Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Ciência cidadã: que tal ajudar a astronomia descobrindo asteroides por aí?
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Talvez você tenha lido recentemente sobre a estudante brasileira Lorrane Olivlet, que descobriu quatro asteroides e recebeu sugestões para batizar um deles de Neymar. Aqui em Tilt também já noticiamos a história das adolescentes Micaele Vitória Cavalcante Gomes e Laura dos Santos Dias, que fizeram descobertas semelhantes no começo do ano.
Os resultados foram obtidos como parte da iniciativa da Colaboração Internacional para Buscas Astronômicas (IASC, na sigla em inglês), um projeto que permite buscar asteroides em imagens da Nasa e conta com a participação de estudantes de diversos países, não apenas o Brasil, mas também da Índia e do Irã, por exemplo.
Estas buscas também são feitas por programas de computador, mas é interessante pensar como, às vezes, o olho humano é capaz de reconhecer padrões que as máquinas podem não reconhecer. É como aqueles programas na internet em que você deve identificar imagens para provar que é humano: isso só é possível porque nossos cérebros ainda têm algumas vantagens sobre os robôs.
É um tipo de vantagem que pode ser usado de diversas maneiras, em uma grande variedade de projetos científicos. São os chamados projetos de ciência cidadã, ou seja, que dependem da participação do público em geral para obter os dados.
A ciência cidadã acaba cumprindo dois papeis fundamentais: por um lado, permite que os astrônomos consigam analisar dados de uma maneira que seria impossível sem essa colaboração.
Se tomarmos como exemplo o próprio IASC, podemos pensar como dezenas de milhares de pessoas podem buscar imagens astronômicas por asteroides de forma muito mais eficiente que uma equipe de dez astrônomos.
Por outro lado, é uma maneira de engajar o público no processo científico, possibilitando um projeto de divulgação científica em que não estamos apenas explicando o que os cientistas fazem, mas permitindo que os próprios participantes sejam cientistas temporariamente.
Um outro exemplo, agora na minha área de estudo, é o "Zoológico de Galáxias", ou Galaxy Zoo. É um projeto que permite aos participantes visualizar e classificar galáxias de acordo com seu formato, e que já conta com mais de 400 mil voluntários. A morfologia de galáxias é uma análise complexa, e poder contar com o trabalho de centenas de milhares de pessoas nos ajuda muito.
Esses dados são também usados como ponto de partida para outros projetos mais ambiciosos. Temos, por exemplo, algoritmos de inteligência artificial para classificar as galáxias, mas para que possamos confiar no algoritmo, devemos treiná-lo com dados confiáveis.
O banco de imagens do Galaxy Zoo é o ponto de partida perfeito, já que podemos contar com um grande número de classificações confiáveis.
E você, quer ser cientista também? Basta fazer um registro no site [acesse aqui] e começar o trabalho!
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