Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Será que o metaverso vai emplacar em meio à desigualdade social no país?
Para muitos o termo pode ser considerado uma novidade, mas a verdade é que ele foi falado pela primeira vez há quase três décadas, em 1992, no livro de ficção científica "Snow Crash", escrito por Neal Stephenson.
Na obra, o personagem protagonista está vivendo em um universo gerado informaticamente, onde o computador desenha sobre os seus óculos e bombeia as informações para dentro de seus fones de ouvido. E é justamente esse lugar imaginário que é conhecido como metaverso.
Para alguns, isso pode lembrar a tecnologia de realidade virtual (VR, na sigla em inglês), onde se coloca headsets na cabeça. Porém, o que pode ser considerado uma novidade do metaverso é a junção dessa VR atrelada a realidade aumentada, que sobrepõe elementos digitais no mundo real. Um exemplo são os filtros que mudam os rostos das pessoas nas redes sociais.
Mas as empresas que estão investindo no ramo como Facebook e Epic Games (criadora do Fortnite) pretendem expandir, ir além e criar um espaço onde possamos materializar isso no mundo real, sem contar com o auxílio de uma tela para isso.
Em uma demonstração de como poderiam ser o entretenimento no metaverso, músicos como o rapper Travis Scott, DJ Marshmello e Ariana Grande, se apresentaram em shows no game Fortnite.
Quase 12 milhões de pessoas se reuniram em tempo real na plataforma em abril do ano passado, para conferir o lançamento da música The Scotts, de Travis.
E não para por aí. Recentemente o diretor-executivo da Disney, Bob Chapek, afirmou que o conglomerado está se preparando para investir na realidade virtual nos seus parques temáticos.
Para quem é fã da saga "O Senhor dos Anéis", o diretor Peter Jackson anunciou que vendeu o seu estúdio de efeitos especiais para uma empresa de software americana, a Unity, que tem o intuito de desenvolver o metaverso.
Dificuldades de difusão
Eu, como um apaixonado por tecnologia, gosto de estar por dentro das novidades e de conhecer os benefícios e as dificuldades que há por trás de cada uma delas. Com o metaverso não é diferente.
Por isso, reconheço os benefícios e os avanços que poderão surgir, mas acho que outros pontos também precisam ser abordados, como:
Os headsets de realidade virtual mais avançados custam por volta de US$ 300 (R$ 1.670) porém ainda são muito pouco utilizados e em muitos países sequer são vendidos;
A desigualdade social no nosso país pode criar um ambiente elitizado. Já que os aparelhos são caros e ao menos 17% dos domicílios no Brasil sequer possuem internet, sendo um número ainda maior nas regiões Norte e Nordeste;
Um ambiente como esse exigirá ainda mais quando se trata de moderação nos conteúdos e regulamentação de condutas no universo metaverso.
Esses são apenas alguns exemplos de situações que podem ocorrer, e é preciso que as empresas que estão investindo e todos aqueles que forem adeptos da ideia tenham em mente que assim como já existem desafios que estão postos na internet e que as redes sociais trouxeram à tona, no metaverso tudo isso irá ganhar uma proporção muito maior, tanto do que é positivo quanto negativo.
* Colaborou Gabriela Bispo, jornalista, planner e redatora da InfoPreta
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.