Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Como as inovações criadas para inclusão e acessibilidade ajudaram a todos
Falar que quebramos muitos paradigmas nos últimos anos chega a ser um pleonasmo. Nos últimos dois anos a palavra transformação foi aplicada em todos os cenários e, certamente, continuará a nos guiar durante 2022. A acessibilidade tem sido uma dessas transformações.
A partir da minha experiência nesse segmento, tenho profundo apreço pelas mudanças que vimos no setor da educação realizadas por meio da tecnologia e estou empolgado pelas que ainda virão.
Reconheço que ainda temos um caminho a percorrer para que o acesso às plataformas seja uma realidade para todos os estudantes, mas a tecnologia no cenário do ensino remoto foi fundamental para que milhões de alunos dessem continuidade às suas aulas e atividades escolares de maneira fluída, colaborativa e acessível durante a pandemia da covid-19.
Acredito que a construção de um ambiente pensando em tornar a experiência de pessoas com deficiência mais simples, beneficia a todos.
Por isso, analisamos a fundo como é o dia a dia dessas pessoas de forma que pudéssemos criar inovações que as beneficiassem diretamente e trariam, como resultado, um impacto positivo para todos nós.
Foi assim que desenvolvemos o recurso de ativação de legendas ao vivo nas reuniões via Microsoft Teams.
Antes os participantes com deficiências auditivas dependiam do vídeo aberto dos professores para fazerem a leitura labial. Com o recurso ativado, os alunos agora podem acompanhar toda a comunicação em tempo real de uma forma mais simples, facilitando a aprendizagem.
Outra ferramenta que implementamos na plataforma foi a possibilidade de fixar ou destacar vídeos na tela.
Sabemos que muitas pessoas precisam que seus intérpretes de Libras estejam conectados à vídeo chamada, porém, mesmo online, como eles não estavam com a palavra durante as aulas, o vídeo ficava em segundo plano.
Com essa função, os alunos poderão fixar o vídeo do seu intérprete na tela e acompanhá-lo ao mesmo tempo em que visualiza o professor.
Um dos recursos que é muito valioso para os estudantes é o "Leitura Avançada" do Microsoft 365.
Ele é especialmente útil para crianças com autismo, dislexia e deficientes visuais, pois permite a leitura de todo o documento fazendo com que elas não precisem do auxílio de outra pessoa para essa atividade.
Além disso, há uma série de outros recursos de acessibilidade nas nossas plataformas de colaboração para promover a acessibilidade para os estudantes.
Para citar alguns, temos o Ditar do Word, que permite que pessoas com deficiência motora possam produzir textos de maneira simples a partir da voz, e o Alt Text que permite inserir a descrição de todas as imagens.
Além disso, todos os aplicativos do Office possuem uma função de verificação se o documento está acessível para todos os públicos. Dessa forma, as instituições de ensino conseguem criar apresentações, apostilhas ou quaisquer outros arquivos de forma que todos consigam acessar.
Além de oferecer recursos de acessibilidade para a sala de aula remota ou híbrida, a tecnologia tem possibilitado a inovação no ensino como um todo, seja para ministrar as aulas ou para a gestão de alunos e operações. No Brasil, as escolas que utilizaram a tecnologia para habilitar o ensino remoto já estão dando estes e outros passos para disponibilizar o ensino híbrido, bem como para inovar em processos de gestão, experiência do aluno, monitoramento da efetividade do aprendizado e para a implementação de ferramentas dentro das próprias salas de aula.
O Grupo Ser Educacional é um destes exemplos. Após a implementação do Microsoft 365 para o ensino híbrido, a instituição que mantém diversas universidades brasileiras, migrou suas operações para a nuvem visando transformar a interação e a colaboração entre os seus mais de 180 mil alunos, além de facilitar as solicitações de informações junto à secretaria acadêmica. Ainda, com o uso da ferramenta de videoconferências, o Grupo pôde disponibilizar aulas especiais com professores de outros países - o que agrega em conhecimento e em experiência para os estudantes.
