O cérebro por trás de tudo: quem inventou a inteligência artificial?
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Pergunta de Ítalo Ângelo, de Estrela Velha (RS) - quer enviar uma pergunta também? Clique aqui
São vários os pais desta "criança" batizada há mais de 60 anos, Ítalo. Embora o nome tenha surgido em 1956, a gestação da inteligência artificial (IA) começou na Antiguidade. Bem antes de construirmos robôs e computadores, já havia filósofos, matemáticos e poetas - alguns deles eram tudo isso ao mesmo tempo - sonhando em emular o raciocínio e o cérebro humanos.
A IA já estava na mente e nos corações de pensadores do Ocidente e do Oriente antigos. Destes vislumbres podemos destacar a mitologia do deus grego Hefesto, que forjou autômatos de metal para realizar tarefas, e a alquimia de Jabir ibn Hayyan, que almejava criar seres animados a partir de elementos inanimados. Essa ideia de sistematizar e reproduzir a inteligência atravessou gerações pela obra de gente como Aristóteles, Descartes e al-Khwarizmi - cujo nome em latim originou o termo "algoritmo" - para citar alguns expoentes da história do pensamento.
Depois de muito sonhar, o homem passou a construir máquinas autômatas, da China ao Egito, incluindo toda a Europa, mesmo antes da palavra "robô" existir. O termo robota é de origem tcheca, na peça teatral R.U.R., de 1920 - embora o autor da peça seja Karel Capek, o robota é criação de seu irmão, Josef.
A partir dos anos 1930, com o advento da computação, o nascimento da IA como a conhecemos hoje ficou mais próximo. Quem iniciou o trabalho de parto foi o polímata britânico Alan Turing, que muitos consideram como o "pai da computação". O figura, interpretado no filme "O Jogo da Imitação" por Benedict Cumberbatch, criou o "Teste de Turing" para verificar se máquinas são capazes de pensar. O teste, basicamente, avalia se uma máquina tem a capacidade de responder perguntas sem ser reconhecida como uma IA.
Depois de Turing, nos anos 1940 e 1950, uma série de matemáticos e engenheiros foram acrescentando seu DNA na construção da IA moderna:
- Norbert Wiener fundou a cibernética e propôs que a inteligência podia ser simulada;
- Claude Shannon, "o pai da teoria da informação", bolou o design de circuitos digitais que fundamenta a computação moderna;
- Walter Pitts e Warren McCulloch teorizaram sobre uma rede de neurônios computacional, imitando o cérebro humano - a dupla dá nome ao neurônio McCulloch-Pitts (MCP), primeiro modelo para estudo sobre redes neurais artificiais;
- Marvin Minsky construiu, em parceria com Dean Edmonds, a SNARC, primeira máquina que emulou uma rede de neurônios - isso em 1951. Minsky foi também um dos fundadores do laboratório de IA do MIT;
- Allan Newell e Herbert A. Simon criaram, em 1956, o programa Logic Theorist (LT), projetado para usar técnicas humanas na solução de problemas. Muitos consideram o LT como o primeiro software de IA.
- John McCarthy pode não ser o único pai, mas batizou a criança com o nome de "inteligência artificial". Foi um dos organizadores, também em 1956, da Conferência de Dartmouth (EUA), evento que marca o "nascimento" da IA - Minsky e Claude Shannon, citados acima, também estavam envolvidos na organização, além de Nathan Rochester, que deu o pontapé para o desenvolvimento da IA na IBM.
Um dos objetivos da reunião das maiores mentes envolvidas com IA à época era que "cada aspecto da aprendizagem ou da inteligência seja descrito com tanta precisão que uma máquina possa ser feita para simulá-lo".
O resto é história: obra de uma inteligência coletiva que atravessou milênios, como resumimos até aqui, a IA se espalhou por vários setores da economia e da sociedade, virou estrela de cinema (desde o clássico "Metrópolis" até "Ex-Machina", passando por "2001: Uma Odisseia no Espaço", "O Exterminador do Futuro" e "Matrix") e se transformou em uma indústria trilionária - e que, por antiga que seja, ainda está só engatinhando...
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