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É assim que está ficando a cara dos equipamentos para entrar no metaverso
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Embora o metaverso ainda seja mais falado que compreendido, uma coisa é certa: por enquanto, a porta de entrada para esse admirável mundo novo é algum tipo de dispositivo que substitua a visão convencional pela imersão, via olhos e ouvidos, na realidade fictícia dos espaços que só existem no virtual.
Isso, se a aposta isolada e radical de Elon Musk —o Neuralink, um implante cerebral capaz de ler sua mente, que o biliardário americano promete ser capaz de "alcançar uma espécie de simbiose com a inteligência artificial"— não atravessar o desfile?
Mas enquanto esse caminho continua a ser uma possibilidade, há várias apostas em dispositivos mais convencionais, se é que o termo se aplica. Sobre todos eles, há muita especulação e pouca certeza. Os colunistas foram atrás do que parece ser o futuro imediato.
Óculos - Apple (rumor)
A Apple tem se mantido relativamente distante das aventuras no metaverso e, por enquanto, não existe nada oficialmente confirmado.
Mas Tim Cook, o CEO da empresa, já afirmou publicamente que a realidade aumentada é um dos segmentos críticos para o futuro da companhia.
No mundo das tecnologias, rumores costumam ser previsões acertadas e os analistas dizem que a Apple está, sim, trabalhando não em um, mas em dois dispositivos diferentes:
- Um capacete focado em realidade híbrida (realidade virtual + realidade aumentada) e que deve concorrer com produtos como o Rift e HTC Vive e;
- Óculos Inteligente para Realidade Aumentada.
Ambos com altíssima qualidade e preço alto - estima-se que, na casa dos US$ 3.000 para o capacete.
Apesar do mistério que costuma cercar as novidades da Apple, vale ficar de olho, pois a empresa de Steve Jobs tem um histórico de entrar mais tarde no mercado, mas trazendo produtos e um padrão de qualidade que alteram as bases do mercado. Basta lembrar do iPod, no segmento dos mp3 players e do próprio iPhone, que redefiniu as bases dos smartphones.
Projeto Iris - Google
A Google enfrenta o desafio de ser pioneira. Seu Google Glass, um óculos de realidade aumentada lançado em 2014, jamais ganhou tração e acabou descontinuado, assim como o capacete de VR chamado Daydream e que pretendia ser uma evolução do barato, mas meio mal resolvido Google Cardboard, projeto que oferecia uma interface para realidade aumentada com estruturas de papelão- e que deu origem a essas dezenas de suportes chineses para celular que oferecem uma entrada de baixo custo para o mundo da realidade virtual.
Mas tudo isso pode mudar com a chegada do Projeto Iris, previsto para 2024, cujas especificações seguem guardadas a sete chaves.
Lynx R-1 MR
A startup francesa Lynx lançou um financiamento coletivo no ano passado destinado a arrecadar fundos para o desenvolvimento do seu capacete Lynx R-1 MR.
O dispositivo usa o mesmo processador do Meta Quest 2 e do HTC Vive 3 e se propõe a ser, de largada, um capacete de realidade híbrida, com a tecnologia de pass-through.
O preço —US$ 599 para a versão standard— deve colocar a engenhoca francesa na disputa pelos óculos de médio-custo.
Quest 3 - Meta
Embora Mark Zuckeberg tenha anunciado na conferência do último ano que a empresa está trabalhando em um novo capacete chamado internamente de Projeto Cambria, tudo indica que, na verdade, o ex-Facebook segue desenvolvendo uma nova versão do Meta Quest.
A ideia é que o Meta Quest siga sendo um dispositivo de entrada, com custo mais baixo e configurações mais modestas, enquanto o Projeto Cambria deve vir para competir com capacetes mais caros e de alto desempenho.
Se seguirmos o ritmo de desenvolvimento dos óculos anteriores, devemos ver o Quest 3 em algum momento ainda esse ano, considerando que a Meta vem lançando novas versões de dois em dois anos.
Mas analistas sugerem que talvez os novos óculos fiquem apenas para 2023 se, de fato, o Projeto Cambria for lançado ainda esse ano.
MeganeX - Panasonic
Com uma estética steampunk, o MeganeX foi anunciado na CES 2022 e deve estar em breve nas prateleiras.
Com um custo estimado de US$ 900 e pesando menos de 250 gramas, esses óculos (que realmente parece um óculos normal) é compatível com SteamVR, oferece uma resolução total de 5.2k e o chamado 6DoF (num resumo meio simplista, a possibilidade de explorar o entorno a partir de três eixos perpendiculares, combinada com mudanças na orientação através da rotação em torno de três eixos perpendiculares).
PSVR2 - Sony
O PSVR, capacete de realidade virtual compatível com o videogame PlayStation é um dos dispositivos de VR mais populares do mercado: lançado em 2016, já vendeu mais de 5 milhões de unidades.
Com um foco exclusivo em jogos, a Sony deve lançar a nova versão ainda no final desse ano.
Compatível com o novo videogame da empresa, o PS5, promete uma qualidade gráfica invejável, sensores que detectam a posição dos olhos e um novo controle —batizado de Sense— que deve ampliar ainda mais o rol de movimentos em formas de interagir com o universo virtual.
Projeto Cambria - Meta
O Projeto Cambria foi um dos destaques na conferência anual do Meta, aquela mesma onde o Facebook mudou de nome.
Como quase todos os projetos nessa indústria, sabe-se pouco, mas especula-se muito sobre o dispositivo. O que já está confirmado é que ele usará o sistema de pass-through em cores e alta resolução. Hoje, no Quest, o pass-through é preto e branco e em baixa resolução.
Essa mudança aponta para uma tendência de dispositivos cada vez mais híbridos, tentando contornar um problema usual no uso desses óculos, que é a falta de noção da realidade no entorno.
Além disso, sensores para os olhos e detectores faciais deverão estar embutidos no sistema permitindo avatares com expressões mais realistas e humanizando as interações.
Ainda não se sabe qual o preço imaginado por Zuckerberg e sua turma para esse produto, mas certamente custará bem mais que os US$ 299 do Quest e deve competir com dispositivos mais caros na faixa dos US$ 1.000 e focado em usuários mais ativos no metaverso.
Para encerrar, um pouco de ilustração - ou de cultura inútil, dependendo do ponto de vista.
Os filósofos gregos, a começar por Aristóteles, achavam que percepção da imagem não tinha relação entre olho e cérebro. Diziam que a emoção residia no coração e que a visão tinha importância menor no aperfeiçoamento do ser humano.
Naquele tempo, esses sábios recorriam a escribas que transcreviam seus textos, sempre que tinham problemas de visão.
Nero, imperador romano, no século 2, lançou moda usando uma lâmina de esmeralda diante dos olhos, durante as apresentações públicas.
Quem primeiro descreveu o papel dos óculos foi Marco Polo, ao voltar do Oriente, onde os nobres chineses recorriam a esses acessórios, mesmo sem dominar os rudimentos da ótica —achavam que serviam de amuletos contra os maus espíritos.
O primeiro par de óculos parece ter sido construído no século 12, em Nuremberg, ainda que se registre o uso de lentes de aumento antes disso.
Diante disso, por que tanta pressa, podemos concluir?
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