Na pandemia, tecnologia ajudou de deficiente visual a busca de desaparecido
O ano de 2020, sem dúvida, foi um período que entrou para a história e que nos trouxe muitos desafios e aprendizados. No ano passado, ficou ainda mais evidente o impacto da tecnologia em nossas vidas e o quanto ela foi uma aliada fundamental para que passássemos por um período tão desafiador, que ainda não chegou ao fim, mas que está cada vez mais próximo de terminar bem.
Na Microsoft, pudemos observar de perto o papel que a tecnologia desempenhou e quais foram as principais necessidades de organizações e da sociedade. E, em meio a um momento tão delicado, buscamos auxiliar as organizações em projetos especiais nas áreas da saúde, trabalho remoto e acessibilidade, como alguns dos que citarei neste texto.
As ferramentas para habilitar o trabalho remoto foram essenciais para que os negócios continuassem funcionando e as pessoas trabalhassem de suas casas. Porém, o que vivemos foi diferente de um home office.
Nós vivemos a realidade de trabalhar em casa durante uma pandemia, tendo a necessidade de lidar com diversos desafios e particularidades que são diferentes para cada pessoa. Para tornar isso mais leve, a Microsoft lançou funcionalidades na ferramenta de colaboração Microsoft Teams, a fim de diminuir o estresse e tornar as reuniões mais humanas e conectadas.
Por exemplo, adicionamos cenários de fundo como salas de estar e até "Minecraft" para descontrair as reuniões; criamos o Modo Juntos, que simula um auditório com cadeiras lado a lado com o rosto dos participantes; adicionamos um redutor de ruídos de fundo, para que a voz do usuário fique mais clara para os outros participantes; e também firmamos uma parceria com o Headspace para disponibilizar recursos de bem-estar e meditação na ferramenta.
O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), por exemplo, começou a utilizar a funcionalidade Booking no Teams para realizar agendamentos on-line. Antes de adotar o método, os atendimentos eram feitos por meio de senhas distribuídas presencialmente —o que gerava grandes filas. Com a nova tecnologia adotada, as pessoas agendam as visitas virtualmente e o órgão consegue manter o isolamento social com horários marcados e número controlado de atendimentos.
A tecnologia também está empoderando o trabalho de ONGs no Brasil. Como é o caso da Mães da Sé, que desenvolveu o Family Faces, um aplicativo desenvolvido em parceria com a empresa Mult-Connect que utiliza tecnologias de reconhecimento facial e inteligência artificial (IA) da Microsoft para auxiliar no trabalho de Ivanise Esperidião, fundadora da ONG, na busca por pessoas desaparecidas.
Com a tecnologia, qualquer pessoa que julgar estar diante de alguém vulnerável e que possa estar desaparecido, pode tirar uma foto por meio do app, que será comparada com o banco de imagens da organização, e auxiliar famílias e amigos a encontrarem seus entes.
As fotos ou informações pessoais não são armazenadas durante o uso do app e caso o usuário queira fazer um alerta à instituição ele escolhe se deseja fornecer os dados necessários para auxiliar nas investigações. Um detalhe importante é que esse projeto passou pela avaliação do AETHER, um comitê da Microsoft criado para garantir o uso ético e responsável das tecnologias.
Aliás, a Microsoft é muito cuidadosa quando se trata do uso de reconhecimento facial e fazemos esforços para ajudar no desenvolvimento de regulamentações para sua utilização —para ler mais sobre isso, indico esse post do Brad Smith, presidente da Microsoft, sobre o assunto.
Já na preservação do meio ambiente, a SOS Mata Atlântica está utilizando Azure e inteligência artificial para analisar dados sobre a qualidade de água de rios e mananciais brasileiros. Essas informações são extremamente importantes para garantir a qualidade da água em todos os Estados brasileiros, preservar recursos naturais e diminuir doenças ligadas à água contaminada.
No segmento da saúde, tão essencial para nossa sociedade, a tecnologia tem ampliado a capacidade dos médicos e auxiliado em diagnósticos. Um exemplo disso é a PBSF, que está utilizando recursos da nuvem para monitorar e evitar lesões cerebrais em bebês que nascem com asfixia perinatal, condição que causa falta de oxigenação no cérebro.
A nuvem permite que a equipe médica analise rapidamente as ondas cerebrais dos recém-nascidos que estão sendo monitorados e emitam alertas aos médicos e plantonistas de cada unidade.
