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Guilherme Rambo

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

iPad Pro e MacBooks para 2022 já merecem atenção, e aqui estão os motivos

Conceito de MacBook Air para 2022, segundo rumores - Parker Ortolani/ 9to5Mac
Conceito de MacBook Air para 2022, segundo rumores Imagem: Parker Ortolani/ 9to5Mac

10/12/2021 04h00

Quando o assunto é Apple e rumores, nunca é cedo para começar a especular. Quem faz isso muito bem é o analista Mark Gurman, que em sua newsletter mais recente trouxe algumas informações sobre o que ele espera de lançamentos em 2022.

Segundo o analista, a Apple deve lançar em 2022 um iPad Pro redesenhado com suporte a carregador indutivo, um novo modelo do MacBook Air com design totalmente renovado, iMac mais potente e maior que o modelo M1 de 24 polegadas, um novo MacBook Pro de entrada, novo modelo do Mac Pro e um novo modelo do Mac mini. Isso tudo sem contar novos modelos de iPhone e Apple Watch, é claro.

De todos esses rumores, fico mais curioso com relação ao que acontecerá com os Macs, já que estamos bem no meio de uma transição na linha, passando dos processadores Intel para os processadores da própria Apple — os famosos chips Apple Silicon.

Mas antes de falar sobre os Macs, vale comentar esse rumor de um iPad Pro com novo design e carregamento indutivo.

Geralmente esses rumores trazem algum tipo de detalhe a respeito de como seria o novo design, ou então somos ao menos capazes de imaginar a direção na qual o novo design caminharia.

Não sei se é falta de criatividade de minha parte, mas não consigo imaginar um design novo para os iPads Pro atuais que me faria descrevê-los como "totalmente redesenhado" ou mesmo "com um design novo". Quando digo isso me refiro ao tipo de mudança visual que você consegue perceber só de olhar rapidamente para o produto, ou seja, um redesign de verdade mesmo.

Consigo imaginar apenas algumas alterações menores como uma possível redução — ou quem sabe até remoção — da protuberância da câmera na parte traseira do iPad, ou quem sabe uma mudança da câmera frontal para que possa ficar na parte superior do tablet quando usado em modo paisagem.

O que me deixa mais intrigado com relação ao rumor é o carregamento por indução.

Os aparelhos da Apple que carregam por indução atualmente possuem traseiras feitas de vidro, visto que o metal não pode ser utilizado quando existe a necessidade de realizar o carregamento por indução.

Não sou especialista no assunto, então algum detalhe técnico pode não estar 100% fiel à realidade, mas explicando de um jeito simples, o vidro permite que as ondas eletromagnéticas sejam captadas pelas bobinas de carregamento indutivo dentro do aparelho, mas seriam "bloqueadas" pelo metal.

Parece improvável que a Apple faria um iPad Pro com a traseira de vidro, já que o material ficaria muito pesado para cobrir a área inteira. Além do peso, tem também as questões do custo e da fragilidade do material.

Uma solução que consigo imaginar seria a Apple adotar uma estratégia que já utilizou em produtos no passado, que consiste em usar o logotipo da empresa, presente na traseira do dispositivo, como uma "janela" para ondas eletromagnéticas. No passado isso foi usado como janela para a antena de wi-fi do iMac, que possuía a traseira toda de alumínio.

O maior desafio nesse caso seria como dimensionar o logotipo de modo que permita o carregamento de forma eficiente, mantendo ao mesmo tempo uma proporção visual aceitável.

Felizmente, não sou engenheiro de hardware nem designer na Apple, então deixo o problema nas mãos deles.

Conceito de MacBook Air - Parker Ortolani/ 9to5Mac - Parker Ortolani/ 9to5Mac
Conceito de MacBook Air
Imagem: Parker Ortolani/ 9to5Mac

Mas vamos à minha linha de produtos favorita: os Macs.

Além da transição de processadores que mencionei no início deste texto, a Apple está de certa forma se reencontrando no quesito beleza versus funcionalidade em seus produtos, especialmente nos Macs.

Por muitos anos, a empresa levou os Macs para um caminho no qual tudo o que importava era ser mais fino, leve e elegante que a geração anterior.

Não tenho nada contra os produtos serem finos, leves e bonitos. Muito pelo contrário: um dos grandes motivos de eu ter me tornado usuário de produtos Apple e de ter permanecido no ecossistema até hoje — além do meu trabalho — é a elegância que a empresa tende a empregar nos seus produtos.

Porém, parece que a empresa se perdeu no meio do caminho e acabou obcecada com seus próprios valores, esquecendo quase que completamente do valor utilitário que seus produtos — especialmente os Macs — têm na vida dos usuários.

Pois a empresa finalmente está se livrando desse quase transtorno de personalidade narcisista. Essa mudança de postura ficou bem clara com o lançamento da nova linha de MacBooks Pro equipados com os chips M1 Pro e M1 Max. As máquinas abriram mão de um pouco da leveza e falta de espessura para dar lugar a mais conectividade, maior poder de processamento, maior durabilidade e conforto em componentes como o teclado e uma maior vida útil da bateria.

Apesar disso, os novos MacBooks Pro lançados este ano não abandonaram a elegância típica de produtos da empresa. Ocorreu apenas um equilíbrio maior das prioridades, também graças aos avanços do chip que ficou mais veloz e eficiente.

Eu trouxe este assunto para contextualizar minha visão sobre como deve ser o novo MacBook Air.

Segundo Gurman, a Apple estaria preparando para 2022 um MacBook Air com a maior mudança visual desde a introdução do produto. Ainda segundo o analista, ele seria equipado com uma nova geração de Apple Silicon, provavelmente chamado M2.

Voltando para o ano de 2008, quando a Apple lançou a primeira versão do MacBook Air, seu release o chamava de "o notebook mais fino do mundo". O foco do produto era ser incrivelmente leve e fino, trazendo grande portabilidade, mas ao mesmo tempo uma performance e recursos que os "netbooks" (quem lembra deles?) nem sonhavam em ter.

Ao longo dos anos e das gerações do produto, ele perdeu um pouco esse foco, mas continuou sendo muito querido por uma parcela significativa dos usuários de Macs. Meu primeiro Mac com Apple Silicon foi o MacBook Air M1, lançado no final de 2020. Me apaixonei pela sua portabilidade, ainda mais quando aliada à performance incrível do M1.

Da mesma forma que a Apple se "reencontrou" na linha dos MacBooks Pro, gostaria que ela se reencontrasse na linha do MacBook Air, tirando proveito dos avanços do Apple Silicon e de tecnologias como a tela Mini LED para impressionar a todos novamente, da mesma forma que Steve Jobs nos impressionou em 2008 ao tirar o notebook de dentro de um envelope.

Agora que a linha Pro está atendendo aos usuários que precisam de mais poder de processamento bruto, faz sentido manter aquele foco em leveza e elegância nos produtos que não são voltados para esse público. Isso já pode ser visto no iMac com chip M1, lançado no começo do ano com um design fino e diversas opções de cores.

Este MacBook Air do ano que vem poderia seguir o mesmo caminho, trazendo um novo design assustadoramente fino e com opções de cores que deixam o produto mais divertido e personalizável.

O chip M2 provavelmente utilizará a mesma CPU do A15 que equipa os iPhones da linha 13. O A15 trouxe melhorias significativas de eficiência, que poderiam facilitar o trabalho da Apple na criação de um novo MacBook Air que nos impressione da mesma forma que o original.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL