Elden Ring renova fórmula de Dark Souls e é sério concorrente a jogo do ano
Desde sua primeira aparição, na E3 de 2019, Elden Ring virou um híbrido de lenda e meme. Convenhamos: a escassez de informações sobre o game colaborou bastante. Com novidades divulgadas a conta-gotas pela FromSoftware, muita gente duvidou até mesmo se ele, de fato, existia.
Sim, ele existe, está entre nós e o longo período de desenvolvimento não resultou em problemas. Pelo contrário: o game que chega na sexta (25) para PC, PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One e Xbox Series S e X renova de maneira ousada a fórmula consagrada por Dark Souls. E, sem exagero, praticamente não apresenta falhas em tudo que se propõe.
Mundão véio sem porteira
É impossível falar de Elden Ring sem citar Dark Souls. Isso não significa que ele seja um "Dark Souls 4", como já foi dito por aí. Fica claro desde o início: a colaboração entre Hidetaka Miyazaki e o escritor George R. R. Martin (de Game of Thrones) resultou em uma história palpável (ainda que recheada de mistério revelados aos poucos), cuja compreensão não depende da leitura da descrição de itens, como ocorria em Dark Souls.
A missão do jogador é reunir os fragmentos do Elden Ring (Anel Prístino, em português), derrotando os atuais portadores corrompidos por desses pedaços. Quem restaurar o artefato se tornará o próximo Elden Lord (Lorde Prístino).
A aventura se passa nas chamadas Terras Intermédias, um mundo com praias, montanhas, florestas, diversos outros biomas e enormes construções medievais.
E, aqui, Elden Ring já começa a brilhar: é um cenário povoado, com animais selvagens, flora diversificada, inimigos e monstros gigantescos. É aquele tipo de "mundo aberto" onde você se sente que tudo é possível. Se você enxerga um lugar, pode chegar até lá. Lembra bastante The Legend of Zelda: Breath of the Wild, mas mais "adulto".
É diferente, portanto, de Dark Souls, que sempre teve áreas grandes, mas até certo ponto isoladas.
Para explorar esse mundo, o jogador conta com duas ferramentas poderosas: um cavalo espectral, chamado Torrent, e um botão de pulo dedicado, que adiciona uma verticalidade inédita nos games da FromSoftware.
Isso também faz de Elden Ring um game pouquíssimo linear. É claro que os jogadores podem ignorar as inúmeras masmorras e cavernas e simplesmente seguir o fluxo da história. Mas não é uma boa ideia. As atividades opcionais são ótimas oportunidades para adquirir runas (a "moeda" do jogo, usada para comprar itens e também evoluir o personagem) e materiais para a criação de itens (outra novidade de Elden Ring).
Além disso, essa exploração te coloca frente a frente com chefes opcionais bem interessantes. Explorar as Terras Intermédias é, por si só, divertido, já que toda hora o jogador acaba descobrindo coisas novas.
Dificuldade na medida certa
Um dos pontos que afastam muitos jogadores de games similares a Dark Souls é a alta dificuldade. Aqui, Elden Ring faz um esforço para agradar a "gregos e troianos".
Não, não há uma seleção de dificuldade (e, sim, isso seria bem-vindo, tanto para facilitar a vida de novatos no gênero quanto de quem está mais interessado no desenrolar da história do que no desafio em si). Há, porém, elementos que aliviam a sensação de frustração típica de jogos do gênero soulslike.
Há muitos locais de graça, que funcionam como as fogueiras de Dark Souls e servem para o jogador descansar, recarregar as barras de energia e preencher os frascos usados para se curar. Raramente você terá que andar muito até encontrar esse santuário, então dificilmente você perderá em definitivo as runas conquistadas.
Há também uma mecânica de compensação. Ao derrotar grupos de inimigos, especialmente na parte aberta do mapa, você recebe uma recarga variável na quantidade de uso dos frascos de cura. É um alento, especialmente após confrontos difíceis.
Por fim, é possível viajar instantaneamente entre os locais de graça - uma ajuda e tanto para agilizar a exploração do enorme mapa.
As facilidades, porém, acabam por aí. As lutas contra os chefões de fase são capazes de tirar qualquer um do sério. Há, sim, trechos bastante desafiadores e desfavoráveis.
Isso é algo que tende a variar consideravelmente de acordo com a classe de personagem escolhida - são dez ao todo, com arquétipos mais voltados ao uso de magias, aos ataques de longa distância ou à "porrada" cara a cara.
Ainda assim, Elden Ring se mostra equilibrado. Difícil em alguns momentos, mas quase nunca injusto. E, em praticamente todos eles, é possível descobrir uma forma mais fácil de vencer.
Praticamente perfeito
Outro ponto que merece destaque é o seu visual. Ainda que não haja todo o refinamento técnico visto no remake de Demon's Souls, a direção de arte de Elden Ring é de tirar o chapéu. As Terras Intermédias são um cenário lindo e é bem fácil passar minutos contemplando sua vastidão.
O sistema de passagem do tempo e variação climática também contribuem. Algumas regiões mudam completamente de atmosfera de acordo com o horário em que são exploradas. Alguns inimigos também só aparecem em determinadas horas do dia.
Em um game que testa constantemente os reflexos dos jogadores, qualquer travamento ou queda de frames acaba sendo um enorme problema. Felizmente, Elden Ring não sofre desse mal: no modo performance, a taxa de quadros se mantém alta e não há nada que atrapalhe os jogadores.
O maior desafio técnico, porém, continua sendo a câmera. Se ela não for manejada com perícia (especialmente quando está travada em inimigos rápidos), pode acabar contribuindo para uma morte prematura e desagradável.
É um problema bem pequeno diante da grandiosidade de Elden Ring. Não é nenhum exagero dizer que a FromSoftware acertou na mosca ao encontrar um equilíbrio perfeito, trazendo novidades, com mecânicas, abordagens e ideias inéditas, sem se afastar demais de tudo que Dark Souls já lapidou.
O resultado disso é que, dentro do seu gênero, Elden Ring flerta com a perfeição. É uma experiência imperdível que, sem dúvida nenhuma, já nasce como um sério candidato a jogo do ano.
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