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Pedro e Paulo Markun

OPINIÃO

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Óculos tradutores da Google mostram potencial de uso da realidade aumentada

Mulher vê tradução para o inglês de fala em mandarim, em cena de vídeo de apresentação dos óculos tradutores da Google - Reprodução/ Youtube/ UploadVR
Mulher vê tradução para o inglês de fala em mandarim, em cena de vídeo de apresentação dos óculos tradutores da Google Imagem: Reprodução/ Youtube/ UploadVR

Pedro e Paulo Markun

15/05/2022 04h00

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Você olha para quem está à sua frente e enquanto essa pessoa está falando aparece na lente dos seus óculos a tradução do que estão lhe dizendo, não importa a língua utilizada.

Isso é o que oferece ao usuário o novo protótipo de óculos apresentado esta semana pela Google, que acena também com a possibilidade de atender aos surdos ou a pessoas com deficiência auditiva, reduzindo a dependência da leitura labial ou das línguas de sinais.

Um vídeo com os tais óculos em ação foi compartilhado como uma espécie de PS ao término do Google I/O, a conferência anual de desenvolvedores da empresa.

É uma mostra muito precisa das possibilidades oferecidas pela realidade aumentada.

O vídeo é impressionante: primeiro, mostra o teste dos óculos por mãe e filha --uma só fala mandarim, a outra, só inglês.
Depois, Guillhermo, um espanhol, coloca os óculos diante dos olhos e comunica-se sem problema com o funcionário da empresa.

O Google Tradutor já oferece tradução de 133 línguas e o sistema, que pode ser acessado de qualquer computador ou smartphone, está cada vez mais eficiente.

Os estraga-prazeres da mídia logo entraram em campo. Na publicação especializada The Verge, Antonio G. Di Benedetto e Mitchell Clark lembraram que se já é complicado acompanhar as legendas de um filme numa TV quando o sol está por trás da janela, o que dirá de um texto projetado sobre a lente de uns óculos.

Os coleguinhas consultaram parceiros fluentes em coreano e constataram que o sistema de tradução usa uma versão empolada de benvindo que já ninguém emprega no dia a dia.

Mas ainda assim, a dupla rendeu-se ao fato de que a companhia está tentando resolver um problema imensamente complicado.

Há outras empresas preparando lentes de contato destinadas especificamente a ajudar na comunicação entre pessoas que não compartilham o mesmo idioma, mas o lance desse gigante tecnológico pode ser uma marca histórica.

Outro vídeo antecipa o que a Meta, outra gigante do setor, está tramando: o projeto Cambria, uma espécie de nova linha de óculos para realidade virtual e aumentada.

Uma das apostas é um sistema de 'pass-through' em cores e alta resolução, o que cria diversas possibilidades para interação entre o mundo virtual e o real.

Há também um vídeo do próprio Mark Zuckerberg com uma engenhoca plástica na cabeça, onde vemos ele interagindo com uma figura digital de um alien azulzinho que corre pelo chão da sala e promete que, em breve, teremos uma amostra disso disponível no Quest, ainda que experimentalmente.

Ninguém sabe dizer quanto vai custar o tal resultado do projeto Cambria —as especulações falam em mais de US$ 800 e apontam para um foco maior nas atividades de trabalho, em vez dos games.

De todo modo, o Cambria é um dos quatro novos modelos de headset para VR anunciados pela Meta até 2024.

As novidades da Google e da Meta são um contraponto para os resultados de venda da Sony, que fez uma previsão de vendas de 14,8 milhões de unidades do Playstation 5 em seu segundo ano no mercado, mas, na realidade, conseguiu vender 11,5 milhões.

A empresa atribui esse baixo desempenho à dificuldade de obter componentes de hardware após a escassez global.