Saber trabalhar com dados é questão de vida ou morte na pandemia
Quando o desafio à frente é conhecido, é natural utilizarmos nossa experiência, conhecimento e vivência para tomar as melhores decisões. Mas e quando o futuro é incerto e o desafio desconhecido? Esta é a realidade que nos cerca desde março de 2020 por conta da pandemia de covid-19 em todo o mundo.
Enquanto autoridades políticas, médicas e sanitárias quebram a cabeça para compreender a doença, ela avança ferozmente, elevando o número de infectados e de mortes. Em situações assim, é preciso adotar medidas rápidas para, pelo menos, conter a tragédia - o que só é possível com a utilização e o cruzamento de diferentes tipos de dados.
Conforme o novo coronavírus avança, ele deixa uma série de informações que, quando combinadas, tratadas e cruzadas, podem oferecer uma visão mais completa da situação e, além disso, trazer inteligência em medidas práticas. Em uma situação de crise, são os dados que direcionam as melhores decisões, permitindo o trabalho em conjunto do poder público com a sociedade civil em prol da resolução desta grave questão.
Esta não é a primeira pandemia que o mundo enfrenta em sua história moderna - há cem anos, o vírus conhecido como Gripe Espanhola também causou uma catástrofe global. A diferença, agora, é que esta é a primeira vez que temos à disposição a tecnologia necessária para coletar as informações que a enfermidade deixa pelo caminho e, assim, conseguir agir mais rapidamente para evitar sua propagação em um mundo onde as distâncias estão bem menores do que há um século.
Por meio de soluções de Big Data e Inteligência Artificial, conceitos já comuns no ambiente tecnológico, é possível trabalhar com um volume gigantesco de dados, inclusive não estruturados. Com as ferramentas adequadas, médicos e autoridades políticas têm à disposição informações vitais, como velocidade de propagação do vírus na população, regiões mais afetadas, perfis de infectados e de mortes, rastreamento de uma rede de casos suspeitos, mensuração de indicadores de quarentena, eficácia de medicamentos, entre outros.
A adoção de uma cultura de dados na área da saúde já era uma tendência esperada nos próximos anos, principalmente com o surgimento das health techs, as startups que combinam tecnologia na prestação de serviços médicos. O que a covid-19 fez foi acelerar esta transformação, trazendo para agora as demandas que eram esperadas no futuro. Sem essas informações, médicos não conseguem analisar o avanço da doença e tampouco fazer diagnósticos precisos.
É imperativo, portanto, que as organizações, governos e empresas trabalhem com os dados e adotem soluções capazes de realizar este serviço. Não é exagero dizer que, atualmente, lidar com as informações disponíveis na pandemia é uma questão de vida ou morte. Cada dia a mais de indecisão no uso destas ferramentas no combate à pandemia acarreta em óbitos e mais casos de infectados.
Felizmente, há bons exemplos que podem inspirar o Brasil nesse sentido. A Coreia do Sul, por exemplo, é considerado um dos exemplos mais bem-sucedidos no combate à doença justamente por aproveitar sua estrutura tecnológica e os dados disponíveis para monitorar e prever regiões que poderiam ter mais casos - dessa forma, conseguiu adotar medidas preventivas. Nova Zelândia, Cingapura, Taiwan e Islândia também desenvolveram ações nesse sentido, aproveitando os dados gerados a partir dos testes da população para tomar decisões estratégicas de saúde pública.
A evolução tecnológica nos levou a um mundo conectado, ágil e veloz, em que as informações são geradas e trafegam em questão de milissegundos. Resta às empresas, governos e sociedade civil aproveitar as vantagens que essa realidade nos traz. Com dados inteligentes em mãos, o espaço para "achismos", "adivinhações" e "senso comum" diminui drasticamente ao mesmo tempo em que eleva a taxa de sucesso no combate a uma das piores crises que a humanidade está passando.
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