Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Escritório, casa em lago, estação orbital: como é trabalhar no metaverso
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Para que o metaverso se torne tudo aquilo que o diz-que-diz digital promete, será preciso ultrapassar a barreira dos games, onde a realidade virtual já nada de braçada. E uma das áreas mais promissoras a se conquistar é o do trabalho à distância, que ganhou um novo status após a pandemia e hoje integra as tendências daquilo que se chama por ai de "novo normal".
Esta semana, os colunistas testaram uma nova plataforma disponível para isso: Immersed, um espaço virtual que oferece como destaques suporte a múltiplas telas e a possibilidade de compartilhar ideias, textos, vídeos e conversas não importa a que distância estejam os participantes.
A aposta principal da plataforma é que ao permitir o uso de múltiplos monitores virtuais (duas na versão gratuita e até cinco na versão paga) a produtividade aumente. Quem, como Pedro, esta acostumado a trabalhar com dois monitores no mundo físico tende a concordar.
Funciona assim: você instala um programa no computador —existem versões para Windows, Linux e Mac— e ao entrar no mundo virtual consegue ver —e compartilhar— a tela do seu computador e criar novas telas —virtuais— que só existem na realidade virtual.
Assim, é possível ter em uma tela um editor de texto, outra com o bate-papo e quem sabe uma terceira com as páginas do noticiário.
Não é lá muito fácil aprender a usar o Immersed, embora sejamos recepcionados por um avatar falante que nos apresenta um rápido tutorial.
Há vários ambientes disponíveis: uma sala de conferência, uma casa à beira de um lago, uma estação orbital, uma nuvem, um auditório.
Todos podem ser privados, só para você, abertos a qualquer pessoa ou compartilhados com alguns convidados.
Há também alguns espaços de coworking, salas virtuais públicas, em que é possível trabalhar individualmente e ao mesmo tempo socializar com outros nômades digitais de qualquer parte do mundo.
Ali, por questões de segurança e privacidade, não é possível compartilhar a tela do seu computador.
No horário que frequentamos o ambiente estava vazio, mas parece uma possibilidade interessante para combater a sensação de solidão que é muitas vezes uma das críticas de quem trabalha de casa.
Immersed oferece um teclado virtual, que, não sem esforço, Pedro conseguiu parear com o teclado do computador dele. Ainda falta muito para avançar, a menos que você tenha um Apple Magic Keyboard ou Logictech K830, teclados específicos que são mapeados automaticamente na realidade virtual e facilitam muito a árdua tarefa de reconhecer qual tecla você esta digitando.
Paulo não conseguiu ultrapassar essa barreira, mas abriu uma janela que emprega as imagens captadas pela câmera do próprio Oculus Quest e usou o teclado real. Chamado de 'passthrough' essa tecnologia vem ganhando cada vez mais espaço nas aplicações de realidade virtual, mostrando que o futuro deve mesmo ser híbrido.
Na versão atual, também tem seus percalços, porque a qualidade da imagem da câmera do Oculus é baixa. Não é como escrever normalmente, mas para quem está acostumado a usar o tecladinho dos smartphones até que passa.
Uma das vantagens da plataforma é que permite facilmente estabelecer um portal para o mundo físico —uma janela dentro da sala virtual que exibe o que se passa "lá fora". Isso é bom para saber quando vamos receber uma xícara de café ou para localizar um objeto real que precisamos acessar durante a jornada pelo metaverso.
O Immersed usa como sistema de avatar a plataforma Ready Player Me, que digitaliza seu avatar a partir de uma foto. Como não tínhamos uma foto nos óculos, acabamos escolhendo um dos avatares-padrão oferecidos pelo Immersed. Um deles parece muito o fundador da empresa, Renji Bijoy, de 29 anos.
Ele foi aluno da Techstars, uma empresa que conecta startups, investidores, corporações e cidades e diz que trabalha para criar um mundo mais sustentável e inclusivo.
Em parceria com o Facebook, montou esse projeto que busca construir escritórios de realidade virtual e levantou US$ 3,5 milhões em investimentos para a ferramenta. Renji diz que o público prioritário são os programadores e engenheiros de software, mas acredita que à medida em que equipes remotas se tornem a regra vai crescer e se popularizar.
O Immersed Elite custa US$ 14,99 por mês.
Depois de algum tempo tentando, os colunistas não conseguiram escrever esse texto na plataforma. Acabaram voltando à fórmula mais antiga, confortável e segura de partilharem o texto pelo Google Drive.
Mas não falta muito para que esse tipo de ferramenta —há outras, como a Horizon Worlds, já testada aqui— encontre seu lugar no novo mundo.
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