Com custos despencando, frota de táxis autônomos já pode dar lucro na China
O Baidu, uma das maiores empresas de tecnologia da China, anunciou que sua operação de táxis autônomos se tornará lucrativa ainda este ano. O comunicado foi feito pelo fundador e presidente da empresa, Robin Li, nesta semana.
A companhia é famosa por ser o equivalente chinês do Google, já que é a empresa líder em buscas no país asiático. No entanto, desde 2015 o Baidu mudou a prioridade de sua equipe de pesquisa e desenvolvimento para criar soluções de inteligência artificial. Um dos projetos mais bem-sucedidos da empresa é chamado de "Apollo", divisão que cria tecnologia para tornar automóveis capazes de andar sozinhos.
De acordo com Robin Li, a companhia já investiu mais de U$ 2,8 bilhões em pesquisas de carro autônomo. Atualmente, a empresa mantém táxis rodando sem motorista em cidades como Pequim e Wuhan. Apesar de transportarem milhões de passageiros todos os meses, a operação de táxis autônomos ainda é deficitária.
Isto ocorre porque a tecnologia de automação ainda é cara e, na ponta do lápis, é mais econômico pagar um motorista que aplicar os sensores e equipamentos necessários para o carro atender passageiros sozinho.
Mas não por muito tempo.
Segundo projeção da empresa, os custos dos carros inteligentes caíram fortemente nos últimos dois anos e, no último trimestre de 2024, a operação já deve ser lucrativa.
A empresa anunciou que, tão logo confirme o equilíbrio financeiro de sua frota de táxis autônomos, irá encomendar mil novos carros deste tipo para operar apenas na cidade de Wuhan.
Mesmo considerada uma tecnologia segura e eficiente, os carros autônomos só têm permissão para rodar em algumas cidades da China, que se mantém cautelosa na regulação destes veículos.
A informação do Baidu é relevante por demonstrar que este modelo de negócio avança para se tornar uma realidade palpável a qualquer usuário chinês.
A notícia tem um lado preocupante por potencialmente abrir caminho para desempregar milhões de taxistas e motoristas que sustentam suas famílias com o trabalho de dirigir automóveis.
O aspecto mais dramático deste avanço tecnológico é que a função de motorista é apenas uma a caminhar para o desaparecimento. Com o avanço das soluções de inteligência artificial, milhares de outras funções tendem a ficar irrelevantes.
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