Dinheiro a quem vê vídeo e app de fotos: o que se sabe sobre 'novo' TikTok?
A ByteDance, empresa controladora do TikTok, não fez nenhum anúncio oficial nesta semana, mas foi a empresa de tecnologia mais debatida entre investidores e especialistas do mercado de tecnologia digital.
O primeiro tema a colocar a ByteDance no centro das discussões foi o relatório, publicado pela consultoria The Information, divulgando que a empresa fechou o ano de 2023 com um lucro líquido de US$ 40 bilhões, uma alta de 60% em relação ao ano anterior. Para efeito de comparação, as empresas do grupo Alphabet, que incluem o Google, tiveram um lucro líquido de US$ 74 bilhões, com uma taxa de crescimento de 23% sobre 2022.
Ao contrário da Alphabet, que é uma empresa de capital negociado em bolsa e, portanto, tem o dever de publicar relatórios financeiros públicos, a ByteDance não é uma companhia pública. Logo, a empresa chinesa não tem nenhum dever de revelar seus dados financeiros, a não ser, é claro, para seus controladores e, eventualmente, autoridades fiscais.
Sobre este tema, a ByteDance disse que os dados são falsos e não correspondem a sua performance financeira real. Há alguns meses, a The Information chegou a divulgar o faturamento bruto da ByteDance, que teria sido de US$ 84 bilhões só nos primeiros três meses de 2023. Dados, naturalmente, nunca confirmados.
Apesar de ser uma empresa de capital fechado, o maior unicórnio da China é observado com atenção por investidores em todo mundo. Seu desempenho é mais ou menos uma espécie de "termômetro" a respeito da capacidade chinesa de ser bem-sucedida no mercado global das big techs. A empresa é reconhecida, por exemplo, por "influenciar" o comportamento de YouTube (que estreou o Shorts) e Instagram (que criou o Reels) para competir com a cultura de vídeos criada pelo TikTok.
Agora, de acordo com relatos de usuários nos Estados Unidos, a empresa testa uma funcionalidade em seu app chamada de TikTok Notes, em que usuários postam apenas fotos, mais ou menos como faz o Instagram. O recurso "Notes" não está disponível para muitos usuários, mas é um fato que a ByteDance está testando sua receptividade.
Ao longo da silenciosa (e agitada) semana da ByteDance, jornais europeus publicaram que o app testa uma versão "light" no velho continente, inspirada no app Douyin Lite, que é um app mais leve, com menos recursos, que a ByteDance oferece em seu mercado de origem, a China.
De acordo com os europeus, o app mais leve e rápido de ser instalado, pode atrair milhares de usuários na Europa que não possuem celulares topo de linha e que são econômicos em seu plano de dados. Mais do que isso: o TikTok planejaria distribuir moedas virtuais, que podem ser trocadas por dinheiro de verdade ou usadas na compra de produtos dentro da plataforma TikTok. Ao que tudo indica, uma estratégia para aproximar-se dos europeus de menor renda e fãs de redes sociais.
Apesar de muito popular, o TikTok sonha em "monopolizar" a atenção dos usuários de redes sociais, proposta de quem não tem nenhuma modéstia.
Um relatório da Champagne Consultoria afirma que, no mercado americano, 94% dos usuários do TikTok dizem que veem "com frequência" também o YouTube, 84% declaram acessar também o Instagram e um volume de 66% dos entrevistados explicam que fazem uso também do Facebook.
Durma-se com um silêncio desses.
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