China é caminho para big techs adotarem ramo trilionário do carro elétrico
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Um estudo feito pela consultoria OilPrice estima que o mercado mundial de transportes movimente US$ 5 trilhões por ano. Desta fortuna, 20%, ou US$ 1 trilhão, devem se concentrar apenas no mercado de veículos elétricos —e eventualmente autônomos. É graças a projeções como esta que investidores em Wall Street dão à Tesla um valor de mercado maior que GM e Ford juntas, embora a Tesla não fabrique uma fração do total de carros feitos pelas tradicionais montadoras.
Na China, a vertiginosa ascensão dos veículos elétricos motiva big techs de áreas como buscas na web e ecommerce a entrarem neste jogo.
O Baidu, líder em buscas na China, há cinco anos conduz um projeto chamado "Apolo", que fornece infraestrutura para montadoras terceiras transformarem seus carros em autônomos.
A ideia é simples e parecia bastante correta: a empresa de tecnologia produz os scanners, sensores e sistemas que permitem a um carro dirigir de forma autônoma e as montadoras, que são especialistas em motores, freios e engenharia automotiva, fazem os automóveis.
Agora, porém, o Baidu anunciou uma sociedade com a Geely, uma tradicional fabricante chinesa, para ele próprio fazer seus carros autônomos. Outro importante big tech, o Alibaba, é investidor da Xpeng, uma das maiores marcas de carros elétricos da China.
O caminho inverso também ocorre no país. A Nio, montadora que fabrica exclusivamente veículos elétricos, anunciou que seu novo sedan, o ET7, um modelo de luxo vendido por preços equivalentes a US$ 60 mil, rodará de forma autônoma.
A tecnologia por trás dos processadores, sensores e scanners de automação é toda da Nio, o que demonstra o apetite das montadoras por ingressar, elas próprias, no multibilionário mercado dos carros que navegam sozinhos.
A Nio declaradamente afirma que sua meta é competir com a Tesla, criando carros mais sofisticados e eficientes e, claro, econômicos.
O novo sedan da Nio usa processadores da Nvidia, confirmando uma conhecida fragilidade da economia chinesa, a dependência de microprocessadores americanos. Para vários tipos de arquitetura, as companhias da China ainda dependem de tecnologia estrangeira para obter chips.
Na semana em que a pioneira na fabricação de autos, a Ford, anuncia que não mais fabricará veículos no Brasil, o movimento das big tech chinesas deixa claro que carros elétricos são, verdadeiramente, o big negócio do mercado de mobilidade.
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