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Reportagem

Samsung lança celular 5G mais barato do Brasil para turbinar sucessor do 4G

A Samsung lança nesta quarta-feira o Galaxy A06 5G, o smartphone 5G mais acessível no Brasil, segundo análise da consultoria Canalys feita a pedido da coluna considerando canais oficiais.

O aparelho chega ao mercado no momento em que as operadoras de telefonia jogam a culpa da baixa adoção do 5G nos altos preço dos dispositivos. De fato, a migração dos consumidores para a nova internet móvel é mais lenta do que ocorreu com 2G, 3G e 4G. Mas, segundo avaliação de analistas, os motivos são outros.

Com preço sugerido de R$ 1.099, o novo celular é a versão turbinada para o 5G do Galaxy A06 lançado no ano passado —a versão 4G, porém, custa R$ 854 nos canais oficiais.

Na comunicação do novo aparelho 5G, a Samsung vai estressar o custo acessível.

O Galaxy A06 5G, o smartphone 5G mais acessível do nosso portfólio, representa mais um passo na missão da Samsung de ampliar o acesso a inovações essenciais, levando a velocidade ultrarrápida desta conectividade de última geração a ainda mais pessoas em um dispositivo confiável e atualizado por anos
Rafael Aquino, diretor de produto da divisão de Mobile Experience da Samsung Brasil, em nota

A Canalys levantou o preço dos smartphones 5G mais baratos de 2024. A conta foi feita em dólar e não considerou a incidência de impostos:

  • Spark 10 5G (Tecno) - US$ 140
  • Realme 12x (realme) - US$ 215
  • Zero 40 5G (Infinix) - US$ 256
  • Realme 13+ (realme) - US$ 292
  • Moto G73 (Motorola) - US$ 302
  • Galaxy M14 5G (Samsung) - US$ 323
  • Honor Magic5 Lite (Honor) - US$ 328
  • Galaxy Xcover7 5G (Samsung) - US$ 349
  • GT 20 Pro (Infinix) - US$ 361
  • Zero Flip 5G (Infinix) - US$ 459

Como o mais barato da lista não é vendido oficialmente no Brasil, o Galaxy A06 5G (cerca de US$ 177) passa a ser o mais barato vendido no país.

5G: cobertura em dia, adoção lenta

Lançado em 2022, o 5G superou no começo de 2025 a meta de cobertura para 2027, estipulada ainda durante a fase de licitação. A exigência é que daqui a dois anos 57,67% da população tivessem acesso à banda larga de quinta geração. Mas hoje o sinal já chega a 62,98% dos brasileiros.

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Só que, para o consumidor, não basta ter 5G disponível em sua região. Para usufruir das maiores velocidades e baixas latência, é preciso ter um celular compatível. E os dados mais recentes divulgados pela Anatel (Agência Nacional das Telecomunicações) mostram que o 5G ainda não decolou.

Dos 263,6 milhões de acessos de telefonia móvel no Brasil em fevereiro deste ano, a maioria ainda é 4G:

  • 4G: 185,4 milhões;
  • 5G: 42,4 milhões;
  • 2G: 19,3 milhões;
  • 3G: 17,1 milhões.

Cada acesso significa um aparelho móvel (celular, modem ou notebook) conectado à internet por meio da rede celular.

Dados compartilhados com a coluna pelo especialista no setor de telecomunicação Ari Lopes, gerente da Omdia para as Américas, mostram que a curva de adesão de clientes às tecnologias 2G, 3G e 4G é bastante similar. A cada nova tecnologia, os brasileiros migraram paulatinamente para a geração seguinte. O ritmo de adoção do 5G, porém, é o menor de todas elas. Contribuiu para a lentidão o 4G ter sido e ainda ser o padrão de conectividade que mais conquistou usuários.

Para as teles, parte substancial do problema é o alto preço dos smartphones 5G.

