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Mistério no ar: ventos na tempestade de Júpiter estão cada vez mais rápidos
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Cientistas norte-americanos anunciaram essa semana que a tempestade da Grande Mancha Vermelha de Júpiter está ficando cada vez mais violenta. Já sabíamos que a mancha é causada por uma região de alta pressão com ventos de centenas de quilômetros por hora, mas é a primeira vez que os cientistas conseguem determinar que os ventos estão ficando cada vez mais rápidos.
A Grande Mancha Vermelha é uma das características mais marcantes de Júpiter. Ela é conhecida desde o século 19, pelo menos, e é maior que o próprio planeta Terra, com mais de 16 mil quilômetros de diâmetro. No entanto, mesmo com essas dimensões impressionantes, sua origem ainda não é perfeitamente compreendida.
Os pesquisadores esperam que os resultados ajudem a entender um pouco melhor o que está acontecendo no planeta gigante.
O astrônomo Michael Wong, da Universidade de Berkeley e líder do estudo, explica:
"São dados interessantes que podem nos ajudar a entender o que está alimentando a Grande Mancha Vermelha e como ela mantém sua energia."
Para chegar à conclusão de que os ventos estão acelerando, a equipe teve de se debruçar sobre diversos anos de observações do telescópio espacial Hubble.
"Não temos uma estação meteorológica para medir a velocidade dos ventos no local", diz Amy Simon, do Centro de Voo Espacial Goddard da Nasa e coautora do estudo.
Assim, a única alternativa era medir a evolução da mancha, como um filme acompanhando as mudanças estruturais da tempestade desde 2009.
Com a distância de Júpiter, os menores detalhes observados tinham cerca de 160 quilômetros, algo como o tamanho do estado de Sergipe.
Era o suficiente para que Wong pudesse analisar as imagens e medir a evolução da mancha.
Os ventos estavam acelerando a uma taxa de cerca de 2 quilômetros por hora a cada ano terrestre.
"É uma mudança tão sutil que se não tivéssemos onze anos de dados do Hubble, não teríamos conseguido detectá-la", diz Simon.
Os pesquisadores viram ainda que a velocidade dos ventos no centro da tempestade são muito menores, de algumas dezenas de quilômetros por hora.
Mesmo com essa quantidade de dados, os cientistas não sabem explicar a origem desta mudança. "É um diagnóstico difícil, já que o Hubble não consegue ver a parte de baixo da tempestade. Qualquer coisa abaixo do topo das nuvens é invisível para nós".
Vejam então como nem o Hubble é capaz de resolver sozinho todos os problemas.
Precisamos de sondas espaciais ou telescópios capazes de observar outro tipo de radiação para obter dados de um forma diferente e complementar, e quem sabe assim resolver o mistério da Grande Mancha Vermelha.
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