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Pornô de vingança: site tenta impedir que imagem íntima vazada se espalhe
Você já deve ter ouvido falar —seja em redes sociais, imprensa, até mesmo comentários na rua— de algum caso em que uma pessoa (normalmente mulheres) teve suas fotos ou vídeos íntimos vazados sem o seu consentimento. Esse tipo de crime recebe o nome de "revenge porn" ou pornografia de vingança, em português.
Os principais autores costumam ser ex-parceiros, como namorados e maridos, ou pessoas que tinham relações íntimas com as vítimas. Mas também existem casos em que esse compartilhamento não autorizado se dá por pessoas desconhecidas, por furto ou invasão de computadores e celulares, até mesmo em assistências técnicas.
De acordo com o artigo 218-C do Código Penal, desde 2018, a divulgação desse tipo de material é crime e pode levar à pena de um a cinco anos de prisão, além de indenização por danos morais e materiais à vítima.
Por isso, na InfoPreta, uma das minhas preocupações sempre foi atrelar um serviço de excelência com a inclusão das minorias e também criar um lugar seguro não só para quem trabalha, mas, principalmente para os nossos clientes. Independente de gênero, orientação sexual, raça, deficiência.
No início deste mês, a Meta, empresa responsável pelo Facebook e Instagram, anunciou o apoio à plataforma de uma ONG britânica, a Revenge Porn Helpline, que tem o intuito de impedir a divulgação não consensual de imagens íntimas na internet.
Através do site StopNCII.org, pessoas que se sentirem preocupadas com arquivos que tenham sido publicados nas redes sociais ou que ainda possam vir a ser, podem abrir uma solicitação de ajuda para que os posts sejam detectados de forma proativa. Ou seja, sem que a vítima tenha que encontrar o material e fazer um pedido de remoção.
Até o momento, o site está disponível apenas em inglês, mas, segundo a própria Meta, a versão em português deve ser lançada nos próximos dias.
O sistema utiliza uma tecnologia que garante o sigilo das imagens, ou seja, nenhum moderador das redes sociais ou da própria ONG terão acesso aos conteúdos íntimos, sejam fotos ou vídeos que apresentem nudez ou possuam teor sexual.
Para que os usuários não tenham receio de cadastrar seus casos, o site conta com uma tecnologia de correspondência de imagem que atribui um valor exclusivo (código numérico) a um arquivo, o que cria uma impressão digital, chamada hash. Como se fizessem uma cópia do material e embaralhassem, só que sem guardar a imagem em si.
A tecnologia é muito similar a que é utilizada no armazenamento de senhas.
Porém, como nem tudo é perfeito, o sistema ainda pede algumas melhorias, já que o método não é capaz de identificar determinado conteúdo se este estiver muito modificado por filtros ou grandes cortes na imagem.
Mas, mesmo que ainda esteja no início e como toda tecnologia seja passiva de aprimoramento, esse sistema já é um passo a mais e importante na luta contra esse tipo de crime e desse tipo de violência que frequentemente é praticada contra as mulheres.
* Colaborou Gabriela Bispo, jornalista, planner e redatora da InfoPreta
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