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Com o James Webb, astrônomos encontram as primeiras estrelas após Big Bang
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Uma equipe de astrônomos canadenses da Universidade de Toronto usou o telescópio espacial James Webb para encontrar os aglomerados globulares mais distantes já observados.
Aglomerados globulares são estruturas compostas por milhares ou milhões de estrelas e podem conter pistas importantes para entendermos a evolução do universo.
Eles contêm algumas das estrelas mais velhas conhecidas e por isso carregam informações importantes sobre o nascimento de estruturas no Cosmos.
Nossa própria Via Láctea contém um grande número de aglomerados globulares, muitos com idades superiores a 12 bilhões de anos.
O objeto batizado de "sparkler" (como as velas de aniversário que soltam "estrelinhas") segue a tendência. Analisando as imagens em diferentes cores, os pesquisadores liderados por Lamiya Mowla e Kartheik Iyer mostraram que o aglomerado teria cerca de 4 bilhões de anos de idade já na época em que é observado.
Vale lembrar que a luz viajou mais de 9 bilhões de anos para chegar até aqui. Ou seja, o aglomerado realmente se formou logo depois do Big Bang.
Para encontrar a estrutura, a equipe usou uma das primeiras imagens divulgadas do grupo de galáxias SMACS J0723.2-7327. Esse grupo funciona como uma grande lente cósmica, devido à sua enorme massa e consequente distorção do espaço tempo ao seu redor. É esse efeito que permite o aumento do brilho e a observação de pequenos detalhes, como a detecção de aglomerados globulares individuais.
Com os dados em mãos, os cientistas puderam então fazer a modelagem dos dados, comparando as cores observadas com predições matemáticas de acordo com a idade das estrelas do aglomerado.
O interessante é que o aglomerado não é apenas muito antigo, mas ele também teria parado de formar novas estrelas rapidamente, antes que o universo completasse um bilhão de anos. Assim, o "sparkler" seria uma das primeiras estruturas conhecidas a ter cessado sua formação estelar.
Esse é apenas o começo de um projeto muito mais ambicioso. Por enquanto, a equipe usou apenas os dados públicos de uma imagem divulgada pelo James Webb, mas eles têm ainda muitas observações planejadas.
Eles não apenas terão acesso a novas imagens, como também ao espectro dessas estruturas. A espectroscopia é uma técnica que permite separar a luz proveniente de corpos celestes, e que oferece informações muito detalhadas sobre a sua composição química e distância.
Com as novas observações em mãos, a equipe poderá então confirmar se este e outros novos candidatos são realmente aglomerados globulares distantes e determinar com maior precisão a sua idade.
Isso abriria então uma nova avenida de estudos para a formação das primeiras estrelas do universo.
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