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Se eu sair na chuva caminhando vou me molhar menos do que correndo?
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É verdade que se eu sair na chuva caminhando vou me molhar menos do que correndo? - Pergunta de Amanda Socorro, Chuvisca (RS) - quer enviar uma pergunta também? Clique aqui.
Quando chovem dúvidas práticas e cotidianas como esta, o guarda-chuvas desta coluna é, e sempre será, o Cláudio Furukawa, do Instituto de Física da USP, cara chuvisquense.
Sem precipitação, o professor explica que ficar mais ou menos molhado na chuva depende de muitos fatores e que é difícil listar, calcular e correlacionar todos eles para dar uma resposta precisa em termos numéricos.
"Até mesmo o tamanho da gota, o tipo de roupa, se a pessoa é mais 'volumosa', entre outros fatores, influenciam se correr ou andar na chuva molha mais ou menos", diz.
Por causa dessa complexidade, Furukawa propõe simplificar o cenário, imaginando uma chuva constante, com as gotas caindo na vertical. "Uma pessoa parada nessa chuva, com as gotas caindo perpendicularmente em relação ao solo, vai molhar mais a cabeça", descreve.
Ao caminhar ou correr nessa chuva caindo "reta", as gotas atingem também o corpo, inclinadamente. "Isto ocorre por causa do movimento relativo entre a pessoa e as gotas caindo. Quanto mais correria, a chuva atinge o corpo mais inclinada e com mais velocidade", afirma Furukawa.
"Um outro jeito de observar isso é quando estamos dentro de um carro em um dia de chuva sem vento: quando o carro está parado as gotas caem perpendicularmente ao solo. Porém, quando em movimento, as gotas atingem o carro de forma inclinada. Muita chuva bate no para-brisas e pouca no vidro traseiro", completa.
Ou seja, nesta chuva retinha que imaginamos, se a pessoa se locomove, as gotas molham tanto a cabeça como a parte frontal do corpo. O quanto a chuva molha, no entanto, depende mais do volume de água caindo do que da velocidade de quem passa por ela.
Logo, a vantagem de correr não está no movimento, mas, sim no tempo em que a pessoa passa embaixo da chuva —quanto menos tempo, menos molha.
Portanto, Furukawa sugere que "o ideal é fazer o que as pessoas já fazem intuitivamente, ou seja, sair o mais rápido possível da chuva".
E completa com uma dica extra: "correndo de modo inclinado para frente, as gotas atingem mais a cabeça e menos a parte frontal do corpo, proporcionando um caminho mais seco, ou melhor, menos molhado".
Mas o físico faz uma ressalva, pontuando que "nessa estratégia, quanto mais rápido o deslocamento, mais inclinada a pessoa deve ficar, mas o risco de tropeçar e levar um tombo pode aumentar o prejuízo" - e até o encharcamento, cara chuvisquense.
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