IA no WhatsApp vai mudar a vida e os negócios dos brasileiros
Recentemente, uma pesquisa realizada pela Quaest mostrou que apenas 21% dos brasileiros dizem usar alguma ferramenta de Inteligência Artificial (IA). Por um lado o resultado não é surpreendente, mas nos ajuda a entender a dificuldade imensa que temos para definir o que é uma IA.
Esse número certamente seria bem maior se as pessoas soubessem que usam IA toda vez que desbloqueiam seus celulares com o rosto ou quando estão rolando o feed infinito do Instagram.
Em ambos os casos, os modelos de IA estão escondidos atrás de interfaces, identificando rostos ou montando o feed para cada usuário, sem que as pessoas percebam.
O conceito de IA parece ter mudado depois do lançamento do ChatGPT. A OpenAI inaugurou uma nova era quando colocou um serviço de IA nas mãos das pessoas ao redor do mundo para que pudessem fazer o que quisessem.
Foi quando as pessoas passaram a interagir diretamente com uma ferramenta IA. O ChatGPT é um daqueles lançamentos que viram um marco na história da tecnologia, assim como aconteceu com o iPhone.
O ritmo alucinado de adoção da ferramenta chamou atenção, e o assunto invadiu a mídia. Parece que a bolha explodiu e invadiu todas as áreas, mas quando olhamos para dados como os da pesquisa Quaest, a realidade é um pouco diferente.
Mesmo trabalhando com a tecnologia, conheço várias pessoas que nunca usaram o ChatGPT. E, acreditem se quiser, conheço pessoas que nem sabem o que a ferramenta faz direito.
Sim, a IA generativa, apesar de estar disponível para qualquer um e com versões gratuitas, ainda é uma bolha, especialmente quando pensamos nas diferenças sociais que existem no nosso país.
Quando o ChatGPT foi lançado, a sua capacidade e desempenho de realizar uma quantidade muito grande de coisas chamou a atenção. Era como um único modelo reinando sozinho no maravilhoso mundo das inteligências sintéticas. Porém, não bastou muito para que outras empresas e institutos de pesquisas desenvolvessem modelos tão bons quanto.
Hoje, temos à nossa disposição um cardápio de modelos de IA para todos os gostos. Quando a Apple lançou neste ano o "Apple Intelligence", eu escrevi uma coluna contando que a empresa dona do iPhone tinha entendido que a IA tinha virado commodity.
Se todos os modelos de IA estão começando a chegar em um desempenho parecido, então vai se beneficiar quem conseguir criar o melhor ecossistema em torno de seus produtos.
A Apple tem a vantagem de fazer isso para o contexto dos usuários nos smartphones enquanto a Meta pode explorar todas as suas plataformas sociais onde os usuários já estão.
Nesta semana, a empresa de Zuckerberg finalmente lançou no Brasil o "Meta AI", que está sendo disponibilizado aos poucos para os usuários.
No podcast "Deu Tilt", explicamos em detalhes como vai funcionar, mas basicamente a IA vai estar disponível em todos os serviços da Meta: Whatsapp, Instagram, Facebook e Messenger.
Basta clicar no ícone do serviço para abrir uma nova interação com a IA ou simplesmente digitar '@Meta AI' em qualquer chat para usá-la com outras pessoas.
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Imagine o impacto de colocar a IA como uma funcionalidade nativa no Whatsapp, um dos serviços mais populares do Brasil em diferentes classes sociais.
Com um simples toque, agora os brasileiros têm à sua disposição uma IA generativa sem a necessidade de instalar um outro aplicativo.
Esse é um dos motivos que faz a Meta estar tão bem posicionada nessa corrida pela IA, isso sem contar a quantidade de dados gerados dentro de seus domínios.
Com apenas uma atualização, a empresa tem o potencial de fazer a pesquisa da Quaest virtualmente explodir de 21% para algo acima dos 80% de brasileiros usando ferramentas de IA.
Agora, precisamos entender quais serão os impactos que esse novo tipo de interação trará para a busca de informação e para as relações sociais.
Essa mudança também deve habilitar novos modelos de negócios.
Mais de 5 milhões de pequenas e médias empresas usam o WhatsApp Business no seu dia a dia. Outros milhares de empreendedores utilizam o Instagram.
Do borracheiro ao dono de uma rede de mercados, agora a IA vai começar a fazer cada vez mais parte dos negócios dos brasileiros.
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