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Renato de Castro

Com dinheiro sobrando, iluminação pública pode ajudar governos contra crise

Renato de Castro
Imagem: Renato de Castro

10/12/2020 04h00

O próximo ano será repleto de desafio, ninguém pode negar. Com a chegada da vacina, os países vão começar a calcular o abismo econômico criado pelos gastos emergenciais com pandemia.

O Banco Mundial acabou de divulgar o seu relatório semestral da região da América Latina e Caribe intitulado "The Cost of Staying Healthy" (o custo para manter-se saudável), referente aos gastos dos países da região durante a pandemia. E para o Brasil os números não são muito animadores.

Uma das previsões que mais preocupam diz respeito a dívida bruta do governo, que teve um aumento de 75,8% do PIB em 2019, para 85,5% em junho de 2020 e com projeções de alcançar inimagináveis 96% em 2022.

A boa notícia é que 2021 virá recheado também de oportunidades. Principalmente para nossas cidades que estarão iniciando um novo ciclo político de quatro anos.

Muitos países já anunciaram investimentos maciços em infraestrutura urbana e no Brasil parece que iremos na mesma direção. Isso significa não somente mais dinheiro injetado nas economias locais, mas principalmente a modernização de nossas cidades e, por consequência, muitas oportunidades para o nosso ecossistema de cidades inteligentes.

Para entender melhor esse cenário nacional, essa semana eu conversei com um dos maiores especialistas em iluminação pública inteligente, Carlos Eduardo Souza (o Cadu, para os íntimos do meio de smart cities), diretor de negócios governamentais da Enel X no Brasil.

A Enel X é uma empresa global que lidera a transformação do setor da energia. A empresa opera com quatro linhas de negócios: e-home, com soluções para casas, e-industries, soluções para empresas, e-mobility, focada na transformação da mobilidade elétrica no país, e e-city, com soluções voltadas para atender cidades, integrar projetos de iluminação pública, mobilidade elétrica, eficiência energética, conectividade e soluções digitais para cidades inteligentes.

O papo foi muito bacana. Um dos pontos principais abordados foi a real possibilidade dos projetos de iluminação pública se tornarem a porta de entrada dos conceitos de smart city nos municípios brasileiros.

Esse processo já havia sido iniciado há alguns anos no Brasil com a popularização das chamadas PPPs, ou parcerias público-privadas. As PPPs são instrumentos jurídicos que permitem os governos fazerem concessões públicas de algumas de suas atividades. No caso específico da iluminação pública, o grande atrativo para o setor privado é a segurança jurídica e econômica da operação. Por incrível que pareça há dinheiro sobrando para isso! Quer saber como, assista à entrevista na íntegra e você irá descobrir!

Falamos também sobre outras fortes tendências do setor que ganharão impulso no Brasil a partir de 2021, como a mobilidade elétrica que vive atualmente uma aceleração em nível mundial e, claro, do tema da vez aqui na Europa: a eficiência energética, que está ganhando força no Brasil principalmente com projetos de energia solar, que são capazes de gerar uma economia de até 90% na conta de energia. Você sabia?

Outro projeto muito legal que o Cadu apresentou foi o City Analytics, uma ferramenta que monitora a mobilidade urbana entre os municípios brasileiros e que está sendo oferecida gratuitamente durante esta emergência do covid-19.

A discussão foi tão produtiva, que durante a live acabamos criando um grupo de WhatsApp para congregar todos os interessados no tema e principalmente as novas administrações municipais que queiram discutir as possibilidades de atração de projetos e promoção da inovação no desenvolvimento de políticas públicas. Entrem e fiquem a vontade de convidar outros interessados no tema.

Para quem não pode assistir essa superlive ao vivo, aqui vai o link da entrevista completa para você entender melhor as grandes oportunidades que surgirão em 2021 para fazermos nossas cidades mais inteligentes.

Um grande abraço e nos vemos na próxima semana.