Já a Biomedical viu na realidade mista, em que o mundo físico se une ao digital, uma oportunidade de inovar e aprimorar os treinamentos médicos que oferece. A empresa está utilizando o HoloLens, dispositivo de realidade mista desenvolvido pela Microsoft, para atender a dois objetivos: a proctoria remota, ou seja, a capacitação de médicos para realizar cirurgias tecnológicas; e a possibilidade de fazer transmissões on-line dessas cirurgias para estimular o ensino a distância.
Um dos maiores desafios da retomada ao trabalho é a segurança dos funcionários. Para auxiliar nesse processo, o Albert Einstein criou, com base em Power Virtual Agent e Dynamics 365, o aplicativo CoVida, que visa a fazer um monitoramento do estado de saúde dos funcionários das empresas clientes e indica se a pessoa está apta a retornar às atividades profissionais.
Além disso, o app fornece um mapeamento do contágio da covid-19 nas companhias a fim de auxiliar na tomada de decisão para proteger a segurança e saúde de seus colaboradores. O monitoramento da saúde é feito diariamente a partir de um chatbot que faz perguntas relacionadas a sintomas. Dependendo das respostas o funcionário é liberado para o trabalho ou encaminhado para atendimento médico por meio de consultas virtuais com médicos ou enfermeiros, coleta de exame residenciais ou ao pronto-socorro mais próximo.
A pandemia afetou a todos nós, cada um com desafios e necessidades diferentes. Durante esse período, com nossa tecnologia inclusiva, pudemos empoderar pessoas com dificuldades visuais a realizarem suas tarefas cotidianas, como ir até o supermercado ou farmácia, com mais facilidade e autonomia. Para isso, lançamos versões em português dos aplicativos Soundscape e Seeing AI da Microsoft.
O Soundscape é um aplicativo de navegação que, ao contrário dos tradicionais, fornece áudio 3D que traz informações sonoras que constroem um mapa mental do ambiente e torna a locomoção mais fácil para pessoas com dificuldade visual. Com um clique, o app acessa a localização precisa do usuário e fornece características à sua volta como lojas, meios de transporte e pontos de interesse localizados nas proximidades, por exemplo. Ele também permite a criação de marcadores personalizados: ponto de ônibus diário, lojas ou restaurantes favoritos ou a residência de um amigo ou familiar.
Já o Seeing AI narra o mundo ao redor para os usuários com dificuldades visuais. Com o poder da nuvem e da IA, é preciso apenas apontar a câmera do celular para que a aplicação seja capaz de transcrever textos curtos, documentos, produtos, além de identificar cédulas de dinheiro e até mesmo descrever a emoção de pessoas.
No Canadá, o estudante do ensino fundamental Shrey utiliza o Soundscape para se locomover e explorar a comunidade onde vive, ir até o ponto em que passa seu ônibus escolar e encontrar amigos. Na escola, também conta com a funcionalidade de Ditado, presente no Microsoft Word, para fazer anotações das matérias e realizar suas pesquisas escolares. Com o uso da tecnologia, ele pode explorar seus potenciais, descobrir coisas novas e estudar.
Para saber mais sobre nossas iniciativas de acessibilidade, ver detalhes sobre o dia a dia de Shrey e como essas ferramentas o empoderam em suas atividades, e conhecer outras histórias de pessoas que estão utilizando a tecnologia assistiva para superar desafios, te convido a ler esse texto.
Quando pensamos em educação, além das aulas remotas, é preciso se preparar para uma nova modalidade: o ensino híbrido. Esse modelo já está sendo adotado pelo colégio Marista Centro-Norte que está mesclando aulas presenciais e virtuais. Enquanto alguns alunos assistem às aulas na escola, outras as acompanham via transmissões ao vivo por meio do Teams. Essa é uma nova forma de imaginarmos o futuro da educação, com uma retomada segura e satisfatória para todos.
Esses são alguns exemplos do intenso trabalho que a Microsoft promoveu durante esse ano, também intenso, que foi 2020. Agora, com a chegada de 2021, temos uma nova jornada pela frente e estou entusiasmado com as inovações que podemos desenvolver.
Acredito que algumas mudanças causadas pela pandemia estão aqui para ficar e um exemplo disso é o trabalho remoto, que foi amplamente adotado. Algumas empresas estão estabelecendo novos métodos de negócios e consideram adotar um modelo híbrido com pessoas da equipe trabalhando 50% ou 100% remotamente.
É o momento de colocar em prática os aprendizados e utilizar o poder da tecnologia para apoiar nossa sociedade, organizações e negócios ao redor do mundo a redesenhar nosso futuro.
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