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Como provamos que o James Webb encontrou a galáxia mais distante já vista
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Uma equipe internacional de astrônomos liderada por Brant Robertson, da Universidade da Califórnia em Santa Cruz (EUA), e Emma Curtis-Lake, da Universidade de Hertfordshire (Reino Unido), confirmou a descoberta da galáxia mais distante já observada por cientistas. O resultado só foi possível graças ao grande poder observacional do telescópio espacial James Webb.
Mas você deve estar se perguntando: de novo?! Não havíamos visto diversas manchetes sobre a galáxia mais distante, logo após o lançamento do James Webb? Sim, você tem razão. Mas dessa vez o anúncio é diferente. Pela primeira vez, não são apenas candidatas, mas galáxias com a distância confirmada.
Isso acontece porque a primeira indicação de distância é a cor da galáxia. À medida que a luz viaja através do universo, e esse universo se expande, a luz vai se tornando mais e mais vermelha. Esse é um efeito conhecido e corroborado da relatividade geral.
Essas galáxias já pareciam particularmente vermelhas nas primeiras imagens do telescópio espacial. Assim, eram excelentes candidatas a objetos distantes. No entanto, é impossível ter certeza de que é uma galáxia realmente distante, ou possivelmente um objeto naturalmente vermelho mais próximo.
Para que os cientistas verifiquem a distância do objeto, é fundamental obter dados espectroscópicos. Assim, podemos utilizar assinaturas conhecidas dos elementos químicos para determinar quanto a luz dessa galáxia foi "avermelhada", e dessa forma confirmar que a luz viajou mesmo por tantos bilhões de anos até chegar aqui.
Neste caso, os pesquisadores usaram uma assinatura conhecida do hidrogênio, o elemento mais abundante do universo. A equipe confirmou que a assinatura que buscavam estava aproximadamente 14 vezes mais vermelha do que se esperava, confirmando a enorme distância até a galáxia.
Investigando o passado
É interessante notar que a luz das estrelas nessa galáxia viajou por mais de 13 bilhões de anos. Assim, vendo algo que aconteceu quando o universo era apenas uma criança de 330 milhões de anos.
O trabalho não é apenas a descoberta da galáxia, tampouco. Ao investigar suas propriedades, os cientistas puderam também entender um pouco melhor como ela se formou. Isso é fundamental para poder explicar o nascimento e crescimento das primeiras galáxias do universo.
Os cientistas viram, por exemplo, que as galáxias observadas (incluindo a mais distante de todas) já têm massas relativamente altas, com aproximadamente 100 milhões de estrelas formadas. No entanto, elas ainda não tiveram tempo desde o começo para formar novos elementos no interior de suas estrelas.
Combinados, os dados indicam que essas galáxias puderam crescer muito rapidamente desde o Big Bang.
Vem mais por aí
Mas não pensem que esse recorde vai durar muito.
Todos esses resultados utilizam os primeiros dados obtidos pelo James Webb; são apenas testes e projetos preliminares.
Em breve, quando o telescópio for um observatório mais maduro, projetos mais ambiciosos vão buscar mais fundo nos céus por estes objetos distantes.
Esse título de "galáxia mais distante" vai ser perdido logo, logo.
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