Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.
O que vestir no metaverso? Provamos até o estilo 'Brasil Acima de Todos'
Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail
Hoje vamos explorar o que acontece quando unimos avatares (uma das tecnologias-chaves do metaverso) com inteligência artificial.
Em outubro de 2021, estivemos pela primeira vez no Stageverse, um metaverso que havia sido lançado havia pouco tempo e que apresentava um show da banda Muse. A experiência, que vocês podem ler aqui, não foi lá das melhores.
Agora, um ano depois fomos, voltamos lá, desta vez para testar o Stageverse AI Avatar Studio.
O Stageverse, em versão alpha, pode ser acessado com diferentes dispositivos, incluindo o Oculus Quest ou o próprio PC. Mas as opções de avatar não parecem funcionar ainda no Oculus. Ou, pelo menos, não estão evidentes.
Esse é um problema frequente no metaverso —os aplicativos demandam experiências anteriores, que os gamers têm, mas nós, reles mortais, nem sempre dispomos.
Pelo computador, assim que entramos na aplicação somos convidados a usar o novo editor de avatar, que nos permite gerar estampas e texturas para as roupas do avatar a partir de descrições textuais (prompts).
Para gerar as imagens, eles utilizam uma versão customizada do Stable Diffusion, a tecnologia open source de criação de imagens com IA, que mostra —novamente— o potencial e a flexibilidade que as tecnologias abertas trazem para o campo.
É possível definir sexo, tons de pele, cor e tipo de cabelo, formato do rosto e olhos. Mas as figuras são mais parecidas com ocidentais e brancos e aparentemente héteros.
Há várias roupas —de jeans e camisetas a modelos do estilista francês Pierre Balmain e até jaquetas do grupo de rock Muse—, mas estão longe de cobrir o espectro de possíveis preferências e até da realidade.
Paulo, com seu cabelo e barba brancos, ficou assim:
Pedro se deu melhor e concluiu que, embora existam alguns modelos básicos —casaco, terno, jaqueta— ,no fim das contas a camiseta é aquela que melhor funciona para os apliques das imagens geradas por IA.
Os 'prompts' são textos livres que geram todo tipo de imagem e textura e não parecem ter problemas com obras protegidas por direitos autorais.
"Homem-Aranha" (assim mesmo, em português) gera uma estampa bastante icônica.
O mesmo aconteceu quando pedimos uma estampa inspirada em "A Noite Estrelada", de Van Gogh.
"Brasil Acima de Todos" nos dá uma textura interessante.
Já "Brasil Vai Virar uma Venezuela" gerou uma imagem confusa.
Mas a vantagem do sistema é essa. Em alguns segundos podemos passar de uma imagem para outra, mudando as palavras e movendo a textura pela camiseta para encontrar o resultado ideal.
Por fim, Pedro decidiu por um moletom inspirado na obra de Osgêmeos. E embora a referência seja óbvia, é interessante notar que não é nenhuma obra existente dos irmãos grafiteiros.
Essa história dos avatares ainda está mal resolvida em diversas plataformas. Mas os grandões da área estão se mexendo. Literalmente.
O novo Meta Quest Pro, apresentado por Mark Zuckerberg há poucos dias e que custará a bagatela de US$ 1.500, permite ter pernas. Com melhor resolução e gráficos e um computador de bordo mais poderoso oferece ainda imagens mais nítidas e a possibilidade de visão periférica.
O avatar de Zuckerberg apareceu há pouco tempo com pernas, alegre e saltitante. Só que Ian Hamilton, jornalista da publicação especializada UploadVR logo apontou a, digamos, gambiarra por trás da evolução. As imagens das pernas não teriam sido capturadas no metaverso e sim pré-gravadas. A filmagem não era real, em resumo.
Pernas são um problema para os avatares. Embora os do Stageverse tenham, até bem desenhadas.
A Google, por sua vez, investiu US$ 100 milhões na compra da Alter, uma startup de avatar de inteligência artificial (IA) que pretende criar avatares para usuários de mídia social e para marcas. O objetivo é incrementar o TikTok.
Enquanto isso, de posse dos novos avatares, fomos dar uma passeada pelo mundo do Stageverse e, embora o sistema esteja melhor —mais responsivo e com menos bugs—, continua sendo uma experiência um tanto vazia.
Existem diferentes espaços para visitar, um anfiteatro, um espaço no deserto, uma pista de dança?
Mesmo usando o Oculus parece que estamos? bem? em um mundo virtual, sem consistência ou vida.
No roadmap do Stageverse, conceitos como blockchain, inteligência artificial e metaverso se misturam para criar um universo densamente povoado e dinâmico.
O futuro desenhado por eles parece algo saído de um livro de ficção científica, mas ainda falta muito para que a experiência seja prazerosa.
É digno de nota quando, em uma determinada experiência, a etapa preparatória (construção do avatar) é mais interessante que a experiência em si.
Quem sabe voltaremos em 2023?
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.