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André Noel

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Vale a pena fazer uma transição de carreira para trabalhar com programação?

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Imagem: Freepik

04/12/2021 04h00

É comum perguntarem qual é a sua profissão ou qual o cargo que você ocupa em sua empresa, mas ninguém vai perguntar qual é a sua carreira.

Todo mundo deseja ter sucesso na carreira (ou, em outros termos, uma "carreira de sucesso"), mas o que é, exatamente, a carreira?

O dicionário Priberam define a carreira como, entre outras coisas, "percurso profissional". O verbete "Carreira" na Wikipedia diz:

Tradicionalmente, o termo carreira é entendido como um caminho a ser trilhado profissionalmente, associado ao significado de 'ocupação' ou 'profissão'"

Assim, a carreira não é algo estático ou algo que você consiga definir a priori, mas a jornada que você percorre durante os seus anos de trabalho. Nós podemos planejar uma carreira, mas só a conheceremos por completo no final.

Anos atrás, era comum iniciar e terminar a carreira em uma mesma empresa ou em uma mesma profissão. Hoje isso já se torna algo raro, a transição entre empresas ou profissões se tornou algo mais comum e até esperado.

Quando pensamos na área de tecnologia, vemos que muitas profissões que estão "bombando" hoje nem mesmo existiam dez anos atrás.

Porém, ainda que a transição de carreira entre profissões de uma mesma área já seja comum há um tempo —como uma transição da área de programação para a área de dados, ou a transição para área de mídias sociais e produção de conteúdo—, estamos em um momento onde há uma procura maior pela transição de carreira entre áreas bastante diferentes.

Mas por que será que alguém mudaria de profissão no meio da carreira para uma área totalmente (ou bastante) diferente da sua?

São vários os motivos envolvidos: a falta de oportunidades na área original, baixa remuneração, desmotivação com a profissão atual, entre outros. Porém, com a pandemia e a quarentena, o fator "home office" foi um grande impulsionador para a transição de carreira.

Com a adoção ou o aumento de "home office" pelas empresas, surgiram oportunidades de trabalhar em casa, em empresas grandes que não estão na mesma cidade onde as pessoas moram, consequentemente com remuneração melhor e com a possibilidade de permanecer remoto permanentemente. Além disso, a própria necessidade em deixar o trabalho remoto abriu mais vagas nas áreas de tecnologia.

E aí você me pergunta: "mas será que qualquer um consegue ir para a tecnologia e aprender a programar, por exemplo?"

Há alguns anos houve uma grande campanha promovida por grandes empresas de tecnologia com o lema "qualquer um pode programar", onde havia o incentivo para que o aprendizado de programação estivesse disponível a todos.

E aí entra a boa notícia: você não precisa de superpoderes matemáticos para aprender a programar, nem precisa ser muito nerd, fã de Star Wars ou algo assim. Aprender a programar é, basicamente, aprender a como passar instruções para o computador para que ele faça o que você quer.

Ainda que a transição para a área de programação seja cada vez maior, a demanda tem crescido de forma mais rápida e pessoas que aprendem bem a trabalhar com programação têm sido absorvidas rapidamente pelas empresas, pois estas já possuem a necessidade e estão à procura de profissionais.

Estamos em um ótimo momento nas áreas de tecnologia, há boas oportunidades dentro e fora do Brasil e muitas oportunidades remotas, podendo trabalhar de casa para qualquer parte do mundo.

E aqui eu vou aproveitar a sabedoria de um tio meu, corintiano fanático, que parou de assistir futebol nos estádios há alguns anos. Ele diz:

Eu passei anos fazendo com que a minha casa fosse um lugar confortável, que atendesse às minhas necessidades e tivesse a minha cara. Eu vou trocar isso por horas no trânsito, para ficar num lugar menos confortável que o meu sofá e com pessoas entrando na minha frente?"

Aproveitem bem as oportunidades. Se cuidem e ótima semana!