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Astrônomos encontram segundo asteroide na órbita da Terra; o que vem agora?
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Uma equipe de astrônomos liderada por Toni Santana-Ros, da Universidade de Alicante e da Universidade de Barcelona, confirmou a existência de um asteroide troiano na órbita da Terra. Denominado 2020 XL5, ele é apenas o segundo a ser descoberto.
Com aproximadamente 1 km de diâmetro, o objeto é mais de 3 vezes maior que 2010 TK7, descoberto há mais de 10 anos. No entanto, é importante frisar que não há riscos de colisão com a Terra.
Asteroides troianos são aqueles que compartilham a órbita com um planeta. Júpiter, por exemplo, tem vários desses companheiros. São regiões propícias a abrigar objetos, por uma característica gravitacional: as forças combinadas do planeta e do Sol fazem com que seja uma posição estável.
Conhecidos como os pontos de Lagrange L4 e L5, as regiões ficam à mesma distância do Sol que o planeta, mas atravessando um determinado ponto do espaço um pouco antes (L4) ou um pouco depois (L5) do planeta.
Alguns de vocês podem reconhecer o nome: o ponto de Lagrange L2, que fica escondido atrás da Terra e alinhado com o Sol é a região onde foi colocado o telescópio espacial James Webb.
Essa estabilidade é benéfica para um satélite, e também pode ser benéfica para os asteroides. Um pouco mais protegidos do possível caos gravitacional causado por todos os planetas no Sistema Solar, eles têm a oportunidade de se manter no mesmo lugar por mais tempo.
A estabilidade nos protege. Afinal, é particularmente difícil remover o asteroide troiano de sua órbita. Assim, mesmo estando à mesma distância do Sol que a Terra, é quase impossível que 2020 XL5 seja defletido em nossa direção.
Também por isso, buscar troianos terrestres pode ser interessante para o estudo das origens do nosso sistema planetário. Afinal, eles podem ter se formado do mesmo material que a Terra, e podem ainda oferecer informações sobre a composição química do disco que deu origem ao nosso planeta.
Santana-Ros vai ainda mais além e especula sobre o potencial de explorar recursos minerais nestes asteroides. Afinal, como é um ponto na mesma órbita da Terra, os foguetes necessitariam de menos combustível para chegar ali.
"Troianos terrestres podem se tornar a base ideal para a exploração avançada do Sistema Solar, tornando-se até mesmo uma fonte de recursos", diz o astrônomo.
No entanto, ainda são poucos objetos conhecidos, apenas dois. E ambos estão do mesmo lado, em L4.
A explicação é, ao menos em parte, devido aos desafios observacionais: como os pontos de Lagrange estão mais ou menos na direção do Sol, é necessário observar a região logo após o pôr do sol ou logo antes do nascer do sol, em momentos quando o céu está relativamente claro. Ofuscados, os telescópios têm muita dificuldade para identificar novos objetos.
Os autores terminam o trabalho ressaltando a importância de futuros levantamentos que vasculhem as regiões de L4 e L5 em busca de mais objetos, com uma importante perspectiva científica e, quem sabe, de exploração espacial. No final, o importante é continuar olhando para cima!
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