Câmera que reconhece cara de dúvida de aluno? China aposta em IA na escola
Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail
A China é reconhecida por entidades internacionais, como a Unesco e o Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Alunos, na tradução do inglês), o teste internacional de estudantes do ensino médio, como um dos países que mais investe em soluções de inteligência artificial (IA) nas salas de aula.
De acordo com Kai-Fu Lee, que foi CEO do Google na China, o país asiático deve liderar o uso de ferramentas de IA entre as edtechs em todo o mundo na década de 2020 a 2030.
O uso destas tecnologias permite, por exemplo, que câmeras de reconhecimento facial instaladas em sala de aula façam o controle de frequência dos alunos, mas também avaliem, a partir de suas expressões, o grau de compreensão das matérias ministradas. Em tempo real, o professor pode receber orientação sobre quais alunos precisam de mais atenção e reforço.
O método deve permitir ainda que algoritmos identifiquem "talentos especiais" em turmas espalhadas pelo país.
O uso de automação e AI é particularmente interessante na China, um país que, a exemplo do Brasil, tem dimensões continentais, por permitir que estudantes em vilarejos distantes como no Tibete e Xinjiang, tenham acesso a professores, aulas e testes com a mesma qualidade que adolescentes matriculados em colégios de Xangai ou Pequim.
Especialistas em várias partes da China concordam, porém, que o uso de IA em sala de aulas vive ainda "sua infância".
Das 500 mil escolas públicas do país (para efeito de comparação, o Brasil tem 184 mil escolas públicas de ensino básico) menos de 5% usam estes recursos, em parte porque seus gestores têm dificuldades de justificar à sua comunidade que vale a pena colocar dinheiro em ferramentas do tipo.
Nas escolas particulares chinesas, porém, o uso ocorre de forma mais intensa, movimento que deve acelerar após a pandemia de covid-19, fenômeno que estimulou a adoção de novos serviços digitais em toda a economia, não só em educação.
Entre os casos mais bem-sucedidos de uso de IA na educação estão as plataformas de ensino de idiomas, Liuliusho, que ensina língua chinesa, e K12, que ensina língua inglesa.
Além das aulas (presenciais ou virtuais) com professores de verdade (entenda-se "seres humanos") é possível conversar com avatares de IA e executar testes de conhecimento, que permitem aferir seu nível de pronúncia, compreensão de textos, vocabulário e gramática.
Para muitos especialistas, o contato entre professor e aluno sempre foi mais eficaz para medir conhecimento, porém seria humanamente impossível a um mestre acompanhar os exercícios, leituras e comentários de todos seus alunos, detidamente.
Além disso, o contato entre duas pessoas é sempre suscetível a predileções pessoais. Por isso, frequentemente, para dar impessoalidade a exames como o vestibular, usa-se o método de "questões de múltipla escolha".
Para especialistas como Ka-Fu Lee, o avanço da inteligência artificial, porém, permitirá eliminar este tipo de avaliação, para provas no ensino médio, nas faculdades e até no disputado Gao Kao, o ultracompetitivo vestibular chinês.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.