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Hoje mais de 57% da população tem redes 5G disponíveis, mas o serviço e os aparelhos são muito tributados
Christian Gerbara, CEO da Vivo e presidente da Conexis, durante evento setorial em novembro de 2024

Analistas consultados pela coluna concordam com a avaliação. "Os custos mais elevados de hardware para dispositivos 5G têm dificultado ou retardado sua penetração nos segmentos de preço baixo e médio", comenta Miguel Ángel Pérez, analista sênior da Canalys para América Latina.

Nos smartphones 5G, são mais caros os chipsets e componentes relacionados à conectividade, como antenas e filtros. E, ainda que os valores estejam caindo, os fabricantes não podem enxugar tanto os custos, sob o risco de colocar na rua um dispositivo que ninguém vai querer comprar.

Embora os custos de produção dos dispositivos 5G tenham sido reduzidos nos últimos anos, ainda há uma barreira que impede os fabricantes de oferecerem celulares de entrada a preços acessíveis, que é sacrificar especificações que são mais atraentes para os consumidores atualmente
Miguel Ángel Pérez, analista sênior da Canalys para América Latina

Ari Lopes pondera, no entanto, que os preços dos smartphones são apenas parte da explicação pela baixa adoção do 5G. Toda a questão se resume ao tipo de vantagem oferecida pelas diferentes gerações de banda larga móvel:

  • 2G: digitalizou a voz, o que melhorou a qualidade das chamadas, e foi acompanhado por mudanças técnicas na bateria, que reduziram o aparelho.
  • 3G: prometeu, mas não cumpriu, dar início à era da internet móvel.
  • 4G: levou à explosão do uso de dados de forma segura e confiável, de modo a ser possível usar mapas online em tempo real e assistir vídeos em serviços de streaming.
  • 5G: gerou a expectativa em torno de velocidades altas e latências baixas, mas essas características já eram supridas a contento pelo antecessor, sobretudo para os serviços digitais mais populares.
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Diante disso, faltou às operadoras criar serviços inovadores que necessitassem do 5G e convencessem os consumidores a comprar novos aparelhos, acrescenta o analista da Omdia.

No Brasil, as pessoas tem um ciclo de adoção de novas tecnologias de celular que é mais ou menos de três anos. O que impacta o ciclo é surgir um aparelho mais novo e moderno ou ter acesso a um serviço a que elas não tinham acesso antes. Com o 5G, isso não se materializou. Tendo um telefone 5G, você tem acesso a um serviço que não poderia usar no 4G? A performance é melhor, vai ser mais rápido para navegar na internet e assistir vídeo. Mas não tem nenhum um serviço que só dá para usar no 5G que valha a migração
Ari Lopes, gerente da Omdia para as Américas

Galaxy A06 5G (Samsung)

  • Processador: MediaTek Dimensity 6300
  • Memória RAM: 4GB
  • Armazenamento interno: 128GB (expansível até 1,5 TB com cartão microSD)
  • Câmeras traseiras: 50 MP + 2 MP
  • Câmera selfie: 8 MP
  • Tela: 6,7 polegadas4 HD+ e taxa de atualização de 90 Hz
  • Bateria: 5.000 mAh, carregamento 25 watts
  • Proteção: IP545 (resistência contra poeira e respingos de água)

DEU TILT

Toda semana, Diogo Cortiz e Helton Simões Gomes conversam sobre as tecnologias que movimentam os humanos por trás das máquinas. O programa é publicado às terças-feiras no YouTube do UOL e nas plataformas de áudio. Assista ao episódio da semana completo.

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Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

4 comentários

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Peng Cheung Wong

A diferença está tão irrisória que não está compensando a troca do 4G para o 5G. Além do que, a dispinibilidade do 5G não está em todos os lugares. E isto a operadoras não comentam.

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Artur Russ Filho

Pelo que eu percebo, o 5G não está 100% operacional. Outro problema é que redes 4G antes boas pioraram. O preço dos telefones não é o problema. 

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Vicente Cavalcante de Almeida

O smartphone Samsung Galaxy A0 é PÉSSIMO! Não comprem, experiência própria. Trava tudo, direto… 

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