CEO versão 2.0

Já vai, chefia?

Amazon, Apple, Google, Microsoft e Twitter competem no mundo da tecnologia, mas todas têm uma coisa em comum: nenhuma é mais liderada diretamente por seus fundadores. Tilt relembra os ex-chefões emblemáticos e os desafios que a nova geração de líderes encara pela frente.

Ryoji Iwata/ Unsplash

Twitter

O mais recente a deixar o cargo de presidente-executivo da empresa que cofundou foi Jack Dorsey, que ajudou a criar o Twitter em 2006. Em novembro de 2021, ele publicou na rede social que o Parag Agrawal, 37, assumiria a liderança da empresa.
Toby Melville

Fala-se muito sobre a importância de uma empresa ser 'liderada pelo fundador'. Em última análise, acredito que isso é muito limitante e um ponto único de falhas.

Jack Dorsey
Cofundador do Twitter
Rebecca Cook/Reuters
Reprodução/Twitter

O presente e o passado

Desde 2011 no Twitter, Agrawal (esq.) se tornou o CEO mais jovem de uma empresa do ranking Fortune 500. Os desafios agora são: alcançar 315 milhões de usuários pagantes até 2023, dobrar a receita da empresa até lá e lidar com o fogo cruzado entre questões de moderação de conteúdo e pedidos de regulamentação de governos.
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Amazon

Em julho de 2021, o Jeff Bezos, fundador da Amazon, passou as rédeas do reino para Andy Jassy. Enquanto isso, o ex-CEO mantém a cabeça literalmente no espaço, com a empresa espacial Blue Origin. Em seu tempo "livre" ele também quer buscar por uma fonte da juventude, investindo na Alto Labs, startup de biotecnologia.
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"Nas nuvens"

Na Amazon desde 1997, Jassy ajudou a criar a AWS, divisão da empresa para serviços de computação em nuvem. Ele terá de lidar com questões delicadas, como uma possível reforma antitruste para conter o poder de gigantes de tecnologia, além da crescente busca por sindicalização de funcionários.
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Google

As obrigações do dia a dia da Alphabet, grupo dono do Google, saíram das mãos dos fundadores Larry Page e Sergey Brin em dezembro de 2019. Sundar Pichai, que respondia até então como líder do Google, passou a acumular também o cargo máximo do grupo.

Embora tenha sido um tremendo privilégio estar profundamente envolvidos na administração diária da empresa durante tanto tempo, acreditamos que é hora de assumir o papel de pais orgulhosos --oferecendo conselhos e amor, mas não incomodando diariamente

Larry Page (foto) e Sergey Brin,
em carta anunciando a mudança
Jacob Silberberg/Reuters
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Quase 20 anos de Google

Pichai trabalha no Google desde 2004. Ele liderou as áreas de engenharia e de produtos que incluíram o Chrome e Android. O atual CEO terá o desafio de avançar em setores como inteligência artificial e computação quântica. O executivo também vem se posicionando a favor de uma nova regulamentação federal de privacidade.

Apple

Steve Jobs (foto) fundou a Apple com seu amigo Steve Wozniak. Entre idas e vindas, ele se tornou CEO da companhia. Jobs marcou presença no mercado da tecnologia com vários produtos, entre eles: o primeiro iPhone, lançado em 2007. Ele deixou o cargo em 2011 para tratar um câncer no pâncreas.
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Sempre disse que se chegasse o dia em que eu não pudesse mais cumprir meus deveres e expectativas como CEO da Apple, eu seria o primeiro a informá-lo. Infelizmente, esse dia chegou.

Steve Jobs,
em carta de despedida do cargo
Matt Dunham/Reuters
Robert Galbraith/Reuters
Pouco antes de Steve Jobs falecer, em 2011, Tim Cook assumiu a liderança da Apple. Um dos grandes feitos do discreto CEO foi redirecionar a companhia para além do mercado de produtos, também focando em capitalizar ofertas em serviços, como o Apple TV+

Microsoft

Bill Gates deixou o cargo de CEO da Microsoft em 2000 para ser ocupado por Steve Ballmer. Em 2014, foi a vez de Satya Nadella, que liderava até então a divisão de nuvem da Microsoft, a Azure, a galgar o posto máximo da gigante de Seattle, nos EUA.
Elizabeth Shafiroff/Reuters
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Para Nadella, o futuro da Microsoft está nos serviços de nuvem. Em sua liderança, a empresa se expandiu através de aquisições, como a compra do LinkedIn e o repositório GitHub. Em junho de 2021, foi nomeado como presidente do conselho da Microsoft.
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Uber

Um dos fundadores mais odiados do Vale do Silício, Travis Kalanick deixou o Uber sob pressão dos investidores em 2017, em meio a denúncias de assédio sexual e gestão tóxica da companhia.
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Dara Khosrowshashi foi contratado com a missão não só de gerar lucro, como também mudar a cultura da empresa. O cargo veio com uma série de desafios, incluindo a crescente pressão por reconhecimento de vínculo empregatício de motoristas e entregadores e o 1º acidente fatal envolvendo um carro autônomo da empresa.

Facebook: fica ou não fica?

Mark Zuckerberg permanece como o último dos fundadores a se manter na chefia da empresa que ajudou a criar quando pensamos nas big techs listadas. Ele também é presidente-executivo da Meta, grupo dono da rede social, Instagram e do WhatsApp. Mas...
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... existe uma forte pressão para que ele deixe os cargos em meio a uma série de polêmicas, como vazamento de dados e acusações de monopólio das empresas que ele lidera. Mesmo assim, Zuckerberg parece determinado a fazer o metaverso ganhar espaço. A pergunta que fica é: até quando ele sustentará o cargo?
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Salesforce: mais um fica ou sai?

Marc Benioff, cofundador da Salesforce, já disse que nunca deixaria a gigante de software. Entretanto, uma recente promoção na companhia parece sinalizar o contrário.
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Reprodução/ Twitter/ @btaylor
O caso envolve Bret Taylor, que já trabalhou no Facebook e foi presidente-executivo da Quip, empresa adquirida pela Salesforce. O cargo atual é o de coCEO. A aquisição do Slack por US$ 27,7 bilhões em 2021 foi liderada por ele. Essa não é a primeira vez que Benioff divide a cadeira da liderança, mas nunca se sabe o que o futuro reservará.
Publicado em 20 de fevereiro de 2022.
Texto: Carla Matsu (colaboração para Tilt)
Edição: Edilson Saçashima (colaboração) e Bruna Souza Cruz (de Tilt)


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