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Por que as nuvens flutuam? Você está vendo uma ilusão de ótica no céu

Nicholas Swanson/ Unsplash
Imagem: Nicholas Swanson/ Unsplash

22/11/2021 04h00

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Por que as nuvens flutuam? - Pergunta de Álvaro Blanco, de Céu Azul (PR) - quer enviar uma pergunta também? Clique aqui.

Caro céu-azulense, descobri que as nuvens são como ilusão de ótica. Foi o que concluí do papo que tive com o Cláudio Furukawa, do Instituto de Física da USP —assíduo frequentador desta coluna.

Furukawa me contou que as nuvens são formadas por gotículas resultantes da condensação do vapor de água, que resfria ao atingir grandes altitudes.

"Tipicamente, uma gotícula de água dentro de uma nuvem tem cerca de 20 micrometros, lembrando que um micrometro é um milímetro dividido em mil partes iguais. Para ilustrar, um fio de cabelo tem, em média, um diâmetro quatro vezes maior do que o diâmetro desta gotícula que mencionei", diz Furukawa.

Por serem tão diminutas, as gotículas são facilmente arrastadas pelas correntes de ar e, mesmo se o ar estiver paradão, uma gotícula desse tamanho cairia em velocidades bem baixas, de cerca de 1 cm/s.

Ainda de acordo com o físico, para essas gotículas caírem mais rapidamente —e sem evaporar totalmente no meio da queda—, elas precisam se aglutinar para formar gotas bem maiores. "Para formar uma gota de chuva são necessárias quase 1 milhão dessas gotículas", afirma.

O tamanho das gotículas flutuantes é responsável por um efeito óptico peculiar das nuvens branquinhas, que parecem flutuar no céu —sim, "parecem flutuar", guarde essa informação.

No chamado espalhamento, a luz branca vinda do Sol é espalhada pelas gotículas em todas as direções e por igual em todos os seus espectros, tornando a nuvem branca - moléculas de oxigênio e nitrogênio, por serem ainda menores, espalham mais o espectro azul, tingindo o céu dessa cor.

"O espalhamento, portanto, nos dá a falsa impressão de que a nuvem é um objeto compacto e volumoso", afirma Furukawa.

Quando as gotículas se aglutinam e aumentam de tamanho, passam a absorver a luz em todos os comprimentos de onda em vez de espalhá-la, tornando a nuvem mais escura.

O professor Furukawa resume a aula com maestria:

"Apesar de parecerem corpos volumosos e compactos, as nuvens são formadas por minúsculas gotas separadas umas das outras e que estão em constante movimento arrastadas por correntes de ar, num processo dinâmico de evaporação, condensação e de subidas e descidas".

Para ilustrar o processo, dá uma olhada no vídeo a seguir, mostrando o indo e vindo infinito das nuvens no ar (salve, Nelson Motta, salve Lulu Santos!) em imagens aceleradas:

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