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Pergunta pro Jokura

ANÁLISE

Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.

É possível comprar terreno na Lua? Preço pode ser o menor de seus problemas

Arte divulgada pela Nasa ilustra o projeto Artemis, que pretende instalar uma base na Lua a partir de 2024 - Nasa
Arte divulgada pela Nasa ilustra o projeto Artemis, que pretende instalar uma base na Lua a partir de 2024 Imagem: Nasa

09/08/2021 04h00

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É possível comprar um terreno na Lua? - Pergunta de Luna Florêncio, de Paraty (RJ) - quer enviar uma pergunta também? Clique aqui.

Comprar é muito possível, sim, cara paratiense. Agora, tomar posse do terreno é outra história. O primeiro impeditivo é de ordem prática, já que viagens até a Lua são, por ora, para pouquíssimos - a não ser que você pegue carona com a Nasa e a trupe de Jeff Bezos rumo ao satélite natural terrestre.

A segunda dificuldade é de ordem jurídica mesmo. De acordo com o Tratado do Espaço Sideral, assinado por 134 países em 1967, nenhum governo, empresa ou pessoa física tem direito à posse de qualquer território fora do nosso planeta.

O documento é claro em definir que a exploração espacial é direito de todos os países e deve ser feita em benefício de toda a humanidade.

Claro que isso tudo não impede empresas de venderem terrenos na Lua, como é o caso da Lunar Land. A empresa oferece um certificado de posse de um acre lunar (pouco mais de 1.600 metros quadrados), com direito a mapa do terreno e tudo, pela bagatela de US$ 29,95.

Tudo isso sob a chancela e carimbo da "prestigiada" Associação Internacional da Exploração Planetária Humana (IAOHPE, na sigla em inglês). Obviamente, a Lunar Land, vende os certificados como um presente bem-humorado e original.

O que não falta, também, é gente se dizendo dono de quinhões na Lua e de até planetas inteiros.

O caso mais recente é o do rapper Lil Uzi Vert, que supostamente estaria comprando o planeta WASP-127b, um gigante gasoso 1,4 vezes maior que Júpiter, cuja descrição artística você pode conferir abaixo:

Puro marketing, claro. E ainda que fosse viável, dificilmente alguém teria dinheiro suficiente - nem Jeff Bezos - para pagar o quanto vale um planeta ou satélite natural, para quem quer que estivesse vendendo essa ilusão.

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