Outra instituição que vale ressaltar é a Faculdade Educacional da Lapa (FAEL) de graduação e pós-graduação que criou um assistente virtual para otimizar o processo de matrículas dos seus alunos. Desde a implementação do recurso, houve uma diminuição do tráfego de atendimento telefônico em 50% - o que facilita não só os novos alunos, como o time de trabalho da instituição.
A tecnologia permitiu a inovação até mesmo nos materiais educativos. Na FTD Educação, a criação de uma plataforma de aprendizagem com Inteligência Artificial (IA) e gamificação deverá mudar a forma como milhares de estudantes entendem o que é estudar. A empresa, que por anos fez parte do ensino de alunos brasileiros por meio de livros didáticos, está integrando agora conhecimento de uma maneira divertida e mais engajadora com um material interativo por meio da IA.
Considero sempre relevante trazer essa história, pois principalmente quando falamos do ensino básico inicial, o uso de tecnologias como a gamificação é muito importante para que os estudantes se mantenham motivados diariamente para aprender e sejam incentivados a utilizar a imaginação e a criatividade.
Neste sentido, vimos que o Minecraft for Education, principalmente durante o período de pandemia, teve um papel também muito relevante na integração entre os alunos. Na Escola Concept, por exemplo, os alunos do ensino fundamental recriaram os espaços de três unidades escolares como uma forma de estarem juntos novamente e interagirem entre si nos recreios virtuais. Além de entreter e unir os alunos, o jogo passou a ser pensado para ser um elemento chave também no ensino das disciplinas.
Outra forma de incentivar a inclusão é promovendo a capacitação. A educação é um importante meio para a nossa evolução enquanto sociedade e o setor tecnológico vem demandando um número de profissionais além do que o País está conseguindo formar. Segundo dados da Brasscom, o setor precisa de cerca de 159 mil profissionais por ano, enquanto temos capacidade para formar anualmente 53 mil. Isso evidencia o papel que nós, enquanto empresa de tecnologia, temos em incentivar que mais pessoas possam se especializar e crescer neste mercado.
A matemática aqui é simples. De um lado temos oportunidades de emprego em aberto e do outro pessoas que muitas vezes não seguem o caminho da tecnologia por falta de conhecimento do setor. Isso acontece principalmente com jovens com condições econômicas menos favorecidas e com profissionais mais experientes que não conseguem recolocação no mercado de trabalho. Na maioria das vezes as oportunidades sequer chegam para estes públicos por uma infinidade de fatores.
Pensando em endereçar esses desafios, implementamos diversas iniciativas, como por exemplo a Escola do Trabalhador 4.0, para o ensino que vão desde o letramento digital até tecnologias avançadas, como programação, Inteligência Artificial (IA) e análise de dados que atendem as necessidades de conhecimento de todos estes públicos de forma gratuita. Ao todo, desde o lançamento do nosso plano de compromisso com o país, o Microsoft Mais Brasil, que prevê o incentivo do conhecimento tecnológico com uma série de parcerias e projetos voltados para a educação, 79 mil brasileiros tiveram acesso às trilhas de aprendizagem. aprendizagem.
Educação é, portanto, ter atenção ao todo.
Educar é permitir que as pessoas cresçam, tenham autonomia e independência em suas vidas para a realização de toda e qualquer atividade, e possam trocar ideias e experiências.
É criar um cenário favorável para o desenvolvimento de soluções que atendam às necessidades de cada um, visando a colaboração e a comunicação, além de integrar os mundos presenciais e virtuais para que todos façam parte desta trajetória de crescimento contínuo na qual estamos inseridos enquanto sociedade.
A tecnologia permitiu a conexão e a educação remota, mas também contribuiu, sem intenção, para uma divisão digital entre as pessoas —uma vez que nem todos têm acesso a ferramentas mais avançadas.
Assim, uma das nossas metas enquanto profissionais do setor é desenvolver tecnologias para aumentar a acessibilidade e a inclusão, a partir de recursos gratuitos ou de baixo custo para a população.
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