, Xbox Series X e PC.
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