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Thiago Gonçalves

Feliz translação ao redor do Sol! O que significa o ano para a astronomia?

Nascer do Sol visto da Estação Espacial Internacional. - Nasa/ Reid Wiseman
Nascer do Sol visto da Estação Espacial Internacional. Imagem: Nasa/ Reid Wiseman

31/12/2020 04h00

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Mais um ano que se passa — e que ano, meus caros leitores. Trancados em casa, reféns de uma pandemia que ainda não conseguimos resolver e que continua afetando milhares de brasileiros diariamente.

O que esperar de 2021? Sei que o primeiro item na minha lista de desejos é uma vacina, assim como imagino que seja o caso para muita gente.

De qualquer forma, acredito que é também um bom momento para refletir o significado astronômico do ano. Afinal, cientificamente falando, um ano nada mais é que uma volta ao redor do Sol. Estamos mais ou menos no mesmo ponto hoje que há 365 dias.

Por que mais ou menos, você pode perguntar? Bom, fora as implicações filosóficas, é importante lembrar que o ano não dura exatamente 365 dias, mas algo mais próximo de 365,25. Por isso temos, desde os tempos de Júlio César, os anos bissextos, que corrigem essa pequena diferença a cada 4 anos.

Na verdade, a coisa é ainda mais complicada, já que o ano dura, em realidade, 365,2422 dias. Dessa forma, no chamado calendário Gregoriano, aplicado desde 1752, anos que se podem dividir por 100 mas não por 400 (como 2100, por exemplo) não serão anos bissextos. Isso permite que os eventos sazonais, como as estações do ano, correspondam sempre ao mesmo dia do calendário, aproximadamente. Já imaginou, se depois de algumas centenas de anos, o verão começasse em março?

As curiosidades não param por aí. Sabemos que a Terra gira em torno do seu eixo, causando os dias, e gira ao redor do Sol, gerando os anos. No entanto, há também o movimento de precessão, que faz com que a Terra, como um pião, mova o seu eixo de rotação em relação ao Sol, com um período de cerca de 26 mil anos.

O que isso quer dizer? Que as posições relativas da inclinação da Terra e sua posição na órbita ao redor do Sol mudam ao longo do tempo.

As implicações, digamos, astrológicas são no mínimo curiosas. O signo do nascimento é dado "oficialmente" pela constelação zodiacal ocultada pelo Sol naquele momento. À medida que a Terra gira ao redor do Sol, o astro-rei fica na frente de uma constelação diferente.

No entanto, o que acontecia há milhares de anos, quando a astrologia começava a se tornar popular, não é mais o caso. Um bebê nascendo no ano novo, por exemplo, deveria ter o signo de Sagitário, e não de Capricórnio, se nos guiássemos pelos movimentos astronômicos atuais.

Mas o que isso significa para nós? Bom, segundo a ciência, nada. São apenas movimentos celestes guiados pela gravidade, nada mais.

O que a ciência diz, isso sim, é que em 2021 teremos uma vacina que nos permitirá sair de casa novamente. E essa é a melhor previsão que posso oferecer a vocês nessa coluna.

Um feliz ano novo a todos e todas!