Trampo do Bluetooth: como o som vai do celular ao fone de ouvido sem fio?

Como o som vai do celular para o fone de ouvido sem fio? - Pergunta de Francisca Melo Dias, Sonora (MS) - quer enviar uma pergunta também? Clique aqui.

Parece trivial, cara sonorense, mas para seu podcast ou canção preferida "pular" do telefone para os ouvidos sem auxílio de fios, há um complexo protocolo embutido em minúsculos aparelhos.

Dentre as variadas maneiras de enviar som de um device para outro pelo ar, como a radiofrequência e o infravermelho, vamos nos ater ao Bluetooth, que é o método mais popular atualmente.

A tecnologia, criada em 1989 pela empresa sueca Ericsson para comunicação entre computadores e outros aparelhos, basicamente converte a informação sonora, originalmente em forma de ondas eletromagnéticas, em um sinal digital.

Este sinal viaja do aparelho até o fone e é reconvertido em sonoridade. O alcance, contudo, é relativamente curto, se compararmos com as ondas FM do rádio, com capacidade de viajar quilômetros.

A máxima distância percorrida por um sinal de Bluetooth é de 100 metros na classe 1, de 10 metros na classe 2 (que equipa a maior parte dos smartphones) e de 1 metro na classe 3, o suficiente para o uso em fones de ouvidos conectados ao celular.

Detalhe importante: em caso de equipamentos operando com classes diferentes de Bluetooth, vale o alcance da tecnologia mais limitada. Ou seja, um fone ou celular de classe 3 sempre vai restringir a comunicação de um aparelho com outro em 1 metro, no máximo.

Você pode estar se perguntando, cara sonorense, como o sinal de Bluetooth não vaza para outros aparelhos e nem sofre interferências no caminho entre o celular e os fones. A exclusividade da transmissão se dá pelo emparelhamento necessário para estabelecer a comunicação entre os equipamentos envolvidos.

Já a interferência com outros sinais de Bluetooth, por sua vez, é driblada com os aparelhos mudando a frequência de transmissão 1.600 vezes por segundo (são 79 frequências possíveis entre 2.400 GHz e 2.485 GHz). Dessa maneira, uma improvável interferência entre aparelhos próximos, ainda que ocorra, durará uma microfração de segundo, passando despercebida por vossos ouvidos, cara sonorense.

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