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De pernas para o ar: por que baratas sempre morrem de barriga para cima?
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Por que baratas sempre morrem de barriga para cima? - Pergunta de Bela Guin Catanzaro, São Paulo (SP) - quer enviar uma pergunta também? Clique aqui.
Bela paulistana, com o perdão dos trocadilhos, sua pergunta, dos altos de seus cinco anos de idade, é das mais divertidas que já apareceram por aqui e deixou todo mundo que ouviu seu áudio questionador de pernas pro ar. Embora sua mãe tenha enviado a pergunta, soube que seu pai também nutre profundo interesse pelo tema —o extermínio das cucarachas, no caso.
Pois bem, para esclarecer essa nada barata questão, conversei com o biólogo Renan Carrenho, doutorando pelo Museu de Zoologia da USP. Embora o foco da pesquisa dele sejam os percevejos, ele também entende de barata, viu, cara e infante paulistana.
Carrenho explica, primeiramente, que não é sempre que as baratas morrem nessa posição, embora isso ocorra frequentemente. Nestes casos, quando a barata cai de algum lugar ou perde força e controle motor das pernas, o corpo pende para o lado mais pesado, que no caso de muitos insetos, é o dorso.
Quando elas entram em contato com inseticidas, por exemplo, o envenenamento provoca espasmos que fazem a barata tombar e espernear até morrer, sem força nem coordenação para virar as pernas para baixo.
Isso acontece porque, assim como a maioria dos insetos, as baratas não tem músculos nas patas, e sua respiração é involuntária. Suas patas funcionam por um mecanismo diretamente ligado às entradas de ar dos insetos, nas laterais do corpo. Ao jogarmos veneno, ou outros gases, como desodorante, todos os músculos da cucaracha se contraem. Isso faz com que as patas se transformem literalmente em "molas" para empurrá-la e assim, tombá-la de costas.
Além disso, o formato plano do dorso e da maioria das superfícies presentes nos ambientes urbanos, sem relevos irregulares ou objetos em que ela possa se agarrar, como folhas e gravetos, dificulta a vida da barata na tentativa de ficar sobre as pernas novamente.
"Logo, esse fenômeno corriqueiro tão bem observado pela Bela, é basicamente fruto da ação gravitacional sobre a parte mais pesada do corpo da barata em conjunto com a perda de controle motor ou falta de recursos no ambiente para virar o corpo", diz Carrenho.
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