Internet até no oceano: o que se sabe sobre satélites de rede 6G da China
O centro aeroespacial Ark, que fica localizado em Haidian, norte de Pequim, anunciou, esta semana, o lançamento de novos satélites de comunicação equipados com antenas de conectividade 6G. A estreia destes equipamentos é relevante por se tratar dos primeiros dispositivos funcionais capazes de oferecer troca de dados em protocolo 6G, o sucessor do atual 5G.
De acordo com os técnicos do Ark, os novos satélites, cujas imagens não foram divulgadas por questões de confidencialidade industrial, são significativamente menores que as versões atuais que conhecemos. Os dispositivos, por exemplo, não possuem antenas externas, mas sim embutidas nos painéis solares laterais, usados para captar energia e mantê-los em funcionamento.
Zhu Zhengxian, diretor de pesquisa do Ark, explicou em um comunicado que o satélite completo, quando dobrado, fica tão pequeno quando uma caixa de 5 centímetros de largura. O pequeno tamanho facilita seu lançamento para entrar na órbita da Terra. Ao expandir suas peças, no entanto, o satélite e os painéis laterais para captar luz solar atingem juntos 9 metros de largura.
Ainda segundo dados oficiais, estes equipamentos conseguem se conectar a celulares comuns, desde que estes tenham chip para recepção de conexão 6G, e são capazes de trocar dados a uma velocidade até 50 vezes superior que o atual 5G que nós conhecemos. Apesar da distância entre um dispositivo em solo e um satélite em órbita, a "latência", ou seja, o tempo de resposta entre os equipamentos, é inferior a um milésimo de segundo.
Os satélites lançados agora são usados apenas para finalidade de testes e, se funcionarem corretamente, abrem a possibilidade de obtermos uma espécie de "conexão universal". Ou seja, um telefone 6G poderia manter-se conectado em qualquer lugar do mundo, esteja você numa grande cidade, no meio do oceano, numa zona rural isolada ou no topo de uma montanha sem infraestrutura telecom.
O uso comercial de redes 6G por satélite, no entanto, é uma promessa para um futuro relativamente distante. Segundo o Ark, é provável que soluções deste tipo só estejam à disposição do público entre 2028 e 2030.
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