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Denise Tremura

Como um livro feito de threads no Twitter virou finalista do Prêmio Jabuti

Escritor Ale Santos mostra seu livro "Rastros de Resistência" em post no Twitter para anunciar indicação ao prêmio Jabuti - Reprodução/ @Savagefiction/ Twitter
Escritor Ale Santos mostra seu livro "Rastros de Resistência" em post no Twitter para anunciar indicação ao prêmio Jabuti Imagem: Reprodução/ @Savagefiction/ Twitter

10/11/2020 04h00

O escritor e influencer Ale Santos (@Savagefiction) compartilhou uma grande conquista com seus seguidores do Twitter.

Seu livro "Rastros de Resistência", publicado pela editora Panda Books, foi indicado ao prêmio Jabuti, um dos mais importantes prêmios literários em língua portuguesa, e está entre os cinco finalistas na categoria Ciências Humanas.

O que nem todos sabem é que "Rastros de Resistência" começou no Twitter.

"O livro foi lançado no Twitter, foi uma parceria com a produção do livro. No começo eram threads que foram adaptadas para a literatura, revisadas e expandidas, ilustradas. O Twitter entendeu que fazia parte dessa história e apoiou o projeto com um lançamento bem legal, foi visto por mais de 100 mil pessoas na plataforma de lives", conta Ale Santos à coluna.

O escritor diz que começou sua carreira de influenciador na rede social do passarinho azul. Ele está no Twitter desde 2009 e ficou famoso pelas threads que publicava em seu perfil. Foi a partir daí que começou a se projetar como escritor.

Ale Santos observa que o Twitter é uma plataforma em que predomina a escrita, por isso, se o criador de conteúdo tem um bom texto, se é criativo ou informativo, vai encontrar um público ali.

"Jornalistas têm uma atuação bem forte no Twitter, ele é o palco onde os textos acontecem na internet, é realmente um lugar em que alguém que seja escritor ou queira contar algumas histórias, jornalísticas ou de entretenimento, pode se projetar", afirma Ale Santos.

Ele diz também que sempre acreditou na plataforma como um lugar para criar pontes e se conectar com ativistas importantes, como Emicida, Marcelo D2, Daniela Mercury, Leoni e outros.

"O Emicida escreveu no meu livro, eu escrevi no livro dele também", afirma, orgulhoso.

"Nos últimos anos, por conta da minha atuação no Twitter, meu trabalho impactou mais pessoas, e mais pessoas reconheceram a minha escrita, minhas histórias, e aí sim eu passei a ter uma relevância e reputação como escritor reconhecido em âmbito nacional", diz à coluna.

Em 2013, Ale Santos representou o Brasil em uma antologia mundial de ficção científica com um conto chamado "A Cor dos seus Olhos", que está sendo adaptado para uma obra de ficção científica em podcast.

Além de escritor, pesquisador e roteirista, Ale Santos é professor e dá aula para a pós-graduação da ESPM em São Paulo, na disciplina Entretenimento Fantástico.

Ale Santos também tem um podcast, "Infiltrados no Cast", e está trabalhando em seu novo livro, "O Último Ancestral", que tem como tema o afrofuturismo e será publicado pela editora Harper Collins.

Todo sucesso do mundo, Ale!