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Encontre um novo lar a anos-luz daqui: quantos planetas habitáveis existem?
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Quantos planetas habitáveis existem? - Pergunta de Mário Morato, de Salvador (BA) - quer enviar uma pergunta também? Clique aqui.
São extremas as respostas para tão simples e ao mesmo tempo complexa pergunta —o que guarda incrível semelhança com o fenômeno que é a vida e suas possibilidades—, caro soteropolitano.
Filosofia barata à parte, a resposta mais animadora e volumosa veio de dados do telescópio espacial Kepler, que, entre 2009 e 2018, procurou por estrelas semelhantes ao Sol e por planetas que as orbitassem numa distância semelhante à que a Terra guarda em relação ao astro-rei.
Cientistas se debruçaram sobre os dados coletados ao longo de quase 10 anos de expedição do Kepler e publicaram, no final de 2020, uma estimativa de que há algo como 300 milhões de potenciais planetas habitáveis em nossa galáxia —os mais próximos deles, nossos "vizinhos interestelares", estão a 20 anos-luz de distância da Terra. Trata-se, basicamente, de planetas rochosos e com potencial condição de conter (e manter) água líquida na superfície.
Mas a conta não é tão simples, já que esses dois fatores são insuficientes para determinar se um planeta é capaz de suportar vida complexa. Por isso, um grupo de pesquisadores italianos, da Universidade de Nápoles, restringiu o campo de observação para uma amostragem mais observável, digamos assim.
Considerando os 4.455 exoplanetas conhecidos na Via Láctea (a maioria deles fotografados pelo Kepler), os cientistas calcularam as chances de cada um deles oferecer condições para fotossíntese —habilidade das plantas de transformar a luz solar, água e CO2 em oxigênio e energia. O processo é fundamental para a formação e manutenção de uma atmosfera semelhante à terrestre.
Com essa "lupa", que observa a quantidade de radiação que cada exoplaneta recebe do seu sol, o que eram 300 milhões de planetas candidatos com potencial para conter vida complexa viraram somente um: o exoplaneta Kepler-442b (KOI-4742.01), descoberto em 2015, é o único conhecido com características semelhantes às da Terra.
No final de 2021, o telescópio espacial James Webb parte em missão para analisar os exoplanetas mais detalhadamente —a luz que atravessa a atmosfera de cada um deles pode indicar a composição de gases que a formam.
Espera-se que essas observações revelem mais dados sobre o potencial habitável de outras rochas gigantes que, como essa que pisamos, orbitam a redor de seus sóis a uma distância ideal para que a vida prospere.
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