Outras tecnologias que estão "bombando" e também integram o contexto da descentralização financeira são criptomoedas e blockchain.
Criptomoedas são moedas totalmente digitais, usadas apenas na internet. Diferentemente das moedas "físicas", não são emitidas por governos. O bitcoin é a mais conhecida delas.
As criptomoedas são criadas em redes blockchain, avançados sistemas de criptografia que protegem as transações, informações e os dados de quem transaciona.
O blockchain é basicamente um banco de dados criptografado sob a forma de pedaços de códigos. Esses códigos contêm informações que estão conectadas, ou seja, são blocos que formam uma corrente. Daí vem seu nome: em português, "corrente de blocos".
A tecnologia tem tanto potencial que seu uso vai muito além das criptomoedas. O blockchain já está presente, ou vem sendo testado, em contratos, verificação de autenticidade de obras de arte, processamento de pagamentos internacionais, combate à fraude e gestão de cadeia de suprimentos, entre diversas outras aplicações.
Uma famosa empresa de streaming de áudio, por exemplo, adquiriu uma startup de blockchain para, com base em um banco de dados, aprimorar a conexão com os artistas.
A tecnologia também já foi utilizada por um aplicativo que permite aos consumidores acessarem informações sobre os produtos adquiridos e, caso seja necessário, obter assistência técnica.
O blockchain é igualmente um aliado do controle sobre a cadeia de suprimentos. Estão em uso soluções baseadas na tecnologia que possibilitam o registro compartilhado de propriedade e localização de produtos em tempo real. O mesmo procedimento ajuda a indústria de alimentos no rastreamento, por exemplo, de produtos que possam estar contaminados.
Já uma empresa britânica resolveu apostar no blockchain para transformar a experiência da telemedicina. A tecnologia é usada para armazenar e utilizar dados de registros médicos e facilitar a vida dos profissionais de saúde e pacientes.
E mesmo instituições de caridade contam com o blockchain para aprimorar a atuação. Uma plataforma global, que trabalha em parceria com várias instituições filantrópicas mundialmente reconhecidas, vem utilizando a tecnologia para compartilhar informações financeiras e sobre projetos e aumentar a transparência junto a doadores.
A tecnologia se tornou tão importante e necessária para as empresas que, recentemente, chamou a atenção de uma das mais importantes revistas de negócios do mundo. A publicação vem divulgando anualmente uma lista de 50 grandes empresas do mundo que vêm utilizando com muito sucesso o blockchain.
No caso das criptomoedas, sua presença ganha corpo em muitas formas. Já há milhares de empresas que as aceitam como forma de pagamento, games que as transacionam, companhias que fazem contabilidade em criptomoeda e governos que vem incorporando e regulamentando a moeda virtual no dia a dia das transações.
Recentemente, uma das maiores empresas de telefonia do mundo passou a aceitar criptomoedas como pagamento. O mesmo ocorreu com uma das maiores desenvolvedoras de softwares do mercado e outras grandes companhias da área da tecnologia.
Mas a popularização das moedas virtuais se estendeu para os mais diversos segmentos. Uma loja de artigos de luxo mundialmente famosas já trabalha com pagamentos em criptomoedas e até carros já podem ser comprados desse modo.
As moedas virtuais são "mineradas". Não do jeito tradicional, claro, por meio do qual é preciso escavar até as profundezas do solo para achar metais preciosos. Na versão virtual da mineração, utilizam-se computadores muito potentes para vasculhar a internet em busca das criptomoedas.
É dessa forma que, por meio da resolução de complexas equações, novas transações por blockchain são validadas e criam-se criptomoedas.
O segredo está em desvendar o chamado "hash". Trata-se do identificador responsável por "selar" um determinado bloco onde estão registradas transações com criptomoedas. "Quebrá-lo" não tem nada de ilegal e faz parte do processo, mas, como há muitos mineradores atuando ao mesmo tempo, a competição - ou "corrida pelo ouro" - é por vezes frenética.
Também é cada vez mais frequente que pessoas optem pelas criptomoedas na hora de diversificar os investimentos e fugir das instabilidades e intervenções de instituições tradicionais. E, diferentemente do senso comum, não é preciso ter muito dinheiro para começar a fazê-lo.
O importante é se informar ao máximo antes de entrar neste universo. Como ainda se trata de uma tecnologia nova, é natural que haja uma grande volatilidade. Fique de olho em especialistas, instituições e canais voltados ao assunto.