Vizinho do Sol

Por que Mercúrio é um dos planetas mais excêntricos do Sistema Solar

JHU Applied Physics Lab/Carnegie Inst. Washington/Nasa
Mercúrio é o menor dos oito planetas do Sistema Solar e o mais próximo do Sol. Com 4.879 quilômetros de diâmetro (5,5% do tamanho da Terra), ele é um pouco maior que a nossa Lua e está encolhendo a cada dia
Nasa
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Com grandes vales e penhascos, o planeta tem um enorme núcleo de ferro fundido cercado por uma única e fina placa tectônica. Conforme o núcleo se resfria e solidifica, sua superfície "murcha"
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Mercúrio tem um terreno muito acidentado, parecido com o da Lua. Ele não é geologicamente ativo e nem tem erosão para recuperar as crateras dos impactos de asteroides e meteoritos
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Muitas das crateras de Mercúrio foram batizadas com nomes de escritores e artistas famosos, como Dostoiévski, Mozart, Picasso e Rembrandt

Há brasileiros na lista: o escritor José de Alencar e a pintora Tarsila do Amaral
Bill Ingalls/Nasa
Mal dá para ver, mas o pontinho preto no amarelo é Mercúrio passando na frente do Sol. Lá, o Sol brilha 11 vezes mais forte do que aqui. Mesmo sendo o planeta mais próximo do astro-rei, ele não é o mais quente. Vênus detém esse título
NASA/Getty Images
Quase não tem atmosfera em Mercúrio, por isso ele é o planeta com a maior amplitude térmica no Sistema Solar. A superfície voltada para o Sol chega aos 427°C; já o lado "escuro" pode registrar -173°C
As crateras de Mercúrio não recebem luz solar, por isso há evidências de que haja gelo e voláteis lá dentro. Isso pode indicar que já houve vida microbiana subterrânea
Divulgação/Nasa
As primeiras menções a Mercúrio datam de 3000 a.C., mas foram os romanos quem deram o nome que usamos hoje. Foi uma homenagem ao mensageiro dos deuses, por causa da velocidade do planeta
JHUAPL/Carnegie/NASA
Mercúrio é o mais rápido dos planetas e se move a cerca de 180 mil km/h. Por lá, um ano tem apenas 88 dias terrestres e não há estações do ano
Goddard Space Flight Center/Nasa
Em Mercúrio, um ano é mais curto que um dia inteiro
Isso porque ele demora 88 dias para dar uma volta completa ao sol (ano), mas 176 pra dar uma volta em torno de si mesmo (dia). A culpa é de um fenômeno chamado de fechadura gravitacional, que faz com que sua rotação diminua
Divulgação/Nasa
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A órbita de Mercúrio é a mais excêntrica do Sistema Solar. Ela é bem elíptica, ou seja, é oval achatada e não circular
Por causa disso, o planeta fica a 47 milhões de quilômetros do Sol em alguns momentos e, em outros, a 70 milhões de quilômetros
Por causa de sua velocidade e órbita peculiar, alguns dias conseguimos ver Mercúrio no céu duas vezes: de manhã e à noite. Por isso, as primeiras civilizações acreditavam que ele era dois planetas diferentes
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Algumas vezes no ano, dá-se a impressão de que Mercúrio está se movendo na direção contrária à da Terra. É o Mercúrio retrógrado, que ganhou fama na astrologia. O fenômeno nada mais é do que ilusão de ótica
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Mercúrio não é exatamente redondo e tem um estranho campo magnético, muito mais intenso no norte do que no sul
A gravidade por lá é muito baixa (cerca de 38% a da Terra), por isso o planeta não tem nenhuma lua ou anéis
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Por estar tão perto do Sol, estudar Mercúrio é desafiador. O telescópio Hubble, por exemplo, não pode ser usado para observar o planeta. O brilho do Sol poderia até prejudicar seus componentes elétricos
Apenas duas naves espaciais já visitaram Mercúrio. Entre 1974 e 1975, a sonda Mariner 10, da Nasa, sobrevoou o planeta três vezes, mapeando metade da sua superfície. Trinta anos depois, em 2004, a Nasa lançou a missão Messenger
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A Messenger demorou sete anos para chegar a Mercúrio. Orbitou o planeta por quatro anos, captando mais de 277 mil imagens. Em 2015, com o fim de seu combustível, colidiu com o planeta, deixando uma pequena cratera
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Daqui a cinco anos, dois orbitadores sobrevoarão Mercúrio. A missão BepiColombo foi lançada em 2018 pelas agências espaciais ESA (Europa) e Jaxa (Japão) e fará estudos ainda mais avançados sobre o planeta
Divulgação/ESA
Publicado em 26 de outubro de 2020.
Texto: Marcella Duarte
Edição: Mirthyani Bezerra (colaboração) e Márcio Padrão

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