Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Vai participar do Sisu? Que tal Astronomia? Veja o que você precisa encarar
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Agora é a hora! Nesta semana, ocorrem as inscrições para o Sisu, o Sistema de Seleção Unificada para ingresso nas universidades. Conheço muita gente interessada em fazer Astronomia, mas ainda com muitas dúvidas sobre a profissão, então na coluna desta semana resolvi responder algumas perguntas que aparecem com certa frequência.
Antes de mais nada, saibam que a carreira de cientista é, sim, uma profissão viável no Brasil. Os salários iniciais de professores nas universidades federais giram em torno de R$ 10 mil —o problema é que a carreira acadêmica é longa, e o emprego vem apenas com um longo período de estudos, que inclui mestrado e doutorado. Em geral, uma pessoa consegue um emprego fixo de cientista apenas após os 35 anos, em média. Um pouco como a carreira na medicina, talvez?
Se isso te interessa, a primeira pergunta é: qual curso fazer? A resposta óbvia seria o curso de Astronomia, mas ele está disponível em poucas universidades no país (UFRJ, USP, UFS e a UFRGS). Mas esse não é o único caminho; o bacharelado em Física tem aulas muito parecidas, sobretudo nos primeiros anos, e está disponível em uma quantidade muito maior de universidades.
Em um curso de Astronomia, uma vantagem é que desde o começo você terá aulas mais específicas sobre o tema, mas nada que não possa ser corrigido depois.
O mais importante é verificar se há pesquisa em astronomia na universidade; não importa se o instituto é de Física, o contato com pesquisadores desde cedo já permite a experiência de começar a trabalhar com a ciência astronômica o mais rápido possível, o que é visto como um diferencial.
Ainda assim, se você entrar para um curso de Astronomia, não se iluda. O tempo dedicado à observação do céu, se houver, será muito pequeno se comparado ao tempo estudando física, cálculo e matérias relacionadas. É bom lembrar que a Astronomia e a Astrofísica hoje são quase indistinguíveis, e cientistas da área devem ter um bom domínio da base teórica necessária.
No final, o bacharelado em Astronomia serve principalmente como uma etapa inicial em uma longa carreira. Depois vêm o mestrado, o doutorado, o pós-doutorado. Cada vez com mais experiência e independência na atividade de pesquisa. E aplicando cada vez mais os conhecimentos adquiridos nesse primeiro passo.
Outras habilidades importantes são o inglês e a programação — afinal, a pesquisa em astronomia depende muito de computadores hoje em dia. Mas não se preocupe, você pode aprender e treinar as duas coisas ao longo da faculdade.
Por último, um lembrete: se você decidir que não gosta do trabalho, não se preocupe. Muita gente hoje se forma em Astronomia e consegue um trabalho em empresas privadas, como cientista de dados. É uma excelente oportunidade de colocar em prática o que você aprendeu na universidade, de uma forma completamente diferente!
Acho que por enquanto é isso. Ficou alguma dúvida? Pode ficar à vontade para comentar aí embaixo ou me perguntar diretamente nas redes sociais: @thiagosgbr (no Twitter) e @astrogoncalves (no Instagram).
E boa sorte a todas e todos!!
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