Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Google e Facebook devem pagar para usar conteúdo? Tem solução mais fácil
Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail
Com todos os seus defeitos e qualidades, a PL das Fake News está atraindo muita discussão.
Um dos pontos que tem causado polêmica é obrigar que buscadores e redes sociais (leia-se Google e Facebook) paguem para os veículos por usar seu conteúdo. O maior problema desta solução é definir quem é veículo e quem não é.
Em países onde a medida foi implementada isso deu ruim. Na Austrália, por exemplo, a medida fez surgir muito mais veículos falsos com matérias copiadas e com títulos caça-cliques. No Canadá, a decisão de quem é considerado veículo ou não é feita sem nenhuma transparência.
E no Brasil? Quem iria definir quem merece ou não receber dinheiro do Google e Facebook? Alguém aqui consegue ter alguma confiança que isso seria feito corretamente?
A solução é mais simples e está na nossa cara.
Os veículos têm seu conteúdo muito explorado na rede, não apenas por buscadores como o Google e redes sociais como Facebook, mas por milhares de veículos falsos que copiam este mesmo conteúdo para ganhar dinheiro de propaganda servidas, vejam só, por Google e Facebook.
Então, ainda que o cenário do jornalismo esteja em frangalhos, na verdade os veículos não precisam de ajuda de Google e Facebook, eles precisam parar de ser prejudicados.
A solução mais fácil não seria pagar pelo uso do conteúdo, mas definir quem está gerando cópias do conteúdo original.
Funcionaria assim: os veículos cadastrados na ferramenta teriam seus textos no sistema automaticamente. Assim, se a plataforma achar uma cópia desse texto, além de priorizar o original na ferramenta de busca, reverteria qualquer lucro de anúncio no site que copiou para o veículo que postou o original.
Simples assim.
Isso vai impedir que alguém copie um artigo? Não, mas vai inviabilizar o modelo de negócio de quem vive apenas copiando os outros. Também vai remunerar corretamente quem merece ser remunerado, o autor original do texto.
Parece complexo de fazer? Bom, já existe no mercado uma ferramenta similar que o Google poderia copiar.
Sabe onde existe isso? No próprio Google. E com algo muito mais complexo de examinar que texto: os vídeos do YouTube.
Toda vez que você sobe um vídeo, o sistema checa rapidamente se você está usando uma música ou um trecho de vídeo de alguém que tenha copyright sobre esse conteúdo.
Então, se o Google tem esse acordo com gravadoras e com emissoras de TV, por que raios não teria o mesmo acordo com portais e veículos de notícia?
Em outros artigos que postei por aqui, tenho mostrado que boa parte dos problemas que enfrentamos hoje é possível resolver facilmente com algumas regras. O que falta não é tecnologia, é vontade.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.